Cresce o número de jovens matriculados no ensino médio no país

Dados foram divulgados pela ONG Todos Pela Educação, e aponta crescimento de 61%

Postado em: 26-06-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Dados foram divulgados pela ONG Todos Pela Educação, e aponta crescimento de 61%

Isabela Martins 

Levantamento aponta que o número de jovens de 15 a 17 anos cursando o ensino médio aumentou de 61% em 2012 para 68,7% em 2018. O percentual de jovens nessa faixa etária que frequentam a escola também vem crescendo e chegou a 91,5% em 2018. Os dados foram divulgados pelo Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2019 pelo movimento Todos Pela Educação com a Editora Moderna. A reportagem pediu dados em Goiás, mas a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que não conseguiria a informação em tempo hábil. 

Os dados são de acordo com as metas do Plano Nacional de Educação (PNE). “É um avanço estatisticamente significante, mas um avanço ainda tímido. O modelo que temos acaba fazendo com que adolescentes e jovens que saiam da escola e, mesmo os que frequentam a escola, não vêem um ambiente atrativo para seguir para encaixar a ideia de escolarização do ensino médio nos seus projetos de vida”, afirmou o coordenador de projetos do Todos pela Educação, Caio Callegari.

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Segundo levantamento, a conclusão do ensino médio ainda é um desafio. Em 2018, apenas 63,6% dos jovens de 19 anos matriculados concluíram o ensino médio. Já em 2012, dos jovens de 19 anos, 51,7% haviam concluído essa etapa do ensino.

Desigualdades socioeconômica e de raça

Outro fator é a desigualdade socioeconômica e de raça que interferem no acesso ao ensino. No ano passado, 75,3% dos jovens brancos entre 15 a 17 anos estavam matriculados nesta etapa de ensino. Entre os jovens negros da mesma faixa etária o percentual era de 63,6%, uma diferença de quase 12 pontos percentuais. “Boa parte das desigualdades educacionais está relacionada à desigualdade de financiamento tanto em relação a garantia de recursos mínimos quanto a gestão de recursos. Estamos dando menos recurso para quem tem que corrigir um passivo histórico de investimento em educação”, afirma o coordenador. 

O estudo traz ainda dados com relação à formação aos professores. No ano passado 48,7% dos docentes dos anos finais do ensino fundamental, que vai do 6ª ao 9ª ano tinham formação adequada. No ensino médio a taxa era de 56,3%, um aumento de 5,4 pontos no mesmo período.

“A última década foi marcada por avanços importantes, mas que de forma nenhuma desligaram a sirene de urgência de mudanças estruturais na educação brasileira. Ainda estamos muito distantes das metas estratégicas do PNE”, afirmou o coordenador. 

O anuário usa como base dados do Ministério da Educação e traz análises sobre os temas das 20 metas do PNE que foi sancionada em 2014 e estabelece metas para melhorar a educação até 2024.

 

Municípios gastam menos que o mínimo em Educação  

Um investimento público total por aluno de R$ 4,3 mil por ano, considerando um estudante do ensino fundamental da zona urbana que estuda em tempo parcial. Esse é o valor mínimo estimado pelo Todos Pela Educação para que a rede pública atinja bons resultados em aprendizagem no país.

O levantamento feito pela ONG, em 2015, ano mais recente com dados completos sobre financiamento público, mostra que 43% dos municípios brasileiros investiram menos do que o esperado. A estimativa levou em conta investimento realizado no ensino fundamental, do 1ª ao 9ª ano. O valor de R$ 4,3 mil por ano é o investimento considerando o mínimo necessário pela estimativa da entidade, mas ficar abaixo disso não representa uma ilegalidade.

O Anuário Brasileiro de Educação Básica está em sua oitava edição, e destaca os principais desafios a serem enfrentados para o país avançar na qualidade do ensino. Um dos destaques da pesquisa é o financiamento público da Educação e a desigualdade dos valores investidos pelas diferentes redes de ensino no país. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

 

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