Casa do Interior acolhe e acompanha paciente

Para passar o tempo e ocupar a mente, os usuários participam de atividades socioeducativas, como a Oficina Pedagógica, cujo objetivo é melhorar a qualidade de vida dos pacientes

Postado em: 20-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Para passar o tempo e ocupar a mente, os usuários participam de atividades socioeducativas, como a Oficina Pedagógica, cujo objetivo é melhorar a qualidade de vida dos pacientes

A Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) apoia o cidadão do interior que não tem onde ficar na capital durante tratamento médico, proporcionando ajuda e cuidado nos momentos difíceis. Esse trabalho é feito na Casa do Interior de Goiás. A Cigo conta com 120 leitos para fazer o atendimento, que oferece hospedagem, alimentação e transporte dentro de Goiânia, e acompanhamento multiprofissional. Em 2016, a unidade atendeu 3.888 pacientes e familiares.

Para passar o tempo e ocupar a mente, os usuários participam de atividades socioeducativas, como a Oficina Pedagógica, cujo objetivo é melhorar a qualidade de vida dos pacientes, além de promover descontração e entretenimento. A Oficina colabora para a redução da ansiedade de quem, muitas vezes, está fora de casa há muito tempo devido ao tratamento médico. “É um momento de integração e socialização. Eles relaxam, contam suas histórias, trocam experiências”, comenta a pedagoga Lucilene de Oliveira Lopes, uma das instrutoras.

Durante a Oficina Pedagógica são confeccionadas peças artesanais, como bonecas, peças decorativas feitas de garrafas pet; palhaços de tampinhas e tapetes. Toda a produção fica com os autores das peças. Segundo Lucilene Lopes, são comuns relatos de que o que foi aprendido passa a ser também uma fonte de renda. “Mantemos contato com muitos dos que passam por aqui. Alguns revelam que começaram a produzir e a comercializar em suas cidades o artesanato que ajuda a complementar a renda familiar”.

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Acolhimento

Uma das usuárias da Casa do Interior de Goiás, que participa da Oficina Pedagógica, é a dona de casa Euzânia Francisca Pires, de 56 anos. Moradora de Valparaíso de Goiás – cidade a 217 quilômetros de Goiânia – ela chegou à Cigo recentemente para tratamento de um câncer de pulmão no Hospital Araújo Jorge, onde está fazendo radioterapia. Ela conta que não tem parentes em Goiânia e que a Casa do Interior tem sido um grande suporte em sua busca pela cura. “Tive aqui acolhimento familiar. Isso faz a diferença. Com um quarto, cama para dormir, alimentação, transporte e a oportunidade de participar da Oficina Pedagógica, a gente levanta da cama com mais energia para enfrentar mais um dia de luta”.

Euzânia revela que nunca havia tido a chance de integrar uma oficina de aprendizagem de artesanato. “Isso aqui refresca a cabeça. Recentemente fiquei tão entretida que quase esqueci que era dia de consulta no hospital”, cita. “Estou pensando em fazer umas peças para dar de presente a filhas de conhecidos e, quando voltar para casa, vou ensinar as amigas a fazerem bonecas”, conta.

 

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