UnB estima um déficit orçamentário de R$ 105,6 milhões em 2017

A matriz orçamentária da instituição será 43,7% menor do que em 2016

Postado em: 21-02-2017 às 10h30
Por: Redação
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A matriz orçamentária da instituição será 43,7% menor do que em 2016

O Conselho de Administração (CAD) da Universidade de
Brasília aprovou, por unanimidade, o orçamento de 2017. A matriz
orçamentária para a manutenção da instituição será de R$ 105,9 milhões
este ano, 43,7% menor do que em 2016. O orçamento previsto para investimentos
também terá forte redução: de R$ 46,4 milhões no ano passado para
R$ 24,6 milhões neste exercício, o que representa queda de 47%. A
estimativa de déficit anual gira em torno de R$ 105,6 milhões.

“Nesse horizonte difícil, nossa perspectiva é de que a
redução não afete o repasse feito às unidades acadêmicas em valores
nominais”, explicou a decana de Planejamento e Orçamento, Denise Imbroisi.
“Estamos mantendo os recursos de 2016, que sabemos que também foram
baixos”, reforçou. A administração está, desde o início do ano, fazendo
uma avaliação da situação de todos os contratos da Universidade, de forma a
identificar gargalos e possibilidades de ajustes.

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A decana explicou aos conselheiros que a administração
chegou a ir ao Ministério da Educação no fim do ano passado, para tentar
aumentar a dotação orçamentária. “Fomos informados, contudo, que a UnB
deveria ter recorrido ao governo em agosto e que não havia muito o que fazer
àquela altura”, contou. Outro problema que a Universidade deve enfrentar
este ano é a queda da arrecadação de recursos próprios, vinda, principalmente,
dos aluguéis de imóveis. O orçamento ainda será submetido ao Conselho
Universitário (Consuni), que se reunirá na próxima sexta-feira (17).

Compras

Os conselheiros aproveitaram a reunião do CAD para
falar sobre as dificuldades do processo de compras na UnB. “É
impressionante como a gente não consegue vencer algumas barreiras que já
conhecemos”, criticou a diretora da Faculdade de Ciência da Informação,
Elmira Simeão.

O diretor da Faculdade de Tecnologia, Antônio César Brasil
Junior, apontou a necessidade de a instituição elaborar as atas de registro de
preço, que já existem em vários órgãos da administração pública e ajudam a
acelerar os processos de licitação. “Uma maior eficiência no setor de
compras exige dedicação em todos os níveis”, ressaltou.

O Decanato de Administração (DAF) estuda alternativas para
melhorar a aquisição de materiais e equipamentos. Uma das propostas é o
estabelecimento de unidades descentralizadas de compras. “Paralelamente,
há a questão do Sistema Integrado de Compras. O DAF fará um estudo para a
eventual aquisição desse sistema”, disse a decana, Maria Lucilia dos
Santos.

A reitora da UnB, Márcia Abrahão, destacou as conversas que
tem tido com a Advocacia Geral da União acerca do tema. Segundo ela, muitas
vezes, a Procuradoria Jurídica da Universidade barra os processos de licitação,
gerando enormes atrasos. “A nossa área jurídica presta assessoria, ela não
é um órgão de controle”, disse a reitora. “O mais difícil é mudar a
cultura nas áreas envolvidas, que estão fazendo o seu melhor, mas não estão
atendendo às necessidades da instituição”, completou.

Flexibilização

O CAD também aprovou
a indicação de novos membros para a comissão que discute a flexibilização da
jornada de trabalho dos servidores técnicos da Universidade. Um grupo já vinha
debatendo o tema ao longo do ano passado, mas sua formação ainda não havia sido
referendada pelos conselheiros.

“É muito importante que o primeiro CAD do ano aborde esse assunto”,
avaliou Mauro Mendes, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação
Universidade de Brasília. A comissão de flexibilização deve se reunir em breve
e estabelecer uma agenda de trabalhos. (SecomUnB)

Foto: Júlio Minasi/Secom UnB 

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