Nando Reis realiza um show neste domingo, em Goiânia

A programação começará com oficinas artísticas de palhaço, malabares, diabolô, acrobacias, perna de pau e equilíbrio

Postado em: 01-09-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
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A programação começará com oficinas artísticas de palhaço, malabares, diabolô, acrobacias, perna de pau e equilíbrio

A programação começará com oficinas artísticas de palhaço, malabares, diabolô, acrobacias, perna de pau e equilíbrio. (Foto: Reprodução)

Gabriella Starneck e Guilherme Melo

Um dos cantores mais versáteis da música brasileira, Nando Reis nasceu em São Paulo no ano de 1963. Desde criança, já tocava violão e compunha músicas, indicando que a carreira artística era realmente seu destino.

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Durante 20 anos, José Fernando Gomes dos Reis (nome completo do artista) pertenceu à respeitada banda de rock Titãs. Em  destaque na banda, Nando era um dos principais cantores e compositores. Músicas como Marvin (parceria com Sérgio Britto), Querem Meu Sangue, Os Cegos do Castelo e Pra Dizer Adeus (parceria com Tony Belloto) o consagraram como compositor no âmbito nacional.

Seu primeiro álbum solo saiu em 1995, com o nome de 12 de Janeiro, quando ele ainda estava na banda. Em seguida, Nando ‘disparou’ quando assinou a produção do disco de Cássia Eller Com Você… Meu Mundo Ficaria Completo em 1999. Nessa época, a cantora começou a fazer um sucesso gigantesco em sua carreira, gerando uma parceria proveitosa com Nando.

Em 2000, o artista lançou seu segundo trabalho solo. O disco Para Quando o Arco-Íris Encontrar o Pote de Ouro conta com participações especiais de Cássia Eller, Rogério Flausino do Jota Quest e Peter Buck, guitarrista do R.E.M.

Dois anos depois, o cantor lançava outro disco. Infernal… ButThereis Still a FullMoonShining Over Jalalabad é um álbum rústico e cheio de personalidade. Em 2003, o cantor estava oficialmente fora da banda e já possuía um novo trabalho. Recheado de músicas que não caberiam em outro lugar além de sua carreira solo, o álbum A letra A chegava ao mercado. São 12 faixas intensas, de autoria própria. 

Após a despedida da banda com a qual Nando esteve trabalhando por duas décadas, seu ritmo criativo cresce e toma forma nova. Em 2004, o cantor já lançava o álbum MTV Ao Vivo – Nando Reis & Os Infernais, que contava com suas consagradas composições. Uma longa estrada e criatividade foram ferramentas para Nando gravar os álbuns Sim e Não, em 2006, e o simpático Drês em 2009. Assim como os outros álbuns.

Com 35 anos de carreira, desde que subiu ao palco pela primeira vez como um dos titãs, Nando Reis está entre os principais compositores brasileiros da atualidade, sempre se reinventando e atraindo novas gerações de fãs. O cantor oscila entre o rock nacional e a Música Popular Brasileira, inspirando uma geração de músicos e fãs.

No extenso currículo, três troféus do prêmio máximo da música, o Grammy, além de canções regravadas por nomes como Marisa Monte (Diariamente), Cássia Eller (All Star, O Segundo Sol e Relicário), Skank (Resposta e É uma Partida de Futebol), Jota Quest (Do Seu Lado) – dentre tantos outros. Em 2018, já fez a turnê europeia com o disco Trinca de Ases, ao lado de Gal Costa e Gilberto Gil.

Show em Goiânia

Nando se apresenta, neste domingo (2), no projeto Sesc nos Parques, que levará atividades gratuitas ao Parque Flamboyant, em Goiânia. As atividades terão início às 9h e se encerrarão às 17h, com o show do cantor. As inscrições para as oficinas e demais atividades serão realizadas na hora, e as vagas são limitadas.

A programação começará com oficinas artísticas de palhaço, malabares, diabolô, acrobacias, perna de pau e equilíbrio. Haverá também oficinas recreativas de cata-vento, balão linguiça, foguete reciclado, slackline, além de intervenções artísticas, apresentação musical para crianças, food trucks e espaço de Relacionamento com o Cliente, que disponibilizará informações sobre os serviços e atividades do Sesc. 

Entrevista – Nando Reis 

Qual a expectativa de você se apresentar em Goiânia na abertura do projeto ‘Sesc nos Parques’?

A expectativa é grande. Fui a Goiânia em novembro do ano passado, com a turnê Jardim Pomar, e estou feliz em voltar agora com o show de carreira.

