Profissionais da Saúde criticam corrida por vacinas contra H1N1

Morte mais recente e que trouxe ainda mais pânico para a população foi a do médico pediatra da rede municipal Luiz Sérgio de Aquino Moura que faleceu no início do mês

Postado em: 08-04-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Morte mais recente e que trouxe ainda mais pânico para a população foi a do médico pediatra da rede municipal Luiz Sérgio de Aquino Moura que faleceu no início do mês

Katrine Fernandes*

Após a Secretaria de Vigilância em Saúde informar que a Campanha Nacional de Vacinação Contra Influenza A seria adiada devido a problemas na entrega das doses, a população de Goiânia tem ficado cada vez mais alarmada e com medo da contaminação. Com isso centenas de pessoas buscam a imunização por conta própria, e amanhecem nas portas das clínicas particulares para pagar pela vacina que, mesmo custando em torno de R$ 150 a R$ 200, faltam nos estoques.

Um novo boletim da Secretária Estadual de Saúde (SES) que foi divulgado semana passada afirma que já foram registrados 44 casos de H1N1, entre eles três mortes foram confirmadas no estado de Goiás. A morte mais recente e que trouxe ainda mais pânico para a população foi a do médico pediatra da rede municipal Luiz Sérgio de Aquino Moura que faleceu no início do mês.

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Amigos e parentes já haviam afirmado que o médico teria morrido em decorrer da doença, essa hipótese foi levantada, já que há indícios de que o profissional prestava atendimento aos pacientes sem os devidos equipamentos de proteção. Porém, a morte por H1N1 só foi confirmada por meio de exames na última quinta-feira (5). Outra preocupação que surgiu depois da morte do médico é com aqueles que já estão dentro das clínicas e hospitais em tratamento, o medo de estarem mais vulneráveis a contaminação do vírus H1N1 por estarem em um ambiente com mais riscos.

Segundo o professor e coordenador do curso de pós-graduação especialista em segurança dos pacientes em ambiente hospitalar do Instituto Health, Igor Bezerra, foi regulamentada em 2013 resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) número 36, que  faz com que as clínicas e hospitais assegurarem a proteção dos pacientes. “É preciso deixar os profissionais cada vez mais preparados para evitar erros em que o paciente fique exposto e adquira qualquer tipo de contaminação dentro do ambiente hospitalar”, argumenta.

Para a enfermeira Juliane Santana os risco de contaminação do vírus é uma via de mão dupla tanto para o paciente quanto para o profissional da saúde, e por isso é importante seguir os protocolos da Anvisa e do Ministério da Saúde  na hora do atendimento. É imprescindível que o profissional siga as precauções padrões, como higienização das mãos e utilização de máscaras cirúrgicas, já que a proliferação do vírus H1N1, na maioria das vezes, é por meio das vias áreas.

Juliane acredita que não há necessidade para pânico da população e garante que seguindo os cuidados recomendações é possível esperar até a campanha de imunização. Ela afirma ainda que quem foi vacinado no ano passado ainda está imunizado por causa da dose tomada na campanha passada. “É importante manter a higienização das mãos, sempre antes ou depois de qualquer procedimento ou com água e sabão ou com preparação alcoólica, e se necessário à utilização da máscara individual.” 

*Katrine Fernandes faz parte do programa de estágio do jornal O Hoje, sob supervisão de Naiara Gonçalves.  

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