Ano teve 300 fugas de detentos

Cinco casos de fugas ocorreram em janeiro, mês em que rebeliões assombraram o sistema penitenciário de Goiás

Postado em: 19-02-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Cinco casos de fugas ocorreram em janeiro, mês em que rebeliões assombraram o sistema penitenciário de Goiás

Gabriel Araújo*

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O ano de 2018 já conta com quase 300 fugas de unidades prisionais e centros de reeducação no estado de Goiás. Somente no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da Capital, três rebeliões foram responsáveis pela fuga de 243 presos.

De acordo com a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), 118 presos foram recapturados, além de 39 reeducandos que escaparam de centros de atendimento socioeducativo e de reinserção na sociedade. Os números equivalem a apenas 54% de recapturas.

Reclamações

A principal reclamação dos detentos está na superlotação dos presídios. Levantamento feito por representantes da Justiça, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) e Ministério Público de Goiás (MPGO) apontou que a unidade de semiaberto do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia abrigava no momento da rebelião 1.254 presos, número 210% acima de sua capacidade.

Estudo realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) apontou que são disponibilizadas 9.409 vagas nas 156 unidades prisionais do estado, mas quase 20 mil presos estão no sistema prisional.

Segundo dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) divulgados em dezembro do ano passado, o Brasil conta com 726.712 mil presos, cerca de 40% são presos provisórios. O relatório, apresentado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça coloca o sistema prisional brasileiro com 368.049 vagas, ou seja, cerca de dois presos por vaga.

Rebeliões

O Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia foi alvo de três rebeliões na primeira semana do ano, na segunda-feira (1º) teve nove mortos, 14 feridos e registrou cerca de 242 fugas. A segunda rebelião ocorreu na quinta-feira (4), foi controlada pela PM e não teve vítimas, mas resultou em uma fuga. A última ocorreu na madrugada da sexta-feira (5) e foi controlada pela polícia militar, que afirmou que nenhum preso foi ferido.

Já no dia 6 de janeiro, a Penitenciária de Luziânia, a 212 quilômetros de Goiânia, registrou a fuga de dez detentos. Segundo a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), a fuga aconteceu por volta de 11h, enquanto os presos tomavam banho de sol. Os foragidos serraram e estouraram os cadeados e a grade da cela 4 da ala A.

Casa do Albergado, na periferia de Goiânia, sofreu com a fuga de cinco detentos na noite de 10 de janeiro. Dois foram capturados pela Polícia Militar (PM) e realocados novamente no centro de detenção de regime semiaberto. Eles fugiram por um buraco na parede que dava acesso ao pátio externo.

A Penitenciária de Rio Verde também registrou fugas. No final de janeiro treze presos fugiram e dois morreram após troca de tiros com a Polícia Militar. Segundo a PM, eles serraram a grade da cela e do alambrado externo e tomaram a área externa da unidade prisional.

Já na última terça-feira (06), foi a Unidade Prisional de Vianópilis que registrou quatro fugas. Não ha informações sobre a recaptura de detentos.

Case

No início da segunda semana de janeiro, 14 adolescentes fugiram do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Goiânia, dos quais três foram novamente apreendidos. Eles utilizaram pedaços de ferro para agredir os educadores e fugir. De acordo com a direção do Grupo Executivo de Apoio à Criança e Adolescente (Gecria), os servidores agredidos e tiveram ferimentos leves.

Logo após a fuga dos agentes, o Ministério Público do Estado De Goiás (MPGO) foi ao local para vistoriar as condições de alojamento dos internos, do efetivo de agentes e também a estrutura física da unidade. A unidade tem capacidade para 160 internos e, no momento da fuga, havia cerca e 174 reeducandos. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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