Sacolas de plástico podem estar com os dias contados nos comércios de Goiânia

Daniel Alves

Especial para O Hoje

Assim como aconteceu com os canudos de plástico, as sacolinhas de supermercado estão com os dias contados em Goiânia. A Câmara Municipal deve realizar votação para o projeto de lei que busca proibir a distribuição e comercialização do uso de sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais na Capital. A iniciativa da vereadora Sabrina Garcêz (sem partido) aguarda para entrar na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A expectativa é de que isso aconteça antes do recesso parlamentar, previsto para o dia 16 de julho. 

Segundo Sabrina, o intuito do projeto é minimizar os impactos na produção de resíduos plásticos pela população da Capital. “São inúmeros os estudos que mostram que a produção, consumo e descarte desses materiais se tornaram um problema em escala mundial. Há alternativas mais duráveis e baratas às sacolas plásticas, as eco bags (bolsas sustentáveis) são um bom exemplo disso”, afirma.

Para virar lei, o projeto precisa passar por duas votações no Plenário. “O mais importante é que ele força uma mudança de postura necessária frente ao desafio que é a redução de resíduos plásticos”, acrescenta Sabrina. No documento, apresentado em agosto do último ano na Câmara Municipal, a vereadora afirma que se o poder público municipal adotar a medida, servirá como exemplo para a população goianiense ao estimular o comportamento ambientalmente sustentável, protegendo a qualidade de vida da presente e futuras gerações.

Ainda de acordo com a vereadora, a meta é propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização de resíduos sólidos e, especialmente, reduzir a produção de lixo. “O grande aumento na produção de resíduos para atender o crescimento populacional exige uma mudança cultural de hábitos”, afirma ela no projeto de lei. 

A reportagem entrou em contato com a Associação Goiana dos Supermecados (Agos) para um posicionamento, mas não obteve resposta antes do fechamento. 

Leis já sancionadas

No Rio de Janeiro, a partir de hoje, o uso de sacolas de plástico está proibido nos estabelecimentos comerciais. A medida faz parte de uma lei estadual que obriga as lojas de varejo a substituírem as bolsas plásticas por modelos renováveis. Os supermercados tiveram um ano para se adaptar à retirada das sacolas plásticas convencionais. Quem descumprir a nova regra estará sujeito a multa de até R$ 34 mil.

O município de Belo Horizonte proíbe o uso de sacolas plásticas desde 2011. A lei foi aprovada em fevereiro de 2008 e os comerciantes tiveram mais de três anos para se adaptar. Os locais que não utilizarem sacolas renováveis estão sujeitos ao pagamento de multa no valor de R$ 1 mil e podem ser interditados.

Algumas redes de supermercado de Goiânia afirmam que já começaram a estimular os consumidores a adotar o uso de sacolas renováveis, como por exemplo as retornáveis, para contribuir com o meio ambiente.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), entre 500 bilhões e 1 trilhão de sacolas plásticas são consumidas em todo o mundo anualmente. No Brasil, cerca de 1,5 milhão de sacolinhas são distribuídas por hora. O órgão alerta que sacolas plásticas não são o maior vilão do meio ambiente, mas o seu consumo excessivo é. Uma das alternativas apontadas pelo Ministério é a do uso de sacos de papel.