Parintins: ‘Capital Mundial do Folclore’

Parintins foi primitivamente habitada pelos índios Tupinambás, Maués e Sapupés

Postado em: 17-09-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
Imagem Ilustrando a Notícia: Parintins: ‘Capital Mundial do Folclore’
Parintins foi primitivamente habitada pelos índios Tupinambás, Maués e Sapupés

Sabrina Moura*

Parintins, fundada em 1793 tem em seu povo uma expressão artística reconhecida mundialmente através da realização do Festival Folclórico. Com mais de 100 mil habitantes, numa área de 7.069km², está localizada à margem direita do Rio Amazonas. A cidade é reconhecida além de a Capital Mundial do Folclore, também se denomina como ‘Ilha da Alegria’, ‘Ilha Paraíso’, ‘Ilha Azul’, ‘Ilha Vermelha’, ‘Ilha Encantada’ e ‘Capital Nacional do Boi Bumbá’.

Continua após a publicidade

O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações culturais preservadas da América Latina. A vegetação, típica da região amazônica, é formada por florestas de várzea e de terra firme, tendo, ao seu redor, um relevo composto por lagos, ilhotes e uma pequena serra. A principal forma de transporte entre Parintins e os demais municípios é o fluvial, além do aéreo.

Festival Folclórico de Parintins

O Festival de Parintins é uma festa popular realizada anualmente no último fim de semana de junho na cidade, trata-se de uma apresentação a céu aberto de diversas associações folclóricas, sendo o ponto mais importante do evento atualmente é a disputa entre dois bois folclóricos, o Boi Caprichoso de cor azul e o Boi Garantido de cor vermelha. A apresentação ocorre no Bumbódromo, um tipo de estádio com o formato de uma cabeça de boi estilizada, com capacidade para 35 mil espectadores. Durante as três noites de apresentação, as duas associações exploram as temáticas regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos através de alegorias e encenações.

Os protagonistas da festa se chamam Caprichoso, boi azul da estrela na testa, e boi Garantido, vermelho e simbolizado pelo coração. O primeiro se intitula ‘Boi da Cultura Popular’, enquanto o encarnado se orgulha de ser o ‘Boi do Povão’. Em 52 edições do festival, o Garantido foi campeão por 31 vezes, enquanto o Caprichoso venceu 22. Em 2000, houve empate.A cidade de Parintins é dividida pelos bumbás. Enquanto o vermelho representa o bairro da Baixa do São José e arredores, o azul é oriundo da Francesa e redondezas. A paixão pelos bois está espalhada por todos os cantos. Residências, telefones públicos e ruas ostentam as cores dos bumbás, o azul ou o vermelho. 

Apesar de voltada para o festival, a cidade tem outros apelos turísticos ainda pouco explorados: é cercada por belos e piscosos lagos e conta nas proximidades com praias de areias brancas, que têm seu auge no verão amazônico, entre agosto e setembro.

Catedral de Nossa Senhora do Carmo

Ela é o maior símbolo religioso da cidade, a fé é um elemento muito presente na vida do parintinense, que devota à Nossa Senhora do Carmo suas preces e agradecimentos. A santa é considerada a padroeira do município e da Diocese de Parintins, cuja sede é na Ilha Tupinambarana. Para ela foi erguida uma Catedral que atrai, todos os anos, centenas de romeiros que vão a Parintins em busca do seu carinho e proteção maternal.

Mas pouca gente sabe a história do lugar. Segundo registros históricos, a construção começou em 1958, quando o atual bispo, Dom Arcângelo Cérqua, lançou uma campanha para erguer o templo.Durante três anos foram realizadas diversas ações visando a arrecadação de materiais e mão de obra para levantar a Igreja. Em 1961, deu-se início à construção do projeto, que foi assinado pelo engenheiro italiano Giovanni Butori e pelo Padre Jorge Frezzini.

Conta-se que o primeiro Festival Folclórico de Parintins foi realizado em 1966 com o objetivo de conseguir recursos para a construção da Igreja. Dois anos depois, o prédio de 42 metros de altura e 176 degraus ficou pronto. No alto, para abençoar a cidade, foi colocada uma imagem da Virgem do Carmo. Dentro da Igreja, os detalhes arquitetônicos se misturam entre o estilo trazido pelos padres europeus e a cultura amazônica, fruto de uma miscigenação entre índios, caboclos e afrodescendentes.

Balneário Cantagalo

Localizado na comunidade do Aninga é dotado de píer, balneário, serviço de bar, restaurante e lanchonete, além de quadras de areia para futebol e voleibol, palco para shows e bosque para acampamentos. O acesso é por estrada asfaltada, com iluminação e sinalização. O local é cercado por natureza indicado para se passar o dia com a família.

Orla do Rio Amazonas

Na orla de Parintins o turista pode apreciar a beleza e a força do rio Amazonas, que passa em frente à cidade. Um calçadão circunda a orla, que oferece bares e restaurantes com comidas regionais.

Lagoa da Francesa

A lagoa é onde os barcos atracam e muitos pescadores chegam com a produção do dia. A região do médio-baixo Amazonas vive, nesta época do ano, parte da piracema, com fartura de jaraqui, matrinxã, pacu, sardinha e outros peixes pouco comercializados em Manaus, como o aracu e o bodó. Por que esses peixes não lotam a cidade no período da festa? Os pescadores também são filhos de Deus e participam como integrantes dos dois bumbás. Os que estão na ativa geralmente desembarcam com o pescado no mercado municipal, em frente à Praça da Prefeitura, ou na Francesa.

Mercado Municipal de Parintins

O mercado é o local indicado para experimentar, a tapioquinha e o ‘x caboquinho’ (pão recheado com tucumã e queijo coalho),uma tapioca mais grossa, com a goma diferente. Muitos restaurantes de Manaus oferecem tapioquinha feita com goma refeita da fécula de mandioca. 

Em Parintins, a tapioca vem direto do produtor e não tem qualquer tipo de aditivo ou processo industrial posterior. Sem contar que o tucumã, na maioria das vezes, saiu do pé no dia em que é servido. A tapioquinha fica, portanto, mais autêntica.

Nele também é possível encontrar um local específico relacionado à saúde, como ervas naturais que pode ser usado no tratamento de doenças. Dentre as ervas: quina-da-mata, aroeira, unha de gato, saracura mira, além de óleos e banhas naturais.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação 

da editora Flávia Popov

 

Veja Também