Casal é preso suspeito de matar homem que viralizou após enterrar a mãe sozinho

Mulher teria incentivado a vítima a fazer uma vaquinha virtual para custear tratamento renal e confessou ter planejado o crime por não ter recebido parte do dinheiro - Foto: Reprodução.

Postado em: 15-07-2020 às 11h15
Por: Redação
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Mulher teria incentivado a vítima a fazer uma vaquinha virtual para custear tratamento renal e confessou ter planejado o crime por não ter recebido parte do dinheiro - Foto: Reprodução.

Marcella Vitória

A Polícia Civil (PC) prendeu um homem e uma mulher, ambos de 22 anos, que são suspeitos de terem assassinado, no final da semana passada, em Aparecida de Goiânia, José Ricardo Fernandes, de 44 anos. Segundo a corporação, a mulher teria ajudado a vítima a juntar R$ 40 mil em doações para tratamento de uma doença renal crônica, combinou de receber parte do valor, mas não teria sido paga.

As investigações apontaram que ela, então, criou um perfil falso em uma rede social e contratou um “matador de aluguel” para ajudá-la a cometer o crime.

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A vítima ficou conhecida há cerca de um ano, após publicar uma selfie mostrando que teve de velar e enterrar a mãe sozinho e foi morto em casa, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Foi nesta época que a investigada se aproximou de José Ricardo para ajudá-lo, sensibilizada com a situação dele, de acordo com a PC. 

Planejamento

Conforme as investigações, a autora teria se aproximado da vítima, em 2019, e passou a auxiliá-lo na divulgação de sua história pela internet e auxiliá-lo com afazeres domésticos. 

As pessoas que ficaram sensibilizadas por terem visto José Ricardo velar e enterrar a mãe sozinho, mesmo passando por muitas dificuldades com a própria saúde, foram ajudando, até que a vaquinha acumulou cerca de R$ 40 mil.

As apurações indicaram que a jovem presa combinara com a vítima de receber parte desse dinheiro, que deveria ser usado no tratamento de saúde de José Ricardo. No entanto, segundo a corporação, ela não foi paga, o que teria motivado-a a contratar uma pessoa para ajudá-la no crime.

Crime

A Polícia Civil apurou que, na sexta-feira (10), a mulher e o “matador de aluguel” foram à casa de José Ricardo. Ela chegou antes e foi autorizada a entrar pela própria vítima e, mais tarde, o jovem chegou se passando por um doador de cesta básica e também entrou.

As investigações apontaram que, horas depois, a vítima foi “gravemente espancada” pelo jovem e que, não convencida de que a vítima morreria, a mulher ateou fogo a ele.

José Ricardo morreu no domingo (12), menos de dois dias após ter 80% do corpo queimado durante incêndio na casa onde morava, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Quarto e banheiro da quitinete em que a vítima morava ficaram danificados. 

Velório da mãe

José Ricardo ficou conhecido em agosto de 2019, depois que, em um momento de revolta, publicou uma selfie com o corpo da mãe dizendo que ninguém além dele apareceu no velório ou enterro dela. A publicação teve mais de 300 mil curtidas em uma rede social.

A cena sensibilizou muitos internautas, e o homem ficou conhecido na internet. À época, ele contou que os parentes estavam espalhados por várias partes do estado e do Brasil, e que, mesmo sabendo da situação da mãe dele, não telefonaram ou visitaram.

Apesar de revoltado e chateado com toda a situação, ele afirmou que esperava que a história dele inspirasse os filhos a cuidarem dos pais. 

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