Trailer imagético abriga ‘Fiotim- O Museu em Movimento’

O Museu em Movimento, do artista Jorge Fonseca, estará em cartaz, do próximo dia 16 de agosto

Postado em: 14-08-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O Museu em Movimento, do artista Jorge Fonseca, estará em cartaz, do próximo dia 16 de agosto

GABRIELLA STARNECK

ESPECIAL PARA O HOJE

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Por fora, um cenário que remete a circos e parques com o intuito de alimentar o lado lúdico das pessoas; por dentro, um mergulho na arte contemporânea por meio das 40 obras expostas. Essa é a proposta da exposição Fiotim – O Museu em Movimento, do artista Jorge Fonseca, que estará em cartaz, do próximo dia 16 de agosto (quinta-deira) até 1º de outubro, nas galerias Frei Nazareno Confaloni e Sebastião Reis, que funcionam no Centro Cultural Octo Marques, unidades da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce). 

A mostra, composta por releituras em miniaturas das obras monumentais de Inhotim, objetiva atrair o público por meio de um cenário que desperta o imagético das pessoas. “Fiotim é primeiro food truck da arte do Brasil, uma fábula instalação. Eu chamo de fábula, porque ela é um convite à fantasia, um museu itinerante montado num trailer. É um lugar alegre e festivo onde celebramos a arte com alegria e prazer”, afirma Jorge Fonseca ao Essência. 

Exposição 

Fiotim – O Museu em Movimento é um projeto de Jorge Fonseca inspirado em visita feita pelo artista ao Instituto Inhotim, em Brumadinho,  Minas Gerais.  Foi a partir desse contato, que o ‘arteiro-viajante’, como é conhecido o artista, teve a ideia de fazer miniaturas de tudo o que via, utilizando os mais diversos materiais, como vidro, madeira, plástico, reciclados, bordados, papelão, dentre outros, como afirma Jorge Fonseca. 

Para abrigar a instalação com as obras, o artista escolheu um trailer – com ares de circo e parque de diversões. Em sua parte externa, há um jardim artificial composto por gramado, plantas, flores, aves, paisagens, fontes, lâmpadas coloridas e cataventos. Internamente, estão as 40 obras de arte – releituras feitas em miniatura das obras monumentais de Inhotim. Além disso, o espaço conta com Parque Everland, composto por objetos interativos. 

Ainda compõem a exposição imagens de momentos e apresentações do Fiotim em diversos locais, registrados pelas lentes dos fotógrafos Joyce Fonseca, Biel Machado, Mauricio Seidl, Vinícius Terror, Paulo Salgado, Thatyanna Mota, Thaís Andressa e Markileide Oliveira, e pelos vídeos de Julliano Mendes. A exposição tem curadoria da artista Rachel Falcão, pesquisadora, professora e coordenadora do Núcleo de Arte da Fundação de Arte de Ouro Preto. 

A produção em Goiânia é de Kátia Barreto, da Superintendência de Patrimônio Histórico e Artístico da Seduce, que traz, pela segunda vez, o artista à Capital, depois da exposição Amor, realizada em 2000, na Galeria Frei Confaloni, unidade da Seduce. A curadoria é de Rachel Falcão. 

Jorge Fonseca

Mineiro da cidade de Conselheiro Lafaiete, Jorge Fonseca é ex-marceneiro e maquinista de trem. Artista auto­didata, já recebeu premiações no 53° Salão Paranaense (1996), no Salão de Arte Contemporâ­nea de Campos (RJ, 1996) e no Salão Nacional de Arte de Goiás, 2002 (prêmio aquisição que integra atualmente parte do acervo Museu de Arte Contemporânea – MAC Goiás). Em 2009, recebeu da Fundação Pollock-Krasner, de Nova York, uma ‘bolsa de estímulo à produção’ – por mérito e conjunto da obra. Em 2016, conquistou o 1º lugar no Prêmio Funarte Conexão Circulação Artes Visuais – foi graças a essa premiação que o artista trouxe a exposição a Goiânia.  E, para falar mais sobre a carreira, e o trabalho Fiotim – O Museu em Movimento, Jorge Fonseca participou de um bate-papo com o Essência. Confira a entrevista ao lado.  

Serviço

‘Fiotim – O Museu em Movimento’

Quando: de quinta-feira (16) até 1º de outubro

Onde: galerias Frei Nazareno Confaloni e Sebastião Reis – Centro Cultural Octo Marques

Horário: das 9h às 12h e das 14h às 17h (segunda a sexta-feira) 

Entrada gratuita 

Entrevista: Jorge Fonseca 

Qual a proposta da exposição ‘Fiotim – O Museu em Movimento’?

Eu queria fazer algo que, além de ir pra rua, chamasse as pessoas para junto do meu trabalho. Essa exposição traz isso, um museu itinerante montado em um trailer. Eu ligo a minha caminhonete a esse trailer, e saio divulgando nas cidades – principalmente aquelas que não têm tantos eventos culturais. Eu trago essa exposição para dentro de uma galeria em Goiânia, porque fui premiada pela Funarte, mas a proposta é que ela seja feita na rua, para que aja essa interação com o público. Estou em uma certa idade em que eu posso curtir essa contato mais radical com as pessoas, e tem sido uma experiência bacana.

Como o público interage com as obras? 

Nessa exposição, eu trago brinquedos que são esculturas interativas chamadas de ‘objetos estéticos relacionais’, como a Máquina de Abrir Sorrisos, o Realizejo, o Renascedouro, a Máquina de Fazer Arte e a Curatriz – a Contextualizadora Voraz. Além disso, eu faço uma performance com o personagem Jorge K – ele apresenta, na abertura, a instalação para o público. Então as pessoas se movem afetivamente com essa figura e com a exposição. Inclusive essa ideia de criar, do lado de fora, um ambiente lúdico, é justamente para atrair as pessoas. Tem gente que quando olha para a exposição acha que é um circo, ou um museu, e às vezes não entram por receio de não poder. Mas a ideia é democratizar o acesso das pessoas à cultura, porque é um trabalho voltado para todas as idades e classes sociais. 

Como surgiu a ideia de criar obras que remetem ao Fiotim?

Uma vez eu perguntei para um amigo sobre o Fiotim, e, ao saber que ele não estava tendo tanta visibilidade, resolvi que eu seria um camelô do Fiotim. Então comecei a fazer barraquinhas com as miniaturas que remetem ao Fiotim, e, posteriormente, veio a ideia de estruturar um trailer para abrigar essas obras. 

Antes de trabalhar como artista plástico, você era marceneiro. Isso contribui para fazer as miniaturas?

Totalmente. A marcenaria foi fundamental no meu processo criativo como um todo. 

Como começou sua paixão pelas artes?

Quando eu era maquinista, me interessava em visitar exposição em Belo Horizonte, até que um dia entrei numa exposição, e quis ser artista. Eu pensei em transpor o trabalho popular para arte contemporânea. Durante cerca de 24 anos, faço isso, por isso a exposição Fiotim – O Museu em Movimento é um trabalho que agrega toda a minha pesquisa ao longo desses anos.

É a segunda vez que você traz uma exposição para Goiânia. Qual a expectativa de apresentar esse trabalho que traz um pouco de toda sua carreira para a Capital?

É uma expectativa boa demais. Eu sempre fui muito bem-recebido aí com o meu trabalho, então acho que vai ser muito bom para mim e espero que também seja para o público. Poder viajar com meu trabalho é uma realização.  

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