Detentos causam rebelião e mortes em presídio de Aparecida de Goiânia

Cerca de 300 presos fugiram. Nove pessoas vieram à óbito, todas carbonizadas. Cinco vítimas foram resgatadas com vida pelas equipes CBM-GO, outras oito foram transportadas pelo Samu ao Huapa

Postado em: 01-01-2018 às 18h30
Por: Lucas de Godoi
Imagem Ilustrando a Notícia: Detentos causam rebelião e mortes em presídio de Aparecida de Goiânia
Cerca de 300 presos fugiram. Nove pessoas vieram à óbito, todas carbonizadas. Cinco vítimas foram resgatadas com vida pelas equipes CBM-GO, outras oito foram transportadas pelo Samu ao Huapa

Naiara Gonçalves

O primeiro dia do ano não foi nada seguro em alguns dos principais presídios de Goiás, principalmente na Região Metropolitana da Capital, na cidade de Aparecida de Goiânia.

Um motim entre presos em Santa Helena resultou na transferência de seis presos para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

Continua após a publicidade

Santa Helena  

Por volta das 00h15 desta segunda-feira (1°), um agente de plantão foi rendido na unidade prisional de Santa Helena. Em seguida houve tumulto na ala A, onde presos tentaram invadir a ala B com a intenção de executar vingança motivada por rixas anteriores. Os presos da Ala B reagiram e começaram a quebrar os cadeados das celas.

Os demais servidores de plantão na unidade acionaram a Polícia Militar, que deu apoio na área externa da unidade . O Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope) efetuou a liberação do servidor feito refém.

Após procedimentos de contenção, nove presos feridos foram encaminhados para atendimento na enfermaria do presídio e retornaram às suas celas. Seis presos identificados como autores do motim foram recambiados e transferidos para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia para cumprir Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).

Rio Verde

No meio da tarde desta segunda-feira, a Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) informou que durante a virada do ano também ocorreu tumulto entre presos da unidade prisional de Rio Verde. Houve intervenção por parte dos agentes de plantão e os responsáveis foram autuados na Delegacia de Polícia Civil do município. 

Aparecida de Goiânia

No final da tarde desta segunda-feira (1°) equipes do Corpo de Bombeiros Militar (CBM-GO) foram acionadas para controlar o incêndio na Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. De acordo com dados divulgados pela assessoria de imprensa do CBM-GO, foram empenhados 20 bombeiros militares em sete viaturas. 

Nove pessoas vieram à óbito, todos carbonizados. Cinco vítimas foram resgatadas com vida pelas equipes CBM-GO, outras oito foram transportadas pela Agência Prisional e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Todas as vítimas foram encaminhadas para o Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa). Cerca de 300 presos fugiram.

Nota oficial da Seap à imprensa:

A Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) informa que, na tarde desta segunda-feira (1º/01/18), os presos da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, se rebelaram.

Presos que estavam na ala C,  invadiram as ala A, B e D e houve confronto que resultou na morte de nove detentos e ferimento em outros 14. Os feridos receberam atendimento médico e já retornaram para a unidade.

Os rebelados incendiaram a unidade prisional e corpos ficaram carbonizados. Os bombeiros controlaram as chamas e a Polícia Técnico-Científica está no local para a identificação dos corpos.

Cento e seis presos do grupo de bloqueados, que cumprem pena fechados, aproveitaram a confusão e fugiram. Desses, 29 foram recapturados pelas forças de segurança pública.

Outros 127 apenados saíram da unidade durante a confusão, mas retornaram quando foi restabelecida a normalidade no local.

Por volta das 16h, o presídio foi retomado pelo Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope), com  apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

O Grupo de Radiopatrulha Aérea (GRAer) da Polícia Militar também deu apoio no local, desde o início da rebelião, na contenção de fugas e na recaptura de foragidos. 

Nesta terça-feira (2) haverá uma coletiva à imprensa com o superintendente executivo de Administração Penitenciária, tenente coronel Newton Castilho, para esclarecer dúvidas por parte dos veículos de comunicação.

Com informações do Corpo de Bombeiros e da Seap 

Veja Também