Artistas do Distrito Federal e de Goiás participam de exposição em São Paulo

Antônio Obá e Dalton Paula estão na coletiva ‘Negros Indícios’, em cartaz na Caixa Cultural São Paulo

Postado em: 14-10-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Antônio Obá e Dalton Paula estão na coletiva ‘Negros Indícios’, em cartaz na Caixa Cultural São Paulo

Negros Indícios, inaugurada no último dia 7 de outubro na Caixa Cultural São Paulo, reúne a produção contemporânea de 12 artistas afrodescendentes de diferentes regiões do País, que têm a performance artística como uma das principais ferramentas de atuação. Com curadoria do professor de História e Teoria da Arte Roberto Conduru, a mostra busca lançar luz sobre artistas, temas e práticas que vêm ganhando mais ressonância no sistema de arte.

Para contrapor o esquecimento histórico, o racismo, e a segregação, os artistas  – Antônio Obá, Ayrson Heráclito, Caetano Dias, Dalton Paula, João Manoel Feliciano, Moisés Patrício, Musa Michelle Mattiuzzi, Priscila Rezende, Renata Felinto, Rommulo Vieira Conceição, Rubiane Maia e Tiago Sant’Ana – apresentam obras que refletem a capacidade de usar as adversidades como força de criação, resistência e luta. Os trabalhos também evidenciam o amadurecimento da discussão sobre as identidades e negritudes no Brasil – marcada, nos últimos anos, pela pluralidade e pelo crescente protagonismo dos artistas afrodescendentes. A exposição propõe pensar a negritude e outras questões, no País e além dele, a partir da fruição das obras. Segundo o curador, os artistas “nos convidam a participar de uma luta que não pode ser apenas deles e delas, mas de quem almeja viver em um mundo justo, igualitário e fraternal”.

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A essa tendência de crescente e intensa presença de artistas negros e negras no sistema, soma-se a ideia de que os territórios da arte estão cada vez mais fluidos, tornando as artes plásticas um espaço de convergência de expressividades das mais variadas, em que a performance assume cada vez mais protagonismo. Negros Indícios caminha nesse sentido, e foi concebida a partir da apresentação de vídeos e registros de performances realizadas pelos artistas convidados. Muito além da utilização do corpo como forma de arte, o conceito de performance tem um significado muito mais amplo, podendo se desdobrar em diversas outras manifestações artísticas.

A mostra apresenta seleções de vídeos articulados por afinidades poéticas. A curadoria buscou explorar todas as modalidades de conjugação de performance, vídeo e fotografia: performances, registros de performance em vídeo e fotografia, fotoperformances, vídeoperformances e seus desdobramentos.

Como aponta o curador, “artisticamente, interessa pensar os indícios que a performance produz e que são produzidos a partir dela: fotografias, vídeos, outras performances. Mas, também, a performance como indício do que a antecede e circunda. Por um lado, a performance explicita ideias, mentalidades e práticas que, embora atuantes, se querem invisíveis, inexistentes. Por outro, desperta percepções aguçadas e consciências propriamente ativas, mobilizando a reflexão do público sobre arte, cultura, sociedade”, afirma Conduru.

Completam a programação quatro performances que ocorrerão nos dias 18 e 19 de novembro (duas em cada dia), a partir das 15h. Não por acaso, as apresentações ocorrem próximas ao dia 20 de novembro, data que no Brasil é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra.

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