Superlotação leva Materno Infantil a bloquear internações

Segundo unidade de saúde, bloqueio visa garantir segurança dos pacientes já internados no hospital

Postado em: 26-04-2017 às 08h40
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Superlotação leva Materno Infantil a bloquear internações
Segundo unidade de saúde, bloqueio visa garantir segurança dos pacientes já internados no hospital


Caio Marx 

A direção do Hospital Materno Infantil (HMI) informou ontem (25) que foi obrigada a bloquear, por tempo indeterminado, novas internações nas unidades de Obstetrícia (Pronto Socorro da Mulher) e de Neonatologia, em virtude da superlotação enfrentada pela unidade.

Continua após a publicidade

Segundo a unidade de saúde, o bloqueio visa garantir a segurança dos pacientes já internados no hospital. Essa medida será mantida até que a Regulação Municipal efetive a transferência dos pacientes excedentes para outras unidades conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com a diretora geral Fabiana Negri e a diretora técnica Sara Gardênia, todos os órgãos reguladores, gestores e fiscalizadores já foram informados sobre o bloqueio. Com isso, os atendimentos só voltam ao normal depois da transferência de todos os pacientes excedentes.

Devido ao estágio de superlotação, os pacientes fora do perfil de atendimento do hospital, que estão classificados como branco, azul e verde ou de baixo risco, não terão previsão de atendimento dentro da unidade, pois serão priorizados os pacientes em situação de médio e alto risco, que estão classificados como amarelo, laranja e vermelho, que correspondem ao perfil de atendimento local.

Superbactéria

No mês passado, uma ala do hospital foi interditada por causa de uma superbactéria, comum em unidades fechadas com uso frequente de antibióticos. De acordo com a direção da unidade, a situação causou a morte de duas crianças. Outros quatro possíveis casos de infecção de recém-nascidos também foram analisados.

Posteriormente, médicos fiscais do Cremego estiverem no hospital para fiscalizar as condições de funcionamento da unidade e a relação entre o hospital e a central municipal de regulação de vagas na rede de saúde da capital. A fiscalização realizada constatou problemas graves, como a superlotação do hospital e a precariedade das instalações físicas, indicando que o hospital é passível de interdição ética.

Entre as ações apontadas como urgentes pelo Cremego, estão à reabertura dos 24 leitos desativados na Maternidade Dona Íris para desafogar o atendimento no Materno Infantil e a regulação de pacientes para a unidade, com o encaminhamento apenas de casos de média e alta complexidade.

Segundo o Cremego, o conselho defende a ampliação e readequação dos serviços no Materno Infantil, o aumento de leitos e de atendimento de obstetrícia na rede conveniada e a clara definição do perfil dos hospitais da rede pública. Além disso, o conselho vai continuar acompanhando a situação para garantir o atendimento à população e condições adequadas de trabalho médico. Nos últimos dias, a diretoria do Conselho reuniu-se por várias vezes com representantes do hospital, gestores da saúde e promotores em busca de soluções para a crise na unidade de saúde. 

Veja Também