OAB oferece apoio ao advogado que alegou ter sofrido racismo em agência bancária

Em nota, a OAB-GO disse que repudia qualquer tipo de veemência, qualquer contexto envolvendo seus inscritos ou qualquer outro cidadão. - Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal

Postado em: 29-09-2020 às 14h22
Por: Raphael Bezerra
Imagem Ilustrando a Notícia: OAB oferece apoio ao advogado que alegou ter sofrido racismo em agência bancária
Em nota, a OAB-GO disse que repudia qualquer tipo de veemência, qualquer contexto envolvendo seus inscritos ou qualquer outro cidadão. - Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal

Ana Julia Borba

Um advogado negro fez denúncia alegando ter sofrido racismo ao ser barrado no Banco do Brasil em Anicuns, na região central de Goiás. Jonas Batista Araujo Silva, de 32 anos, disse que ao tentar entrar na agência para acompanhar sua cliente, ele foi barrado pelo segurança alegando que o espaço teria atingido o limite de pessoas.

Ainda em depoimento, Jonas registrou na ocorrência que várias pessoas não brancas estavam entrando tranquilamente no local. Em resposta ao ocorrido, o Banco do Brasil disse que as agências estão com limite máximo de pessoas e que o advogado entrou posteriormente ao novo regramento.

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A Ordem dos Advogados (OAB-GO) se manifestou pelo caso e disse oferecer qualquer ajuda ao advogado. “A OAB-GO informa que já entrou em contato com o advogado oferecendo apoio e o caso se encontra sob acompanhamento das comissões de Direito Bancário e de Direitos e Prerrogativas da Seccional”, revelou em nota.

Disse ainda “que repudia qualquer tipo de veemência, qualquer contexto de discriminação envolvendo seus inscritos ou qualquer outro cidadão, A Ordem está de prontidão para preservar a prerrogativa profissional do advogado de acompanhar seu cliente e para defender o direito do cidadão ante qualquer ato de criminosa intolerância”.

Caso

Ao ser barrado na porta trajetória, Jonas Batista Araujo, alegou que tirou os itens de metal para entrar na agência, mas o guarda travou a porta e sua cliente entrou logo em seguida. O advogado disse que pediu uma explicação, mas não obteve resposta plausível “Qual é a justificativa para isso? Eu não consigo encontrar nenhuma conclusiva e positiva, nesse sentido, a não ser que houve um preconceito comigo nessa situação. Acredito que fui vítima de racismo”, disse o advogado.

O advogado disse ter sido autorizado para entrar apenas quando a polícia chegou. “Ao entrar, eu questiono a gerente porque eles não autorizaram minha entrada. A gerente fala para mim que é por conta da Covid, porque a agência estava cheia. Só que a agência não estava cheia e várias pessoas entraram antes de mim, e eu não entrei”, destaca.

Nota do Banco do Brasil

O Banco do Brasil informa que suas agências em todo país estão com atendimento contingenciado e horário reduzido desde o mês de março, quando foi decretada a pandemia do coronavírus. Enquanto durar o período de contingência, o atendimento presencial e acesso às agências é limitado, de forma a garantir o distanciamento mínimo recomendado pelo Ministério da Saúde e, no caso de Anicuns, por decretos locais que tratam da situação de emergência em saúde pública (Decretos municipal 2.627/2020 e estadual 9638/2020).

Sobre a ocorrência, o BB esclarece que o usuário não foi impedido de entrar, mas apenas informado de que o mesmo seria autorizado a acessar o espaço interno da unidade assim que tivesse início o atendimento à sua cliente, o que de fato ocorreu quando a cliente foi chamada ao atendimento, e ele foi autorizado a acessar o espaço do interior da agência. Esse foi um protocolo adotado pela agência com a finalidade de diminuir o fluxo de pessoas no interior da unidade e atender aos decretos que tratam da situação de emergência em saúde pública.

 


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