Cinema brasiliense é marco na cidade que comemora 30 anos como Patrimônio Mundia

Parte dessa expressão da capital foi constituída pelo Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Postado em: 22-04-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

Em 2017, a cidade de Brasília comemora 57 anos de fundação e 30 anos como Patrimônio Mundial, título reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Rara desde sua concepção, Brasília tornou-se única também pela singularidade não apenas de seu conjunto arquitetônico. Da aparente rigidez de suas retas, surgiu uma rica produção cultural que pode ser vista em diversas expressões, como música, cinema, teatro e artes plásticas.

Uma das primeiras manifestações da arte que surgiu na cidade foi o cinema, já estimulado pelo registro da construção da nova capital do País. A relação com a sétima arte foi iniciada com a inauguração da cidade e a criação do curso de cinema na Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, o primeiro no começo dos anos 60. 

O produtor e diretor de cinema Marcus Ligocki, um dos principais nomes da atual cena cinematográfica brasiliense, inaugurou um estilo que aos poucos imprimiu uma nova cara às produções de filme na cidade. Ligocki dirigiu o longa-metragem Uma Loucura de Mulher, lançado em todo Brasil em 2016, e produziu o longa O Último Cine Drive-In, em 2014, que ganhou o prêmio NetFlix, o que o levou para 190 países – situação inédita para o cenário do cinema de Brasília. Também foi produtor de Rock Brasília – a Era de Ouro (2010), financiado pelo Fundo Nacional da Cultura, do Ministério da Cultura.  

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Todos esses são filmes que trazem uma abordagem universal para as histórias, ainda que a temática principal do enredo seja uma característica peculiar de Brasília. Essa é a marca de Ligocki, que, sempre com impulso empreendedor, objetiva elevar o cinema brasiliense a um patamar global. Para tanto, também busca fazer parcerias com profissionais de outros países para produção dos filmes. “Faço questão de trazer um pouco da relação de Brasília com o mundo. Busco dar potencial para que a narrativa dialogue com pessoas de todos os lugares”, afirma o cineasta. Em entrevista ao Portal do MinC, Ligocki revelou seu próximo projeto: Grid, um filme de ação sobre corrida de automóveis em Brasília, que será distribuído pela Paris Filmes.

Em sua avaliação, a capital federal possui características singulares – “ambiente muitas vezes hostil à vida, pouco orgânico em alguns momentos” – que criam um estímulo à reflexão e à expressão. “Os habitantes da cidade sentem o impacto dessa peculiaridade e descobrem formas de se relacionar com aquilo que os cerca. Há expressões consistentes, fortes produzidas aqui”, pontua.

Parte dessa expressão foi constituída por um grande marco cultural da cidade, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que influenciou gerações de cineastas brasilienses e tornou-se uma referência para o País. O evento, que entra em sua 50ª edição, é realizado com apoio da Lei Rouanet há 21 anos. Nesse período, foram mais de R$ 15 milhões em repasses diretos pelo Ministério da Cultura via Fundo Nacional da Cultura (FNC) e patrocínio por empresas via isenção fiscal do Imposto de Renda. (Fonte: Ascom/ Ministério da Cultura) 

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