Fotoproteção: pele exige cuidados ao longo da vida

Em qualquer época do ano, mas principalmente nos meses mais quentes, em que a exposição ao sol é maior, proteger-se dos raios é fundamental para evitar o envelhecimento da pele

Postado em: 20-02-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Em qualquer época do ano, mas principalmente nos meses mais quentes, em que a exposição ao sol é maior, proteger-se dos raios é fundamental para evitar o envelhecimento da pele

Conforme defende a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Goiás (SBD-GO), a campanha Dezembro Laranja pode ser chamada de Verão Laranja, ou seja, deve ser propagada durante todo o verão brasileiro, levando-se em conta o grande acesso a praias, clubes e rios, por causa do calor. 

De acordo com o presidente da SBD-GO, Adriano Loyola, o envelhecimento da pele “é um fenômeno fisiológico, progressivo e irreversível que é caracterizado pelo declínio funcional e estrutural de todas as camadas da pele”. Segundo ele, as principais mudanças na aparência da pele relacionadas com a idade incluem ressecamento (aspereza), enrugamento (as rugas), perda da elasticidade (flacidez), alteração da pigmentação (manchas) e uma variedade de lesões benignas. 

Existem dois tipos de envelhecimento. E Loyola explica: “O envelhecimento intrínseco, também chamado de envelhecimento cronológico, depende da sua genética individual. É o envelhecimento verdadeiro, natural, que aparece com o tempo. É inevitável, e está fora do seu controle. O envelhecimento extrínseco resulta da ação de agentes externos como poluição, tabagismo, sedentarismo,alimentação inadequada e exposição solar. De todos esses fatores, o mais importante é a exposição solar ou o fotoenvelhecimento”. 

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Consequências

“Quando o raio ultravioleta (UV) penetra na pele, ele danifica as fibras de colágeno, por causa disso a produção de elastina fica anormal, e isso resulta na produção das enzimas metaloproteinases”, explica o dermatologista, que completa: “São essas enzimas que reconstroem o colágeno danificado, mas, por causa de toda a ação do sol e dos raios UV, elas reconstroem mal, e degradam ainda mais o colágeno. Isso tudo resulta em uma pele reconstruída incorretamente. As células também sofrem alterações no seu DNA: ao se reproduzirem, contribuem para o desenvolvimento de câncer de pele”.

Loyola informa que a exposição solar é responsável por 80% do envelhecimento da pele. Em uma fase da vida, enquanto criança ou jovem, a pele consegue corrigir as alterações provocadas naturalmente, mas, com o tempo isso, não será mais possível, e os danos ficam irreversíveis: “Com o passar do tempo e a falta de cuidado com a pele, a grande exposição solar leva ao aparecimento de rugas, as manchas, lesões pigmentadas e o câncer de pele.  A exposição ao sol que você teve na infância é cumulativo, e o dano causado quando você tinha poucos anos de vida vão surgir e serão percebidos muito tempo depois”.


Uso de chapéus

Na exposição solar, o uso de chapéus é recomendado. “Eles promovem a proteção do couro cabeludo, sobretudo nos pacientes calvos, como também colaboram na proteção de orelhas, face e pescoço”, orienta o presidente da SBD-GO.

O modelo e o tamanho da aba do chapéu, como explica Loyola, são os fatores mais determinantes do grau de proteção oferecido contra a radiação ultravioleta (R-UV). “Um chapéu de abas maiores que 7,5cm pode oferecer uma proteção comparável a um FPS 7 no nariz, 3 nas regiões malares, 5 no pescoço e 2 no mento. Por outro lado, um chapéu de abas médias, entre 2,5cm e 7,5cm, pode promover uma proteção comparável a um FPS 3 no nariz, 2 para o pescoço e regiões malares e nenhuma proteção para a região do queixo. Os de abas estreitas, com menos de 2,5cm, vão oferecer insignificante proteção comparável a um FPS 1,5 no nariz e nenhuma proteção nas demais áreas da face”, esclarece. 

Ainda sobre chapéus, o dermatologista explica: “Os modelos de aba circular são excelentes para a proteção posterior do pescoço. Os bonés oferecem pouca proteção na região posterior da cabeça. O produto e/ou o tecido também interferem no grau de proteção. Assim como nas roupas, o chapéu fabricado com tecidos de trama mais fechada oferece mais proteção e, como nas roupas, os tecidos utilizados na confecção dos chapéus podem ser tratados para fornecer maior absorção da R-UV. Por isso, vemos que o uso de chapéus deve ser complementar ao uso de filtro solar facial”. 

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