Justiça arquiva investigações de casos ligados a desafios na internet

O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) informou que os casos aconteceram entre fevereiro e abril de 2018, após jovens participarem de um grupo virtual chamado ‘The H4ters’

Postado em: 21-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) informou que os casos aconteceram entre fevereiro e abril de 2018, após jovens participarem de um grupo virtual chamado ‘The H4ters’

Foi arquivada a representação da investigação sobre o suicídio de adolescentes ligado a desafios na internet. O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) informou que os casos aconteceram entre fevereiro e abril de 2018, após jovens participarem de um grupo virtual chamado ‘The H4ters’ (Os Odiadores). 

Segundo o juiz Jesseir Coelho de Alcântara, “os autos ficaram estagnados, motivando o arquivamento”. Jesseir destacou que as autoridades policiais pediram a quebra de sigilo das redes sociais, perfis e computadores apreendidos.

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Mas desde março do ano passado, não foi concluído o inquérito policial ou requerida outra diligência. Na investigação foi constatado que a morte de um dos garotos teve ligação com desafios em redes sociais que instigavam o autoextermínio.

No pedido para quebra de dados, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) discorreu sobre os dois suicídios. O primeiro caso, de um menino de 13 anos, foi constatado que a motivação foi relacionada a problemas pessoais e depressão.

No entanto, no segundo caso, as investigações da polícia apontaram que outro jovem, de 15 anos, fazia parte de grupos de uma rede social os quais incitavam o suicídio, como o ‘The H4ters’.

Casos

Em fevereiro, a morte do jovem Gabriel Carrijo Cunha Câmara, de 13 anos, chocou Goiânia. O jovem teria deixado mensagens em tom de despedida em um grupo no WhatsApp e se jogado, logo em seguida, do décimo andar de um prédio no Setor Nova Suíça. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o adolescente não resistiu aos ferimentos e morreu antes mesmo da chegada dos soldados.

Dias antes outros dois casos semelhantes de suicídio, envolvendo crianças e adolescentes, teriam acontecido. Um deles no mesmo dia em que Gabriel teria se jogado pela janela do apartamento da avó, de acordo com conversas obtidas junto a grupos de WhatsApp.

Em declarações feitas a parentes próximos, o pai da vítima relatou que o garoto não tinha histórico de depressão ou doença patológica e que gastava boa parte do tempo em jogos online e usando o tablet. O pai do garoto suspeita que o filho participasse de grupos suspeitos de jogos de desafios.

Conforme a Polícia Civil, os líderes desses grupos atraíam adolescentes com depressão e os incitavam a fazer desafios, como flagelos, culminando em tirar a própria vida. Durante as investigações, outros dois suicídios supostamente relacionados aos mesmos grupos ocorreram em Goiás. 

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