Passagem pode aumentar, de novo

Combustível pode provocar outro aumento na tarifa de ônibus

Postado em: 24-05-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Combustível pode provocar outro aumento na tarifa de ônibus

Rafael Melo*

Apesar do reajuste determinado no início do ano, que aumentou o valor da passagem de R$ 3,70 para R$ 4,00, a RedeMob Consórcio declarou que a alta no preço do óleo diesel pode acarretar outro reajuste no valor da tarifa do transporte público, podendo chegar a R$ 4,40 o valor cobrado na Região Metropolitana de Goiânia. 

Segundo a entidade, houve um reajuste médio de 11% de janeiro a maio deste ano nos aumentos reiterados do preço do óleo diesel, percentual onze vezes acima do valor da inflação do mesmo período, fator que já elevaria o valor da tarifa de R$ 4,00 para R$ 4,30, atualmente.

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Diante disso, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) alega que o diesel é um dos principais insumos na execução do serviço e uma possível solução para evitar o aumento no preço das passagens seria um tratamento diferenciado na política de preços de reajustes de combustíveis, já que empresas do serviço de transporte público não têm como arcar com esses custos diante do cenário de crise que o país enfrenta. 

Em nota, a RedeMob Consórcio manifestou expectativas por mudanças significativas nas políticas públicas relacionadas ao diesel, a fim de trazer uma realidade muito diferente da atual e vislumbrada para o restante de 2018.

Em contrapartida, a Petrobras anunciou nesta quarta-feira (23), a redução nos preços da gasolina e do diesel em suas refinarias pelo segundo dia consecutivo. A partir de quinta-feira, (24), o preço do diesel terá redução de 1,15% e passará a custar R$ 2,3083, já a gasolina cairá 0,62% e custará R$ 2,0306 o litro. As quedas acumuladas chegam a 2,69% para a gasolina e a 2,67% para o diesel. Ainda assim, a gasolina acumula altas de 12,95% em maio, e de 16,76% em um mês. O diesel soma aumentos de 9,34% em maio, e de 15,16% em um mês.

Consequências 

Em discordância relacionada ao aumento da passagem no transporte público está a qualidade na prestação do serviço. Muitos usuários acreditam que o valor cobrado é um preço abusivo frente à competência do serviço oferecido. Após o aumento da tarifa, realizado em reunião da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) em janeiro deste ano, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) entrou com uma ação de improbidade administrativa contra o presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Fernando Meirelles, afirmando que a instituição não tem executado a organização, o planejamento e o gerenciamento do serviço de transporte público coletivo, o que reflete em desorganização do sistema e prestação de serviço inadequado pelas empresas concessionárias.

Outra consequência atual, resultante da alta no preço do diesel, no momento, é a manifestação nacional dos caminhoneiros que teve início no final da noite de domingo (20). O principal motivo do protesto é contra o preço do combustível aliado ao pagamento do piso pelo frete. Em Goiás, o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado (Sinditac-GO), Vantuir José Rodrigues, declarou que o protesto da categoria não tem data para terminar e, possivelmente, as manifestações vão continuar.

A manifestação da categoria também busca a aprovação do projeto de Lei 528 e sugere a criação de uma tabela compensatória para favorecer os motoristas que querem ser pagos por quilômetro rodado. Em Goiás, mesmo com diversos pontos afetados nas rodovias, a Polícia Rodoviária Federal declarou que os estados do Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina são os que possuem mais pontos de manifestação.

Além disso, começou a circular nas redes sociais nesta quarta-feira (23), a convocação de uma manifestação paralela com o objetivo de promover um dia sem combustível vendido em todo o país, devido à indignação de grande parte da população e não somente dos caminhoneiros. A ideia do protesto é o comando para que ninguém abasteça seus veículos nesta quinta-feira, (24), assim os distribuidores ficariam sem vender combustível por um dia. (Rafael Melo, especial para O Hoje) 

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