Homicídios eram planejados na prisão

Além de assassinatos, outros crimes como tráfico de drogas e roubos partiram de dentro das unidades prisionais do estado

Postado em: 24-11-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Além de assassinatos, outros crimes como tráfico de drogas e roubos partiram de dentro das unidades prisionais do estado

Marcus Vinícius Beck*

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Organizações criminosas foram alvo ontem (23) de operação contra integrantes de quadrilha que articulavam crimes dentro dos presídios em Goiás. A operação, que foi comandada pela Polícia Civil, cumpriu 87 mandados de prisão, 87 de busca e apreensão e 51 de apreensão em onze cidades do estado. O grupo é suspeito de promover homicídios, roubos e tráfico de drogas em outros estados do país. 

Denominada Isonne, a operação é coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). O delegado Breyner Vasconcelos Cursino, que está à frente do caso, disse que as ordens para os crimes eram dadas de inúmeras formas. Ele afirmou que os detentos, muitas vezes, usavam telefone, cartas e bilhetes para se comunicar e, com isso, promover ações criminosas. 

Segundo o delegado, os celulares entraram nas unidades prisionais de várias formas. Inclusive, advogados e familiares são suspeitos de terem facilitado que os objetos chegassem aos presos. A Operação Regalia, que foi deflagrada na última segunda-feira (20), investiga o envolvimento de alguns servidores nas práticas criminosas e, como o próprio nome da operação diz, o fornecimento ‘regalias’ aos detentos. 

Outros 15 mandados foram expedidos contra pessoas suspeitas de cometeram delitos do lado de fora do cárcere. As outras ordens de prisão eram para quem já estava dentro dos presídios. Até o final da manhã de ontem, 90% dos mandados foram cumpridos. Cursino confirmou que o aval para que os delitos fossem executados partiam de dentro dos presídios, e que, na maioria das vezes, os criminosos eram pessoas “perigosas”.

A intenção da polícia era efetuar a operação para evitar que os presos fossem soltos e voltassem a cometer crimes nas ruas. Segundo o delegado, a corporação já tinha a informação de que vários criminosos seriam colocados em liberdade. No entanto, com a operação, vários presos seguiram no cárcere. 

Medidas 

Algumas medidas para evitar que os presos fossem soltos e, com isso, voltassem a cometer crimes já foram tomadas. Pelo menos é isso que garante a polícia. Mas as ações ainda não foram divulgadas por questões de segurança. O titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Breyner Vasconcelos Cursino, disse que as investigações possuem caráter contínuo, e que em breve a sociedade terá operações contra as facções que agem dentro dos presídios.

O tenente-coronel Newton Castilho, que é superintendente de execução penitenciária, afirmou que o trabalho para combater a criminalidade dentro dos presídios é realizado por várias mãos. Para ele, o estado não se omite sobre o crescimento do crime organizado e, por isso, as ações possuem tudo para dar certo. Castilho destaca que o trabalho tem de ser contínuo. Além disso, a Polícia Militar (PM) informa que reforço o policiamento nas cidade em que houve a operação. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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