Goiás ganha dois Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia

As duas unidades vão receber fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás

Postado em: 01-12-2016 às 10h00
Por: Redação
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As duas unidades vão receber fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás

O presidente Michel Temer homologou o resultado da seleção
dos novos projetos aprovados dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia
(INCTs). Dois deles são de Goiás: um na área de Ecologia, Evolução e
Conservação da Biodiversidade e outro Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia de Estratégias de Interação Patógeno-Hospedeiro (IPH). Ambos vão
receber fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg),
por meio da chamada desenvolvida em parceria com o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

No anúncio da seleção das propostas para estruturação de
grandes laboratórios de pesquisa no Brasil, em reunião do Conselho Nacional de
Ciência e Tecnologia (CCT), foram apresentados os novos membros do Conselho,
incluindo a presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás
(Fapeg) e vice-presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de
Amparo à Pesquisa (Confap), Maria Zaira Turchi. Foi anunciada a liberação de R$
1,5 bilhão para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

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Parte do recurso será aplicado pelo Ministério na
consolidação de 101 INCTs. Maior edital da história do CNPq, o segundo ciclo
dos INCTs dispõe de R$ 654 milhões, divididos entre o governo federal e 18
Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs). Os 101 projetos envolvem 8.738
pesquisadores de 410 laboratórios, nos 26 estados e no Distrito Federal, em
diversas áreas do conhecimento para o desenvolvimento de pesquisas científicas
e tecnológicas em busca de soluções para grandes problemas nacionais. Além
disso, outros 152 projetos foram aprovados e serão custeados, inicialmente,
pelas FAPs, consolidando, assim, uma grande rede de laboratórios de alta
tecnologia espalhados e conectados pelo País.

“São institutos de excelência, referências no País”,
enfatiza a presidente da Fapeg, Zaira Turchi. “O instituto funciona em rede e
tem o que há de mais amparado, mais qualificado em termos de instituições
parceiras, grupos de pesquisa e pesquisadores. São os pesquisadores mais
qualificados do País, que se debruçam sobre temas prioritários e relevantes. Esse
novo momento de homologação possibilita a continuidade do programa e os
projetos se mostram prioritários também para o governo pela abrangência
temática e pela capacidade de reunir a maior força de atuação da ciência
brasileira em determinados temas, reunindo instituições nacionais e
internacionais”, complementa.

Para o presidente do CNPq, Mário Neto Borges, trata-se de um
“programa de ponta” na ciência brasileira. “Os INCTs reúnem os pesquisadores de
maior qualificação do Brasil e permitem ao País, inclusive, estabelecer
parcerias internacionais para captação de recursos, a exemplo da que já
começamos a negociar com o Reino Unido, por meio do Fundo Newton”, afirma.

Projetos aprovados por Goiás

Entre os 101 projetos selecionados para apoio inicial CNPq/Fapeg está o projeto
coordenado pelo pró-reitor de Pós-Graduação da UFG e professor do Instituto de
Ciências Biológicas (ICB), José Alexandre Felizola. O projeto selecionado é o
instituto virtual em Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade,
que possui como objetivo principal apoiar projetos de pesquisa de ponta nessa
área. A proposta incluiu mais de 100 pesquisadores brasileiros (dos quais 58
são bolsistas PQ do CNPq) de 30 instituições de ensino e pesquisa do Brasil,
além de cerca de 20 pesquisadores estrangeiros. Cerca de 30% dos pesquisadores
são de Goiás, da UFG, UFG-Jataí, Universidade Estadual de Goiás (UEG),
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e duas unidades do Instituto
Federal Goiano (IF Goiano).

A ideia, segundo o professor, é desenvolver atividades de
integração de pesquisadores e apoiar projetos de pesquisa nas três linhas de
pesquisa do ICB, que são: padrões de diversidade em diferentes níveis de
organização e escalas de tempo e espaço; adaptação, evolução do nicho ecológico
e mudanças climáticas; e planejamento em conservação e uso sustentável da
biodiversidade.

Outro projeto goiano está entre as instituições selecionadas
e receberá, inicialmente, apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
Goiás (Fapeg). O projeto Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de
Estratégias de Interação Patógeno-Hospedeiro (IPH) é coordenado pela professora
Célia Soares também do ICB/UFG e tem duração de 72 meses. O IPH tem como foco o
estudo de patógenos de alta relevância no Brasil e outros países,
particularmente da América Latina, como os agentes etiológicos da doença de
Chagas e leishmanioses, paracoccidioidomicose, esporotricose, histoplasmose,
candidíase e dermatofitoses. A prioridade do IPH é o desenvolvimento de
pesquisa científica de fronteira acoplada à obtenção de novos alvos para
terapêutica e diagnóstico de baixos custos dessas doenças.

A presidente da Fapeg, Zaira Turchi, explica que Goiás
sempre teve seus laboratórios ligados a INCTs na primeira etapa do programa e
que esta aprovação de dois INCTs próprios, nesta segunda etapa, tem um
significado muito relevante para a projeção das instituições goianas e da
contribuição que a pesquisa realizada no Estado pode dar para o Brasil e para o
mundo. “A participação das Fundações no financiamento desses INCTs permitiu a
ampliação das possibilidades de financiamento. As ações continuadas apoiando
projetos, por parte da Fundação Estadual e outras agências, possibilitaram que
a pesquisa em Goiás tivesse um crescimento em qualidade e no número de
pesquisadores, de modo que o Estado está mais competitivo. Isso é muito bom
para o Estado, porque ele se torna ainda mais referência no cenário nacional
nessas áreas de saúde e ecologia”, completa.

Sobre os INCTs

O programa INCTs consolida e forma redes de pesquisa com impacto em áreas
estratégicas e na fronteira do conhecimento. A lista abrange áreas como
agropecuária, biodiversidade, energia, nanotecnologia, problemas urbanos, questões
ambientais e tecnologias da informação e comunicação. Somente em saúde há
grupos dedicados a doenças cerebrais, genéticas, hormonais, negligenciadas e
tropicais, câncer, dengue, diabetes, obesidade e tuberculose, além do
desenvolvimento de vacinas, fármacos e medicamentos e de genômica comparativa,
medicina regenerativa, pesquisa com células-tronco, psiquiatria e resistência a
antimicrobianos.(Goiás Agora) 

Foto: reprodução 

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