Seis coisas que os pais precisam saber sobre a doença

A vacinação é a principal aliada na prevenção

Postado em: 11-07-2018 às 17h40
Por: Naddiny Ferreira
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A vacinação é a principal aliada na prevenção

Tudo sobre a catapora. Foto/Divulgação.

Fernanda Martins*

A catapora ou varicela é uma doença imunoprevenível altamente contagiosa causada pelo vírus Varicella-zóster, que acomete principalmente crianças. A pediatra e infectologista Ana Carolina Lemes explica que os casos de contaminação com o vírus da catapora tem maior incidência no período de férias, fim do inverno e início da primavera, justamente devido a sazonalidade que marca esse período. A transmissão pode ser pelo contato com o líquido da bolha formada na pele, pela tosse, espirro e saliva ou por objetos contaminados pelo vírus.

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Todos estão suscetíveis à catapora. Em crianças, geralmente, é uma doença que evolui sem complicações e autolimitada. Já em adolescentes e adultos, o quadro clínico pode ser mais exuberante.

Segundo a pediatra Bárbara Furtado, a catapora não gera complicações na maioria dos casos, mesmo assim pode causar grande incômodo. “Impedir os pequenos de coçarem as bolhas e lesões é muito difícil. A coceira pode provocar feridas e desencadear uma infecção bacteriana. Outras complicações, que podem levar à internação, são pneumonia e o comprometimento do sistema nervoso”, alerta Bárbara.

Entre 2012 e 2017 foram notificados 602.136 casos de varicela no Brasil. A região Sul notificou o maior número com 199.057 (33%) dos casos, seguido da região Sudeste com 189.249 (31,4%), enquanto a região Norte notificou apenas 40.325 (6,6%). A faixa etária com a maior frequência de casos notificados foi de 1 a 4 anos com 227.660 (37,8%), seguido de 5 a 9 anos com 179.592 (29,8%). 

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Goiás, em 2017, até 30 de setembro, foram notificados 1.439 casos de varicela, considerando o mesmo período em 2016, ocorreu uma redução de 28,2% no número de casos. No Estado, a Portaria nº74, de 13 de maio de 2005, torna obrigatória a notificação de todos os casos suspeitos.  

O que é catapora?

A infecção, causada pelo vírus Varicella-zóster, é altamente contagiosa e fácil de ser diagnosticada devido às erupções características na pele. Elas surgem como manchas vermelhas por todo o corpo, incluindo nas mucosas (boca e região genital). Elas coçam e evoluem para vesículas (bolhas), mas não ao mesmo tempo. Isso faz com que a pessoa apresente erupções em diversas fases: manchas, bolhas e crostas. Além disso, quando a pessoa se infecta, esse vírus fica “adormecido” no organismo. No futuro, principalmente a partir dos 50 anos, poderá provocar o herpes zóster, também conhecido como cobreiro. 

Como ela pode ser prevenida?

A catapora é facilmente transmitida para outras pessoas e uma forma de evitar a doença é com a vacinação. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam duas doses da vacina contra a varicela: a primeira aos 12 meses e a seguinte a partir dos 15 meses de idade, com um intervalo de 3 meses da primeira dose.

A pediatra e infectologista Ana Carolina Lemes ressalta que A vacinação é a forma mais eficiente de prevenir a ocorrência da doença. “No Brasil, a vacina tetraviral está disponível na rotina de vacinação infantil desde 2013, já as SBP e SBIm orientam a vacinação contra varicela muito antes de 2013 quando o Ministério da Saúde (MS) a incluiu no Programa Nacional de Imunização (PNI).”

Arejar os ambientes e desinfetar os objetos e superfícies possivelmente contaminadas também são formas de prevenir a doença, de acordo com Ana Carolina Lemes. 

Ainda existe a possibilidade de fazer a Administração da Imunoglobulina humana anti-varicela-zoster (IGHAVZ) no período de até 96 horas após o contato, para os casos indicados conforme manual do MS, como destaca a pediatra. 

Quais são os sintomas mais comuns?

Os sintomas da catapora, em geral, começam entre 10 e 21 dias após o contágio da doença. Além de manchas vermelhas e bolhas no corpo, a doença também causa mal-estar, cansaço, dor de cabeça, perda de apetite e febre baixa. As bolhas surgem inicialmente na face, no tronco ou no couro cabeludo, e se disseminam pelo corpo, transformando-se em pequenas vesículas cheias de líquido. Em poucos dias, o líquido escurece e as bolhas começam a secar e cicatrizam. Este processo causa muita coceira, e as lesões na pele podem ser infectadas pelas bactérias das unhas ou de objetos utilizados para coçar. A principal complicação da catapora é a infecção na pele, mas a doença também pode causar infecções no ouvido, pneumonia e encefalite. 

Depois do contato com o vírus, em quanto tempo aparecem os sintomas?

O período entre o contato com o vírus e o aparecimento dos sintomas é de 4 a 16 dias e a transmissão se dá entre 1 a 2 dias antes do aparecimento das lesões de pele e até cerca de 6 dias depois, quando todas as lesões normalmente se encontram na fase de crosta. Deve-se afastar a criança da creche ou escola por cerca de 7 dias, a partir do início do aparecimento das manchas vermelhas no corpo.

Como é o tratamento da catapora?

No tratamento da catapora, em geral, são utilizados medicamentos específicos recomendados pelo médico para aliviar a coceira, a dor de cabeça e diminuir a febre. Os cuidados de higiene são muito importantes e devem ser feitos apenas com água e sabão. Para diminuir a coceira, o ideal é fazer compressa de água fria. As vesículas não devem ser coçadas e as crostas não devem ser retiradas. 

“As crianças com varicela deverão ficar no seu domicílio até que todas as lesões tenham evoluído para crosta”, destaca a pediatra Ana Carolina. Para ela, o acompanhamento médico na fase inicial da doença colabora com a prevenção, uma vez que o profissional orientará o afastamento da criança de suas atividades em grupo, além da identificação de possíveis complicações inerentes a doença, que podem ser precocemente identificadas e tratadas.

É possível contrair catapora mais de uma vez?

Normalmente, as pessoas que tem a doença uma vez ficam imunes para o resto da vida. Porém, uma segunda ocorrência pode acontecer, particularmente, em pessoas com deficiência no sistema imune.

 

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