Visita a museus mostra a importância das coleções científicas

Museu da História Natural de Harvard é uma amostra da importância de expor pesquisa e conhecimento para o público

Postado em: 20-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Museu da História Natural de Harvard é uma amostra da importância de expor pesquisa e conhecimento para o público

Jaísa Gleice/Especial para O Hoje

A cidade americana de Cambridge, nos arredores de Boston, Massachussets, abriga a mais antiga universidade daquele país, Harvard. Sinônimo de educação de excelência, a instituição oferece cursos de artes e dança, a biologia molecular ou astrofísica. Quem visita a cidade certamente se encanta pelo ambiente acolhedor, onde a jovialidade dos milhares de alunos vindos dos mais diversos países remete à busca pelo conhecimento e ao aprendizado, em meio a uma arquitetura que mescla edificações antiquíssimas com o projetos modernos harmonizados na medida.

Um dos pontos que merecem destaque quando o assunto é turismo é o Museu da História Natural de Harvard. Sem dúvida, um dos mais visitados por turistas de todo o mundo no campus da instituição. Inaugurado em 1998 – e a partir do acervo de três museus de investigação, Herbários da Universidade de Harvard, Museu Geológico ou Mineralógico e o Museu de Zoologia Comparada –, o local oferece ao visitante a oportunidade de um passeio pelas riquezas naturais animais, vegetais e minerais, de forma específica, interativa organizada e, sobretudo, muito didática, uma vez que tudo é etiquetado com informações sobre os expostos. Para os estudantes, uma aula que não dá para perder.

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O passeio se mostra interessante logo na entrada do Museu, na Oxford Street, em frente a uma ampla área verde, onde os esquilos perambulam entre os passantes. Uma parada para uma foto é obrigatória. A entrada custa U$12, e para crianças com idade entre 3 e 18 anos o ingresso custa U$ 8. Quem tem mais de 65 anos, paga U$ 10. Já quem mora em Massachussets tem entrada franca aos domingos.

Fotos e filmagens são permitidas, desde que o uso não seja comercial. Mas, melhor que registros de imagens, o que se vê ali é de impressionar e admirar. As enormes tartarugas de Galápagos, antecessoras dos estudos de Charles Darwin, autor da Teoria da Evolução, impressionam pelo tamanho. Bem como o dragão de Komodo – maior lagartão do mundo –, o ornitorrinco, os morcegos, besouros e borboletas. As baratas de Madagascar podem chegar a até 7cm e são dóceis. Com sorte, é possível tocar em algumas delas.

A coleção de amostra de plantas do museu tem milhares de espécimes catalogados a partir de estudos e explorações de particulares. Conforme detalha o site da instituição, as coleções botânicas em Harvard incluem milhões de espécimes, tornando a coleta total de um dos dez maiores herbários do mundo e maior em propriedade universitária. 

A linda coleção de flores de vidro parece real. Nela, aparecem espécies carnívoras e delicadas orquídeas, por exemplo. Os modelos em tamanho natural são realmente feitos a partir de uma técnica especial de moldagem do vidro e incluem 847 espécies tropicais e temperadas. Foram criados porLeopold e Rudolf Blaschka, pai e filho, entre os anos de 1887 e 1936, depois de encomendadas pelo professor de Harvard George Lincoln Goodale, fundador do Museu Botânico.

Outra galeria guarda as coleções de minerais, considerada uma das melhores já vistas. São cem mil pequenos exemplares que incluem meteoritos diversos, pedras preciosas e gemas de Nova Inglaterra, região localizada na costa nordeste dos Estados Unidos e que inclui seis estados, entre eles, o próprio estado de Massachussets. Alguns são incomuns mesmo. É interessante observar ainda os milhares de minerais e rochas raros, do início do sistema solar, garantem os cientistas.

A parte do museu que mais chama a atenção e encanta, especialmente as crianças, é a de Zoologia, pois serve de repositório primário para espécimes zoológicos coletados pelo corpo docente de Harvard, além de curadores, funcionários e estudantes, a partir de pesquisas realizadas em todo o mundo sobre a diversidade e a evolução da vida animal. A exposição tem 11 divisões e reúne incontáveis exemplares de vertebrados e invertebrados, animais marinhos e dinossauros, enfim, uma riqueza incomparável e vista de perto, muito perto. 

Destaque para o esqueleto do Kronosaurus, considerado o maior réptil marinho pré-histórico, com 12 metros de comprimento. Levou 27 anos para ser montado e exposto em Harvard. Quase sempre ocorrem filas para tirar uma foto ali, mas vale a pena esperar enquanto aprecia a forma do enorme ‘monstro’.  Afinal, não é toda hora que a gente vê um gigante! Falando em raridades, o crânio de um Triceratops, entre crânios de outros gigantes, é outra atração, e tem ainda um enorme Pteranodon, réptil voador do período cretáceo.

Outras aves e bichos taxidermizados podem ser apreciados na seção montada com espécimes de vida selvagem da África recolhidos ao longo do século passado. Inclui  hipopótamo – cujo tamanho da boca é de impressionar –, leão, avestruz, hiena, gorila e uma variedade de animais raros da ilha de Madagascar, bem como uma exibição de vídeo interativo sobre as espécies ameaçadas de extinção.

Do outro lado

Na maioria dos dias da semana, o Museu funciona das 9h às 17h. Mas, antes de se programar, acesse o site hmnh.harvard.edu/ para confirmar se estará mesmo aberto. Uma visita de três a cinco horas é suficiente para apreciar e aprender muito. 

Anexo ao Museu da História Natural de Harvard está o Museu Peabody de Arqueologia e Etnologia. Para acessar nem é preciso sair. Antes de encerrar o tour, vale a pena uma passada nas lojinhas dos museus. É a garantia de boas e criativas lembranças de viagens e da sua estada em um lugar que faz valer a pena a viagem. Se sobrar tempo, dá para esticar a visita ao outro museu, também muito interessante, o do Instituto de Tecnologia de Massachutess – famoso MIT –, também com sede em Cambridge e bem pertinho dali. 

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