Vaqueiro que matou gêmeos de 11 meses é condenado a 48 anos de prisão

Em vídeo divulgado pela Polícia Militar (PM), suspeito diz que cometeu crime em momento de fúria| Foto: Divulgação/PM

Postado em: 08-11-2019 às 08h55
Por: Redação
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Em vídeo divulgado pela Polícia Militar (PM), suspeito diz que cometeu crime em momento de fúria| Foto: Divulgação/PM

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Eduardo Marques

O vaqueiro Antônio Ribeiro de Barros foi condenado a 48 anos de reclusão pelo Tribunal do Juri da comarca de São Miguel do Araguaia, em regime inicial fechado, pelos homicídios de dois bebês, gêmeos de 11 meses, e tentativa de homicídio contra a ex-namorada, mãe das crianças. A sessão foi presidida pelo juiz Ronny Andre Wachtel e teve a participação dos advogados de acusação e defesa e dos promotores de Justiça Pedro Henrique Silva Barbosa e Caio Affonso Bizzon. 

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De acordo com a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Antônio Ribeiro Barros matou os dois bebês e tentou matar a mãe deles na noite de 7 de agosto de 2016, depois de arrombar a porta da casa em que moravam. As duas crianças – Davi Luiz Araújo de Paula e Lucas Felipe Araújo de Paula – foram arremessadas violentamente ao solo, por diversas vezes, até morrerem. Já Thaís Araújo Oliveira de Paula foi atacada com golpes de faca nas costas e pescoço.

Segundo o delegado André Medeiros, o episódio de violência aconteceu porque o rapaz não aceitava o fim do relacionamento com a mãe das crianças. “Ela era casada e se separou quando já tinha as duas crianças. Logo depois ela começou a se relacionar com o autor do crime, mas o namoro durou apenas um mês porque a família dela era contra”, relatou o delegado. 

Em vídeo divulgado pela Polícia Militar (PM), suspeito disse que cometeu crime em momento de fúria. Ele ainda relatou que a família dela não aceitava o seu relacionamento com Taís por causa da sua profissão de vaqueiro e que teria matado as crianças num momento de fúria. “Na hora foi fúria. Não aceitava o que ela estava fazendo comigo”, disse. Nas imagens, o acusado alegou que teve um relacionamento de 2 anos com Taís e que ela havia dito que ele era o pai verdadeiro das crianças. “O outro é só pai de papel”, afirmou.  

Na sessão do Tribunal do Júri, os promotores reforçaram a gravidade dos crimes e enfatizaram o fato de as vítimas serem bebês e ex-namorada do réu. Sustentaram ainda a necessidade de condenação do réu nos termos da denúncia. Ao proceder a pena em relação ao crime cometido contra Thaís Paula, o juiz Ronny Wachtel afirmou que as circunstâncias do crime denotam a insensibilidade e frieza de Antônio Barros, que chegou a quebrar a lâmina da faca nas costas da vítima. O magistrado ponderou também que o réu premeditou a ação delituosa, “esperando o momento certo para atacar, de modo que ele já estava rondando em torno da casa, esperando o namorado dela se ausentar do local, para então executar seu plano sangrento”. A pena para este crime foi fixada em 12 anos de reclusão.

Em relação aos irmãos Davi Luiz e Lucas Felipe, Ronny Wachtel analisou os dois crimes de maneira individualizada. Nas duas situações, ele afirmou que o réu matou de forma brutal, arremessando-as violentamente e por diversas vezes contra o chão. Segundo o juiz, Antônio Barros devastou uma família e encerrou a vida de crianças, demonstrando total ausência de compaixão e amor pelo próximo, além de ter provocado profundo abalo psicológico na mãe, “que teve o profundo desprazer de ver seu filho, ensanguentado e sem vida, lançado sobre o chão”. A pena, para cada um dos bebês, foi fixada em 18 anos de reclusão.

“O crime praticado é grave, considerado hediondo, e causou uma intranquilidade social”, explicou Ronny Wachtel ao manter o decreto de prisão preventiva de Antônio Barros. “Não faz qualquer sentido conceder-lhe a liberdade provisória nesta fase processual, principalmente porque há necessidade de garantir a aplicação da lei penal”.

 O Hoje não localizou a defesa do condenado, contudo esclarece que o espaço continua aberto para manifestações, caso haja interesse. 

 

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