Rede de alta tensão passará por 8 bairros

"Linhão" ameaça residências, mas Celg diz que está tudo dentro dos "conformes"

Postado em: 22-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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"Linhão" ameaça residências, mas Celg diz que está tudo dentro dos "conformes"

Marcus Vinícius Beck*

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A Companhia de Eletricidade de Goiás (Celg), que foi adquirida pela empresa Enel em 2017, conseguiu na última semana uma liminar na Justiça para instalar uma rede de transmissão de alta tensão em oito bairros de Goiânia. O linhão, como é conhecida a rede, ligará as estações de energia de Carajás e Atlânitco, e deve passar próximo a 600 residências. Preocupados, os moradores do Setor Santa Rita chegaram a fazer uma vigília para evitar que as obras continuassem, pois eles argumentam que ela pode trazer inúmeros prejuízos às suas saúdes. 

Por meio de nota, a Celg afirmou que a linha de distribuição “é essencial para melhorar a qualidade do fornecimento de energia elétrica na Região Metropolitana de Goiânia”. De acordo com a empresa, a medida trará mais garantia de que o sistema elétrico irá atender “clientes residenciais, comerciais e industriais”. A Celg ainda disse que o traçado da obra foi pensado para ter “menor impacto possível”. E, por fim, disse que tem buscado o diálogo “constante” com a população. 

Novela

As obras da linha de transmissão da rede de alta tensão da Companhia de Eletricidade de Goiás (Celg) estavam paralisadas desde julho no Parque Anhanguera, na região sudoeste de Goiânia. No mesmo mês, os líderes da associação de moradores se reuniram na Câmara de Vereadores para falar sobre os perigos. Eles tentavam há mais de dois anos paralisá-las, mas a Celg afirma que o projeto, elaborado há 10 anos, está correto e não há nada fora do normal nele.

Em declaração ao O Hoje, a moradora do Parque Anhanguera Soraia Tereza Petrone, 53, afirmou que as obras na rede de transmissão de alta tensão estão travadas desde 2015. De acordo com ela, o projeto trará melhorias para a região, mas é preciso pensar formas alternativas de fazê-lo. “Afetar 20 mil pessoas para abastecer o setor de Campinas não faz sentido”, argumentou. “Se as obras tiverem início, a gente vai oferecer, sem dúvida, alguma resistência”, finalizou. 

O movimento de moradores chegou a relatar os episódios protagonizados pela Celg ao Banco Internacional de Desenvolvimento (BID), que é responsável pelo financiamento do Parque Anhanguera. Os moradores argumentavam ainda que, tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) como a Associação Brasileira de Normas e técnicas (ABNT), estão ao lado dos moradores, pois as duas entidades prevêem que é necessária uma distância mínima entre as redes de alta tensão e as casas de moradores. Distância essa que não é respeitada, segundo os próprios moradores.   

Impasse

A novela entre os moradores do Parque Anhanguera e a Celg está longe de ter um desfecho. Várias reuniões entre as partes foram marcadas, mas nada foi resolvido. E, diante deste cenário, as obras podem voltar na região. De acordo com Soraia Tereza Petrone, “conversamos com um engenheiro e ele nos disse que há, de fato, uma saída”. Essa saída seria a passagem subterrânea da rede. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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