Goiana descreve espécies nativas para livro do Ministério do Meio Ambiente

A iniciativa teve início quando um grupo de estudiosos que trabalham com diferentes espécies da região Centro-Oeste se reuniram durante o Seminário Plantas para o Futuro, que foi realizado em Brasília

Postado em: 12-08-2017 às 16h55
Por: Gislaine Xavier
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A iniciativa teve início quando um grupo de estudiosos que trabalham com diferentes espécies da região Centro-Oeste se reuniram durante o Seminário Plantas para o Futuro, que foi realizado em Brasília

A pesquisadora da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Maurízia de Fátima Carneiro, é uma das colaboradoras do livro do Ministério do Meio Ambiente (MMA) – “Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro, Região Centro Oeste”. A publicação reúne informações sobre diversas espécies com potencial econômico da flora da região Centro-Oeste.

Maurízia Carneiro foi a primeira pesquisadora a publicar uma tese detalhada sobre comportamento e desenvolvimento de bromélias do Cerrado. “Sempre gostei muito de plantas nativas. A gente vê muita publicação de bromélias da Mata Atlântica, da Amazônia, mas nunca vi do cerrado”, declara a pesquisadora.

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Na publicação, foram citadas cinco dessas espécies de bromélias: a Ananas ananassoides, conhecida como abacaxizinho-do-cerrado; a Bromelia macedoi e Bromelia villosa, conhecidas como gravatá; e Dyckia goehringii Dyckia manier-lapostollei, conhecidas como Dyckia. Essas espécies foram consideradas, no livro, como espécies ornamentais. 

Livro

A iniciativa teve início quando um grupo de estudiosos que trabalham com diferentes espécies da região Centro-Oeste se reuniram durante o Seminário Plantas para o Futuro, que foi realizado em Brasília. Nesse seminário Maurília fez a sugestão de citar no livro sobre as bromélias do Cerrado.

A sugestão foi aceita após os pesquisadores e profissionais de diversas instituições opinarem a respeito das qualidades das espécies apresentadas. Foram escolhidas as espécies e cada pesquisador elaborou o material e encaminhou para a edição do livro. A publicação mostra uma parte da flora da região, abordando 174 espécies e seu uso sustentável.

Pesquisas

Maurízia Carneiro realiza pesquisas com bromélias há 16 anos, no Centro de Treinamentos da Emater, onde existe uma vasta coleção biológica com variadas espécies. Sendo bastante aceita no paisagismo, em ornamentação e decoração, as bromélias possuem também vários outros potenciais.

A pesquisadora explica que uma dessas características é a alimentícia, como o abacaxi e outras bromélias nativas que podem ser comestíveis. Outra peculiaridade das bromélias é o fato de terem um papel muito interessante na natureza com a ciclagem de nutrientes. Elas não extraem seu alimento do solo, e sim da atmosfera, melhorando o solo e auxiliando as outras plantas ao seu redor.

Maurízia destaca também o potencial medicinal que algumas possuem, podendo ser usadas, por exemplo, em tratamento para problemas de estômago e intestino. Elas são plantas que não requererem muita irrigação, sendo uma alternativa mais viável para grandes jardins e economia de água. Além de serem fáceis de manusear e de multiplicar se tratando de plantas mais rústicas.

A pesquisadora também destaca a importância dessas plantas para o pequeno produtor, que pode multiplicar a bromélia e aumentar sua renda familiar. Além do desenvolvimento de pesquisas, a Emater também atua com a conservação de espécies, auxilia no conhecimento das pessoas acerca dessas plantas.

Plantas para o Futuro

O projeto foi iniciado nos anos 2000 e tem como objetivo identificar espécies alimentícias, aromáticas, forrageiras, medicinais e ornamentais da flora brasileira, ampliar o conhecimento sobre cada uma delas e despertar o interesse público sobre as espécies nativas. Esse é o segundo volume de uma série de cinco livros, separados por cada região brasileira.

Para ser desenvolvido, o projeto Iniciativa Plantas para o Futuro conta com articulação de diferentes seguimentos da sociedade e mostra o impacto que a flora pode causar nas principais atividades econômicas do país. 

Goiás Agora 

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