“Eu cheguei à alma das pessoas”, diz Lenine em entrevista à TV Brasil

om mais de 30 anos de carreira e 14 álbuns lançados, Lenine se define como um colecionador de palavras, e revela que as raízes pernambucanas estão sempre presentes em seu trabalho

Postado em: 16-10-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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om mais de 30 anos de carreira e 14 álbuns lançados, Lenine se define como um colecionador de palavras, e revela que as raízes pernambucanas estão sempre presentes em seu trabalho

O cantor e compositor Lenine é o entrevistado desta segunda-feira (16) do programa Conversa com Roseann Kennedy, da TV Brasil.

Com mais de 30 anos de carreira e 14 álbuns lançados, Lenine se define como um colecionador de palavras, e revela que as raízes pernambucanas estão sempre presentes em seu trabalho. “A gente tem essa coisa no Nordeste com o repente e as diversas modalidades do repente, essa possibilidade de você ter a rima dentro da rima, dentro da rima. Então isso é muito fascinante. As palavras são 50% do meu trabalho”.

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Ganhador de cinco prêmios Grammy Latino e nove Prêmios da Música Brasileira, Lenine é engajado em assuntos políticos e de cunho ambiental e diz que sente liberdade e independência para fazer sua própria leitura da história. “Todas as minhas canções são crônicas, são reportagens – a partir do meu olhar evidentemente. Então isso tudo me dá a sensação de que eu estou, de alguma maneira, fazendo história, através do meu olhar. Eu fico achando que daqui a 100 anos alguém pegue um disco meu e consiga compreender um pouco como era o tempo onde eu vivia.”

Ao relembrar o papel que a música ganhou desde cedo em sua vida, Lenine relata um episódio vivido na infância quando seu pai deu aos filhos o direito de escolher como se conectar com Deus. “A gente acompanhava a minha mãe à Igreja, ela ia à Igreja todos os domingos, mas aos 8 anos de idade meu pai permitia aos filhos escolher que maneira se conectar com o divino. Ele dizia: ‘Sua mãe prefere a igreja. Papai prefere a música. Vocês escolhem a partir de hoje’. Minha mãe perdeu todos os seus parceiros.”

A partir daí, durante todo o tempo que durava a missa, a família ficava em casa ouvindo música. “Acho que isso foi a minha grande universidade, a minha grande escola de música, que era ouvir bastante”.

Sobre o atual momento vivido no Brasil e no mundo, ele diz ter esperanças de que as pessoas aprendam com os próprios erros. “Eu acho que a humanidade está precisando aumentar a turma do bem. Não é furo jornalístico as coisas que estão fazendo em benefício do ser humano. Só é furo jornalístico o que dói, o que traumatiza, o que é morte. A gente está num momento com o País vivendo essa descrença generalizada, esse descrédito incrível entre os três Poderes. E isso dá uma angústia muito grande. Mas eu não sou desesperançoso, não (…).”

Lenine diz que percebe a música como um instrumento de transformação. “Eu procuro a cada dia melhorar como ser humano. E eu acho que melhorar significa ter paciência, ouvir o outro”, afirma. “Eu brinco dizendo que eu faço MPB – Música Planetária Brasileira (…)”.

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