Praça esportiva é reconstruída

Espaço deve voltar funcionamento no ano que vem. Engenheiro prefere não garantir data precisa para reabertura do local

Postado em: 21-03-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Espaço deve voltar funcionamento no ano que vem. Engenheiro prefere não garantir data precisa para reabertura do local

Marcus Vinícius Beck*

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A Praça Esportiva do Setor Pedro Ludovico, que serviu à prática de ao menos seis modalidades esportivas no passado, começou ontem a ser reformada. Após assinatura da ordem de serviço, o governador Marconi Perillo deu aval para que o projeto de revitalização saísse do papel. A expectativa é de que as obras no local durem de oito a dez meses. Entretanto, a empresa detentora da licitação prefere não trabalhar com prazo exato para a inauguração. Na visão da empresa, as obras dependem da liberação de verba por parte do Governo Estadual. 

Responsável pelas obras, o engenheiro civil Marcelo Henrique conversou com O Hoje na tarde de ontem sobre como se dará o andamento da reforma. De acordo com ele, não é possível frisar em que dia a Praça será entregue aos adeptos de práticas esportivas. “Ainda estamos aguardando a chegada do material necessário para dar os primeiros passos e caminhar rápido com a reforma”, diz. Henrique, proprietário da empresa que irá administrar as obras, disse que é impossível assegurar uma data prevista para término.

A reportagem foi até a Praça na tarde de ontem conferir se as obras para a reforma do local haviam de fato começado. Operários disseram à equipe que em um primeiro momento será construída uma guarita de segurança e depois todas as cercas serão modificadas. Caminhões e tratores despejavam materiais que serão usados para dar o ponta pé inicial nas obras. Mesmo assim, houve quem não se importasse com a poeira levantada pelos veículos que entravam e saíam do complexo esportivo. 

Treinando para uma competição de atletismo, o professor de educação física Jorge Henrique de Queiroz, 23 anos, relatou que duas vezes por semana corre por horas na pista de corrida que contorna um campo de futebol. “Não tenho muito escolha”, afirma o professor, acrescentando que o Poder Público acertou na escolha de reformar o local. “Antes aqui estava completamente abandonado pela Secretaria de Cultura, Educação e Esporte (Seduce) e virou um paraíso para usuários de drogas e vândalos”.

Em 2013, ano em que a Praça foi fechada por conta má infraestrutura, os moradores do entorno da Rua 1015, no Setor Pedro Ludovico, reclamaram que a Praça de Esporte sofria com falta de pintura e iluminação. A casa do antigo administrador da Praça, por exemplo, estava parcialmente em ruínas e era usada como ponto de venda de drogas. Na época, houve um aumento no contingente da Polícia Militar (PM) na região, mas o problema da violência não foi resolvido. 

Reclamações

Clamando por reforma desde a década de 1990, a Praça Esportiva estava abandonada há cinco anos. O período mais trágico em sua história foi 2014, quando houve um orçamento de R$ 2 milhões e promessas de que a inauguração ocorreria no início de 2015.  Mas ficou apenas nisso. Neste meio tempo, usuários de droga tomaram conta do local. Casos de roubo e furto tiveram aumento considerável na região. Desde que o parque foi esquecido, a população do Setor Pedro Ludovico passou a transitar no entorno do lugar cada vez menos. 

Morador do Setor Pedro Ludovico há 50 anos, o jardineiro Edgar Oliveira Melo, 56 anos, disse que a prática esportiva do local, antes muito famoso, tornou-se inexistente nos últimos anos. “Cresci jogando futebol aqui, mas agora parece que esqueceram daqui”, lamenta. Melo ainda afirmou que “dói no coração” ver no que a Praça se transformou. “Gostaria de ver a Praça Esportiva reformada para que meu neto pudesse vir aqui bater uma bola com seus amigos, mas tudo o que consigo encontrar é esse mato alto, casos de violência e gente usando droga”.

O aposentado Divino Severino, 60 anos, questionou à reportagem sobre as obras. “Agora, as obras vão mesmo acontecer?”, indagou ele. Quando foi informado de que o projeto sairia do papel, ele disse que estava mais do que na hora, pois o lugar tornou-se reduto de criminosos. “A Praça estava há oito anos parada, mas em ano de eleição o pessoal dá um jeito de realizar obras, nem que seja somente para ir o nome deles nas placas que tinham na entrada dos espaços públicos”, afirma. 

Com mais de 50 anos de história, a Praça Esportiva ajudou na formação de jovens e contribuiu para a saúde de idosos. Até 2014, a extinta Agência Goiana de Esporte e Lazer (Agel) oferecia vagas para iniciação esportiva e atividades destinadas para o público de terceira idade, apensar que à época o local já apresentar sérios problemas de infraestrutura. Mato alto e vândalos passaram a integrar o dia a dia dos moradores da região.

Reformas

Nessa época, o governo estadual anunciou que pretendia transformar o local em Centro de Referência Estadual de Práticas Esportivas para Pessoas com Deficiência. Dos mais de R$ 2 milhões orçados para a reforma, apenas R$ 67 mil foram usados para realizar as adequações necessárias. O valor correspondia a primeira fase da construção. O repasse para que as obras andassem foram suspendidos após a extinção da Agel e a criação da Seduce.  

Obra está orçada em R$ 4,4 milhões 

A Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) informou ontem que a reforma da Praça do Esporte, no Setor Pedro Ludovico, está orçada em R$ 4,4 milhões. De acordo com a Agência, a ordem de serviço foi dada em na segunda-feira (12), o que provocou que os trabalhados fossem iniciados em uma semana. Em nota, a Agetop disse que “mobiliza equipamentos para o início da obra”, mesmo que já seja possível encontrar operários trabalhando no local. 

O anúncio de que haverá reforma no local trouxe alívio para a população. Morador do Setor Pedro Ludovico desde que nasceu, o jardineiro  Edgar Oliveira Melo afirmou que o espaço estavam completamente abandonado, sendo reduto do mosquito Aedes aegypti. “Nas piscinas, havia água parada e, bastava chover, para que os mosquitos se reproduzissem ali”, relata. Agora, diz ela, deve-se comemorar a reforma do projeto. 

Mesmo assim, a Secretaria de Educação de Cultura e Esporte de Goiás (Seduce) abriu vagas para alunos em três modalidades esportivas – vôlei, basquete e futsal – na Praça dos Esportes. Contudo, o espaço não contava com nenhuma quadra poliesportiva que proporcionasse que a prática dos esportes oferecidos pela secretaria. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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