Crise na educação de Aparecida

Os profissionais cobram o pagamento e o reajuste do piso salarial definido pelo Governo Federal, além do auxilio alimentação

Postado em: 15-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Os profissionais cobram o pagamento e o reajuste do piso salarial definido pelo Governo Federal, além do auxilio alimentação

Gabriel Araújo*

Um grupo de servidores da área de educação do município de Aparecida de Goiânia protestam em frente à prefeitura nesta quarta-feira (14). Os profissionais reivindicam a regularização do reajuste salarial, o pagamento do vale transporte e o cumprimento com o plano de carreira determinado pelo órgão.

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Segundo integrantes do grupo, os servidores não conseguem atender a população divido a grande quantidade de alunos e a consequente falta de estrutura. “Eles colocam os Auxiliares de Serviços Diversos, que são os porteiros, merendeiros, o pessoal da limpeza, para cuidar de crianças especiais. Profissionais que não tem uma especialização para cuidar de crianças deficientes”, afirmou uma funcionária.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) afirmou que apoia as reivindicações, mas que negocia com a prefeitura municipal para a realização de ações que busquem melhorias para os funcionários da rede de educação. “Essa paralisação não foi organizada pelo sindicato, foi um grupo que tem o direito de protestar assim como todos. O Sintego está com uma negociação aberta com a prefeitura e, por isso, não temos motivos para chamar os servidores para uma paralisação”, afirmou o presidente da regional de Aparecida de Goiânia do Sintego, Valdeci Português.

O Sintego ainda afirmou que deve entrar com uma ação judicial para garantir o reajuste deste ano de 6,81% da categoria. “Nós tivemos uma audiência com o prefeito e o que nos foi passado é que a prefeitura não tem condições de pagar o piso salarial devido ao limite de prudência, da Lei de Responsabilidade Fiscal, que não pode ser ultrapassado”, completou Português.

Os servidores informaram que desde 2014 os auxiliares da educação recebem um vale alimentação de R$ 40 por mês. O salário vem diminuindo desde o final do último pleito e, atualmente, é pago o salário mínimo. Eles ainda afirmam que a principal dificuldade enfrentada é a falta de profissionais, principalmente professores. Os que passaram no último concurso e aguardam para ser chamados.

O Sintego relembra que os servidores passam por dificuldades e que busca uma melhoria nas condições de trabalho na medida do possível. “São diversas demandas que os servidores estão lutando, a Progressões horizontais e verticais, a titularidade, a ampliação da carga horária dos agentes educativos”, concluiu Valdeci Português.

Números

De acordo com dados do Ministério da Educação, o município de Aparecida de Goiânia possui quase 94 mil alunos matriculados na pré-escola, ensino fundamental e médio. A rede pública de educação ofereceu este ano cerca de 14 mil novas vagas, sendo 9.437 para o ensino fundamental e 4.657 para o infantil.

Dados do Ministério da Educação informam que o município conta com 4.471 profissionais que trabalham na área, além disso, são 58 escolas de ensino médio, 173 que trabalham de quinta a oitava série e 78 creches e unidades de ensino pré-escolar.

Reajuste

O Ministério da Educação (Mec) reajustou em 6,81% o piso salarial de professores com jornada de 40 horas semanais. Este ano o salário passa a ser R$ 2.455,35 e passa a valer no mês de janeiro. De acordo com a Lei do Piso, criada em 2008, a legislação assegura que o piso deve ser reajustado seguindo a variação no valor anual mínimo nacional investido por aluno da educação básica definido pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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