Qual sua opinião sobre eventos gratuitos (como este) para a democratização do acesso à cultura? 

É de grande importância. Acho importante que todos tenham acesso a todo tipo de arte.

O que o público goiano pode esperar do seu show em relação ao repertório?

O repertório é feito com as músicas mais tocadas da minha carreira. Um apanhado do que o público sempre pede. Algumas canções que cantamos são Marvin, Sou Dela, Relicário e Segundo Sol. 

Você é um dos maiores compositores brasileiros. O que te inspira a escrever? 

A inspiração vem de tudo que me cerca, do que acontece comigo, do que eu ouço, sinto, penso, vejo e vivo. Por isso é sempre misteriosa a forma como se dá uma composição. Basicamente, eu componho pra mim. Tenho que saber das minhas próprias exigências. Cada vez que sento pra compor é uma relação profissional e, no final, tem que me dar alegria e prazer.

Tem alguma temática que chama mais a sua atenção ou que você priorize com o  intuito de despertar uma reflexão no público?

Não. Quando você termina um disco, ele não mais te pertence. O que vai acontecer com ele não depende de você, da sua vontade, não está sob o meu controle o que o público vai gostar. Eu faço um disco fundamentalmente para me agradar, e fico feliz que agrade ao meu público também. Mas é imprevisível.

Qual o maior aprendizado você teve ao longo desses anos de estrada?

Muita coisa mudou durante todos esses anos de carreira. Durante anos, foi uma desenfreada busca por novidades e experiências, desbravando caminhos, abrindo frentes. Agora, eu já sei o que me interessa, o que gosto, o que me importa. Quero aproveitar meu tempo para me dedicar mais ao que me importa. Gosto muito de trabalhar, de estar na estrada, mas não é só isso que me interessa. Quero dosar melhor o tempo de dedicação a profissão com a minha vida. Eu sou um artista independente, tenho um selo e um escritório próprio. E agora posso escolher meus passos. Vou atrás de criar modelos próprios, metodologias únicas. Me adequei a uma nova realidade de mercado.

Você compôs diversas músicas de sucesso que ficaram conhecidas na voz de outros artistas. Como ocorrem essas parcerias? Qual a importância disso para o seu trabalho?

Eu fico muito lisonjeado quando outros artistas gravaram minhas músicas. Gosto de ver como cada um imprime a sua marca.

Você é reconhecido como um dos grandes poetas de sua geração. Quando você decidiu seguir de vez a sua carreira solo, você esperava chegar nesse patamar? Ou tudo o que aconteceu foi uma surpresa?

Tudo foi uma construção, desde o início. Fico muito feliz que as pessoas me consideram um poeta e que minha música toca cada um que ouve. Saber que o público se identifica com as minhas letras e mensagens me deixa muito satisfeito.

Recentemente, você disponibilizou um banco de frases manuscritas para os fãs que desejam fazer uma tatuagem, e isso, de certa forma, é uma iniciativa inédita. Como surgiu, exatamente, a ideia?

Resolvi criar esse banco de frases, pois eu recebia muitas mensagens e pedidos de fãs para mandar frases das minhas músicas, para que eles pudessem tatuar. Eu e minha equipe, então, pesquisamos os pedidos, selecionamos as canções mais solicitadas e criamos o primeiro lote. Fico feliz e agradecido por poder proporcionar essa alegria para o público. 

Muitos artistas estão preferindo lançar músicas diretamente no serviços de Streaming. Como você encara essa prática?

Eu vivi toda a transição e a transformação da indústria fonográfica, inclusive com a chegada da era digital. E, desde que me tornei independente e tive que aprender a me envolver com a parte comercial, fiz várias experiências para me entender com um mercado que se transforma toda hora. A minha maior dificuldade, com o último álbum que eu lancei, foi encontrar o espaço para atingir a parcela do público que ainda se interessa em adquirir o produto físico, já que a música digital vem tornando a compra do CD uma prática obsoleta. Com a volta do interesse pelo vinil, por exemplo, eu entendi que o avanço tecnológico não se dá de forma linear, que o suporte físico é fundamental para a compreensão da totalidade da criação artística que existe em um disco. Tudo está ligado: a sequência das músicas, a relação multissensorial (auditiva, tátil, visual, olfativa…), a experiência vinda do contato com o objeto, a relação do conteúdo sonoro com a arte da embalagem, enfim…isso se perde um pouco na música digital. 

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