Sol quente castiga goianiense

Mesmo com previsão de chuvas para o fim de semana, temperaturas continuarão altas

Postado em: 19-10-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Mesmo com previsão de chuvas para o fim de semana, temperaturas continuarão altas

Wilton Morais*

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A sensação térmica, em Goiânia, na tarde de ontem (18) girou em torno dos 33°C. A semana foi considerada a mais quente de todo o ano, mas ainda abaixo do dia mais quente, registrado na historia da cidade, o dia 17 de outubro de 2015, quando os termômetros marcaram 40,4°C. No sábado (14), os termômetros, na Capital, marcaram 39,2°C. 

Mesmo com a tendência de queda na temperatura dos próximos dias, o vendedor de frutas Joel Barbosa de Brito, 56 anos, conta que enfrenta a exposição solar com muito cuidado. “Estou nesse ponto desde o início do ano. Mas há 15 anos, eu iniciava os trabalhos embaixo do sol. Nessa semana foi a pior do ano. Tomei bastante água. Graças a Deus, hoje com quase 60 anos, eu nunca tive problemas de saúde por conta da exposição solar”, contou ao O Hoje. 

Joel que já trabalhou em Anápolis, abaixo da luz solar relatou que durante todos os anos do serviço procurou usar o protetor. “Mas ontem [terça-feira (17)] eu perdi o meu. Preciso comprar outro. Mas não tenho receio de pegar câncer, até porque sempre procuro me proteger sempre”, considerou a cerca dos raios ultravioletas.

Vendedor de amendoim, Ronaldo Santos de Jesus, relata que o trabalho no sol é perigoso para a saúde. “Essa exposição pode nos causar envelhecimento e rugas. Eu uso sempre um boné e uma camisa vermelha de manga longa. Isso para evitar a exposição direta ao sol. Parece até que estamos entrando em uma mata pegando fogo, sem lugar para correr”, disse Ronaldo.

Calorão 

Paulo Sérgio Oliveira dos Santos, vendedor de panos, trabalha na Avenida 136, há três meses. Por conta do desemprego, a alternativa foi à venda de panos para garantir a renda, mesmo exposto ao sol. “Eu chego aqui por volta das oito horas. Mas nunca tive dor de cabeça, por conta do sol. Não gosto de usar o protetor solar, porque provoca coceira. Mas sempre procuro colocar uma camisetinha, um chapéu”. 

A respeito do calor que atingiu Goiânia, Paulo considerou que foi preciso tomar água além do normal. “Essa semana fez muito calor. Precisei tomar água gelada, fora do normal e o tempo todo. De vez em quanto procurei tomar um suco, um refrigerante, para dar aquela refrescada”.

De acordo com o vendedor, com o calor seria possível até fritar ovos no asfalto. “Mas é a vida, sem outro emprego. Temos que enfrentar. O calor é demais. É capaz de conseguirmos fritar um ovo nesse asfalto”, disse. “Mas eu nunca fiz essa experiência não, mas nesse calor eu não duvidaria. No asfalto o calor é pior. Os caminhões, os carros todos com temperaturas bem elevadas, colaboram para aumentar a nossa sensação térmica”, complementou.

Cuidado

Em entrevista ao O Hoje, o cirurgião geral Luiz Carlos esclareceu que no período de calor a orientação é usar o protetor e roupas cobertas, principalmente em horários onde a incidência dos raios é maior e em momentos mais quentes. “Horários em que pode haver lesões na pele. Isso não quer dizer que em um dia a pessoa irá ter o câncer. Das 9h às 16 h, a incidência de raios é muito maior, então há um risco maior de elevar os riscos para a aquisição de doenças”, disse.

De acordo com o médico, o principal problema diante das altas temperaturas são as queimaduras. “Mas o maior problema mesmo é a queimadura. Que pode chegar até em segundo grau, a pele resseca, pode dar febre, desidratar”.

Na questão pulmonar, o cirurgião assegurou que os efeitos não são por conta do calor. Mas pela umidade baixa. “Isso propicia alergias, principalmente questões virais, como conjuntivite, que podem aparecer por conta da baixa umidade. Temos que ficar atentos, principalmente com as crianças e idosos. No caso do idoso, por exemplo, eles não sentem a sede e a hidratação fica comprometida. E na criança pela falta de noção, em não tomar a água”, explicou.  

Chuvas devem chegar a Capital neste fim de semana 

No próximo fim de semana, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), poderá haver chuva no sábado (21) e domingo (22). Mesmo assim, a temperatura no fim de semana pode chegar à máxima de 39°C, novamente. A mínima deve ser de 20°C a 22°C, considerando os dois dias.

Na terça-feira (17), mesmo com o calorão, alguns pingos caíram na cidade. Mas de acordo com o Inmet, não houve registros nas estações meteorológica devida a baixa quantidade. Porém, a nebulosidade já começou a aumentar na Capital, e o tempo deve ficar instável nos próximos dias. 

Saúde

A mudança climática também pode causar mudanças físicas para a população. “Principalmente para os idosos, a mudança bruta de temperatura causa ao corpo, que ainda está se adaptando ao calor. E quando vem a chuva, o tempo de resposta do corpo de uma criança e de um idoso é mais lento. Por isso, pode haver maiores infecções virais. E consequentemente, uma produção de muco nasal maior nessa população”, considera o cirurgião geral, Luiz Carlos.

As opções viáveis para a população são no momento muita hidratação e fugir da umidade baixa, com a toalha molhada no quarto. “Sei que é difícil, pois nessa época usa-se muito ar condicionado e ventilador. Mas se a manutenção não tiver em dias, o ar condicionado levará mais partículas para o ambiente e isso causará mais infecções e alergias. E a alergia pode afetar o nariz, a faringe e laringe, além do ouvido. Podendo causar conjuntivite. Já o ventilador só sopra a poeira de um lado para o outro, o que também pode causar essas alergias”, explicou o médico, Luiz Carlos. 

Durante o período de mudança no clima, os sintomas alérgicos são normais, considerou o cirurgião geral. “O cuidado que se deve ter é em observar se a tosse esta carregada e o catarro escurecido. Há grande chance de a alergia se tornar um lugar propício para a proliferação bacteriana. Então procure um médico, principalmente se tiver febre. Não há cuidado especifico, mas é preciso ter cuidado nos casos de uma complicação”, considerou. (Wilton Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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