Calçadas terão as maiores alterações na Castelo Branco

Projeto criado em parceria entre Associação de Comerciantes e prefeitura municipal deve mudar mobilidade e melhorar qualidade das calçadas na Avenida Castelo Branco

Postado em: 14-08-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Projeto criado em parceria entre Associação de Comerciantes e prefeitura municipal deve mudar mobilidade e melhorar qualidade das calçadas na Avenida Castelo Branco

Gabriel Araújo*

O termo que dá início plano de revitalização da Avenida Castelo Branco, no trecho entre a Praça Ciro Lisita à região próxima ao Terminal do Padre Pelágio, foi assinado na tarde de ontem (13) e as mudanças devem afetar toda a estrutura da via, com mudanças nas calçadas para melhor acessibilidade dos pedestres.

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De acordo com o presidente da Câmara Temática de Agronegócios da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), Ricardo Cantaclaro, a acessibilidade será ponto essencial no projeto. “Esse acordo tem como objetivo melhorar a região e proporcionar mais conforto aos comerciantes e consumidores, acessibilidade para os moradores e a expansão das atividades econômicas da localidade”, conta.

O objetivo da ação, que conta com o apoio de empresários representados pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Goiânia (Codese), para a criação da iniciativa, é melhorar ainda mais a região que é considerada um dos mais importantes polos de vendas do agronegócio do país. “A maioria dos estados da região Centro–Norte do país vem a Goiânia realizar as compras e queremos trazer mais compradores de outros estados para conseguir manter e melhorar o benefício social e econômico que essa região traz para Goiânia”, completou.

No último mês de março foi anunciado que o projeto de alteração da Avenida Castelo Branco sairia do papel e se tornaria realidade para a população da região. Na época, uma equipe do jornal O Hoje percorreu a avenida para entender melhor qual a opinião dos comerciantes e trabalhadores que tiram seu sustendo do local. 

De acordo com o gerente de marketing de uma loja que vende produtos para animais, Anderson Oliveira, 23 anos, o projeto de revitalização só se torna interessante a partir de alterações profundas na estrutura da via. “Mas não adianta pôr um monte de faixa colorida no chão e dizer que isso é revitalização. É preciso fazer um pouco mais em prol de quem anda por aqui e daqueles que deixaram de frequentar as lojas da Castelo Branco”, afirmou.

Outro trabalhador, o gerente comercial Luiz do Couto Neto, 56 anos, relatou que a Castelo já teve seus anos áureos e que agora está sucumbindo devido aos problemas de mobilidade. “Há tempos o pessoal vem discutindo projetos de mobilidade para o local, mas até agora nada saiu do papel. Enquanto isso, a gente vem tendo prejuízo, porque tudo mundo pensa duas vezes antes de transitar pela Castelo Branco em determinados horários”, declara.

O projeto, assinado pelo prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), permite que uma nova forma de mobilidade seja implantada e garanta mais acessibilidade tanto para os veículos quanto para os pedestres. 

De acordo com o pesquisador na área de transporte pela Universidade de Brasília (UNB), Adriano Paranaíba, para resolver o problema de mobilidade nas grandes cidades é preciso um planejamento em todo o município e não ações específica. “É preciso ter um plano de mobilidade urbana, uma vez que é necessário refletir acerca do uso do carro”, afirma. “Mas acredito que deve-se deixar livre, conforme o critério de escolha de cada um, a forma de se mover pela cidade, pois o transporte público é bem ruim”, completa.

O projeto de revitalização da Agrovia Castelo Branco busca ainda realizar mudanças tanto na paisagem do local, além de medidas estratégicas que garantirão as condições para que a região se sustente enquanto polo de comércio agropecuário na Capital, atraindo mais compradores e novos investimentos. “Nossa ideia é atender bem o cliente e fomentar o comércio da região”, concluiu Cantaclaro.

Citando a situação da Avenida T-63, o estudioso lembra os problemas que ainda podem ser encontrados nas obras de mobilidade e acessibilidade. “Na T-63, por exemplo, o município colocou uma ciclovia cujas normas técnicas não atendem os 1,50 metros necessários de distância da rua”, conta.

Plano Diretor

O novo Plano Diretor de Goiânia, editado no início deste ano, trata a mobilidade urbana como um dos principais pontos no desenvolvimento de uma grande cidade. As alterações que devem ser realizadas na Avenida Castelo Branco visam facilitar a movimentação de veículos tanto na via, quanto nas paradas de estacionamento, o que deve ajudar nas vendas e melhorar o rendimento do polo agropecuário.

De acordo com o documento, a melhoria do sistema de mobilidade urbana se dá a partir de uma integração entre os sistemas de transporte coletivo, cicloviário, circulação de pedestres e rede viária, dotando-o de condições adequadas à acessibilidade universal, à segurança e a integração territorial do Município. “A estratégia envolve a acessibilidade universal, a infraestrutura viária, o gerenciamento do trânsito e o sistema de Gabinete do Prefeito Palácio das Campinas Venerando de Freitas Borges (Paço Municipal) transporte coletivo, mediante a adoção das ações definidas nesta Lei Complementar e dos planos, programas e projetos específicos a serem desenvolvidos de acordo com as diretrizes aqui estabelecidas”, estipula o plano. 

Pontos de ônibus na Avenida sofrem com ação do tempo 

Os abrigos utilizados pelos usuários do transporte coletivo na região da Castelo Branco estão sem condições estruturais, população reclama que os pontos de ônibus sofrem com acidentes de transito e não são recuperados.

Durante a reunião da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) no Paço Municipal no final do último mês de janeiro, que definiu o aumento no valor da passagem dos ônibus da Capital e Região Metropolitana, ficou definido também que os municípios passariam a ser responsáveis pela restauração dos abrigos dentro de seus territórios. 

A proposta partiu do secretário Fernando Santana (SMT) e transferiu para as prefeituras a obrigação de cuidar dos abrigos de ônibus de cada cidade.

O Plano Diretor, documento utilizado pelos órgãos públicos como forma de direcionamento para ações na cidade, define que o município é responsável pela implementação do “plano de instalação e recuperação de abrigos nos pontos de parada de embarque e desembarque, favorecendo a acessibilidade, o conforto e a segurança do usuário, bem como as demais ações constantes do Plano Diretor Setorial de Transporte Coletivo”, completa o documento.

Uma equipe do O Hoje entrou em contato com a Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh) questionando as condições encontradas na região, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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