Morre o humorista Paulo Silvino, aos 78 anos

Silvino estreou na TV Globo em 1966, apresentando o Canal 0, morreu aos 78 anos após lutar contra um câncer no estômago

Postado em: 17-08-2017 às 11h00
Por: Lucas de Godoi
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Silvino estreou na TV Globo em 1966, apresentando o Canal 0, morreu aos 78 anos após lutar contra um câncer no estômago

Morreu, na manhã desta quinta-feira (17), aos 78 anos, o
ator Paulo Silvino, que lutava contra um câncer no estômago. Segundo a Central
Globo de Comunicação, o humorista morreu em casa, na Barra da Tijuca, Zona
Oeste do Rio, no início da manhã.

Em redes sociais, o filho mais novo do ator, João Paulo
Silvino, lamentou a morte do pai. “Que Deus te receba de braços abertos
meu pai amado”.

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Segundo a família, Silvino chegou a ser submetido a uma
cirurgia no ano passado, mas o câncer se espalhou e a opção da família foi que
ele fizesse o tratamento em casa. O artista estreou na TV Globo em 1966,
apresentando o Canal 0, programa humorístico que satirizava a programação das
emissoras de TV.

Paulo Ricardo Campos Silvino cresceu nas coxias do teatro e
nos bastidores da rádio. Isso porque seu pai, o comediante Silvério Silvino
Neto, conhecido por realizar paródias de figuras públicas no Brasil dos anos
1940 e 1950, levava o menino para acompanhar seu trabalho. Paulo Silvino também
mostrava talento para a música, revelado durante as aulas que tinha com a mãe,
a pianista e professora Noêmia Campos Silvino.

“Eu nasci nisso. Com seis, sete anos de idade, frequentava
os teatros de revista nos quais o papai participava. Ele contracenava com
pessoas que vieram a ser meus colegas depois, como o Costinha, a Dercy
Gonçalves.”, disse o ator em entrevista ao Memória Globo.

Vida artística

Autor de bordões que não saem da boca do povo, Paulo iniciou
a carreira no rádio, mas já nos anos 1960 se juntou ao elenco da TV Rio. Entre
idas e vindas na Globo, estrelou Balança Mas Não (1968) e teve destaque nos
programas humorísticos Faça Humor, Não Faça Guerra (1970), Uau, a Companhia
(1972), Satiricom (1973), Planeta dos Homens (1976), e Viva o Gordo (1981). Em
Zorra Total (1999), seu personagem Severino (que analisa “cara e
crachá”) se tornou popular.

Silvino nasceu no Rio de Janeiro em 27 de julho de 1939 e
pisou num palco pela primeira vez aos nove anos de idade, quando se atreveu a
soprar as falas para um ator de uma peça que o pai participava. Na
adolescência, ele se apresentava como crooner de um conjunto de rock,
acompanhado por músicos como Eumir Deodato (acordeon), Durval Ferreira
(guitarra) e Fernando Costa (bateria).

Seu lado cômico já se manifestava durante os números do
quarteto. Quando cantava Singin’ in the Rain, por exemplo, costumava abrir um
guarda-chuva no palco. A primeira performance profissional aconteceu em 1956.
Anunciado como Paulo Ricardo, para evitar associações com o pai, cantou dois
sucessos de Little Richards para a platéia do Programa César de Alencar, na
Rádio Nacional. Durante a apresentação, rasgou as próprias roupas e,
apoteoticamente, comeu o medalhão de “ouro” que estava usando, na
verdade, um biscoito pintado de amarelo.

Na década de 1970, o comediante trabalhou nos programas Faça
Humor, Não Faça Guerra (1970), Uau, a Companhia (1972), Satiricom (1973) e
Planeta dos Homens (1976). Deixou sua marca como intérprete de personagens
lunáticos e criou bordões absurdos como “Ah, eu preciso tanto!”,
“Eu gosto muito dessas coisas!”, “Guenta! Ele guenta!”,
“Ah, aí tem!” e “Dá uma pegadinha!”. 

Globo.com

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