Competitividade no mercado influencia no aumento de assédio moral nas empresas

Pessoas que sofrem assédio moral podem desenvolver problemas de saúde, como a Síndrome do Pânico, Síndrome de Burnout, depressão, estresse emocional, levando até mesmo, ao suicídio

Postado em: 25-01-2018 às 14h15
Por: Victor Pimenta
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Pessoas que sofrem assédio moral podem desenvolver problemas de saúde, como a Síndrome do Pânico, Síndrome de Burnout, depressão, estresse emocional, levando até mesmo, ao suicídio

Uma pesquisa feita pela agência de empregos Vagas.com mostra que, em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, o assédio moral torna-se mais comum do que se pensa. Os dados mostram que 52% dos entrevistados disseram ter sofrido algum tipo de assédio, sendo 84% desses casos praticados pelos chefes
das vítimas ou por alguém que possuía um cargo maior.

De acordo com o Presidente da Comissão de Direito e Processo
do Trabalho da OAB São Caetano do Sul, Dr. João Paulo Tavares, configura o
assédio moral quando uma pessoa é constrangida, ofendida e humilhada por outro
indivíduo em atos repetitivos, ou seja, há uma exposição prolongada da mesma
pessoa, em situações vexatórias. 

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“O assédio moral é dirigido contra uma pessoa
com o objetivo de desestabilizá-la e, não é um ato único, por isso é chamado de
assédio, onde as ações de humilhações são recorrentes. Para tanto, é preciso
que a vítima não fique calada e denuncie a situação em que está vivendo”,
explicou Tavares. 

Ainda segundo a pesquisa, 87,5% dos
entrevistados relataram não denunciarem esses atos pelo medo de sofrerem
represálias e, principalmente, perder o emprego. E mais, aqueles que disseram
denunciar o assédio moral, 74,6% afirmou que os agressores continuaram na
empresa mesmo após a denúncia e não foram punidos.

Dr. Tavares reforça que o assédio moral é motivado pela
pressão diária que os funcionários sofrem dentro das empresas que, na maioria
das vezes, compromete a qualidade de vida no trabalho. Alguém que vive o
assédio moral pode desenvolver problemas de saúde, como a Síndrome do Pânico,
Síndrome de Burnout, depressão, estresse emocional, levando até mesmo, ao
suicídio. 

“E ainda, por estarem envolvidos com suas responsabilidades e na
busca constante de entregar resultados, a maioria dos funcionários mal percebe
que, talvez, sofra assédio moral. Porém, os malefícios aparecerão na saúde”,
salientou.

Além disso, o Dr. Tavares conta que o assédio moral ainda
não é caracterizando como crime, mas algumas das condutas inseridas nas ações
desempenhadas, podem ser consideradas um delito, e o assediado pode processar o
agressor por danos morais ou calunia e difamação, por exemplo. 

“Preocupadas em
manter um clima saudável nos departamentos, algumas empresas criaram canais de
comunicação para esse tipo de situação, onde a vítima é mantida no anonimato. A
pessoa que sofre assédio precisa sair do isolamento e, se mesmo assim, não se
resolver, procurar então um advogado especializado para que seja aberto um
processo judicial”, salientou.

As principais reclamações de assédio no trabalho podem ser vistas abaixo:

– Colocar prazos impossíveis de serem cumpridos;

– Forçar a demissão do funcionário;

– Não atribuir nenhuma tarefa ao indivíduo;

– Colocar apelidos que humilham a pessoa;

– Humilhação pública;

– Tirar instrumentos de trabalho do funcionário.

Foto: Divulgação

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