Projeto troca lixo reciclável por materiais escolares
O projeto, chamado de Dengue Móvel, tem apoio do poder público e de empresas do município e segundo a organização, latinhas, garrafas e pneus são aceitos para troca
Por: Sheyla Sousa
Objetos que poderiam servir de criadouro do mosquito Aedes aegypti são trocados por materiais escolares em Ipameri, no sudeste do estado. A iniciativa existe há seis anos e busca incentivar a luta contra a dengue e os estudos de crianças carentes. O projeto, chamado de Dengue Móvel, tem apoio do poder público e de empresas do município e segundo a organização, latinhas, garrafas e pneus são aceitos para troca.
De acordo com o gerente de endemias da cidade, Fabiano Gomos, que participa da troca, o projeto tem dado resultado. “O principal objetivo é retirar esse material que está acumulando água no quintal para ser trocado por coisas que vão ajudar as crianças a começar o ano na escola. Então unimos o útil ao agradável, eliminando criadouros do Aedes aegypti aqui no nosso município”, explicou.
Muitos moradores participam do projeto para incentivar as crianças a darem continuidade aos estudos. O pedreiro Flávio Vaz, tem três filhos e busca conseguir o máximo possível que eles vão precisar através da iniciativa. “As crianças estão precisando para estudar, então é uma mão na roda”, concluiu.
O aposentado Hélio Estrela Vaz juntou mais de 300 garrafas, com o material, ele conseguiu economizar cerca de R$ 30 e trocou por três cadernos de dez matérias no ponto de trocas. “Vamos acabar com esses mosquitos e essas doenças que o mosquito transmite. Ainda ajuda na educação das crianças”, completou.
A estudante Emily Caroline Santos, que também participou da iniciativa e conseguiu pegar alguns itens para o ano letivo, afirmou que o projeto é inteligente por conseguir limpar a cidade e ajudar a população ao mesmo tempo. “Faz bem para a cidade, porque acaba com as garrafas de um jeito que pode reciclar e acaba com a dengue e ajuda muitas pessoas também”, conclui.
Números
Em 2017 foram registrados 33.580 casos de dengue no Estado, número quase 50% inferior a quantidade de 2016 (61.089), os dados ainda preocupam devido a alta proporção de situações graves. “De cada mil notificações, quase duas foram consideradas de maior gravidade”, pontua a superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim. Os óbitos por dengue chegaram a 15 no ano passado.
Em relação à chikungunya, a preocupação se dá diante do aumento dos casos que tem origem no próprio município. Das 12 confirmações, seis ocorreram em pessoas que se infectaram em Goiânia. A doença desperta o alerta das autoridades em saúde devido a vulnerabilidade da população ao vírus. Em 2017 foram notificados 85 casos da febre na Capital. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)