‘IberCultura Viva’ abre edital para construção de saberes

Objetivo de construção de um banco de saberes da cultura comunitária

Postado em: 12-12-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Objetivo de construção de um banco de saberes da cultura comunitária

As organizações culturais comunitárias e os povos indígenas interessados em propor uma atividade de intercâmbio de saberes e experiências para serem compartilhadas com outros coletivos, comunidades e povos do Espaço Cultural Ibero-americano podem se inscrever no Edital IberEntrelaçando Experiências. A iniciativa lançada pelo programa IberCultura Viva busca tanto a construção de um banco de saberes da cultura comunitária como o desenvolvimento dessas propostas em territórios.

A primeira etapa, que pretende construir e visibilizar um banco de saberes, tem o prazo de inscrições aberto até 15 de março de 2019. As postulações são feitas por meio da plataforma Mapa IberCultura Viva e estão dirigidas a organizações culturais comunitárias e povos indígenas dos 22 países ibero-americanos: Andorra, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

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A segunda etapa do edital, voltada para o desenvolvimento em território das propostas de intercâmbio de conhecimentos terá início em 15 de maio e terminará em 30 de junho de 2019. Esta segunda fase, em que se realizará a seleção das comunidades anfitriãs, é destinada a organizações e coletivos dos 12 países integrantes do programa: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Cuba (país convidado), El Salvador, Equador, Espanha, Guatemala, México, Peru e Uruguai.

As ações de intercâmbio do IberEntrelaçando Experiências ocorrem entre agosto e dezembro de 2019 e consistirão na implementação da proposta selecionada do Banco de Saberes. Poderão ser propostos intercâmbios de saberes entre organizações e/ou povos indígenas de um mesmo país ou entre vários países membros do programa.

As comunidades anfitriãs deverão garantir hospedagem, alimentação e traslados dentro do território local da(s) pessoa(s) facilitadora(s) convidada(s), assim como a difusão e produção da atividade em território. O programa IberCultura Viva se encarregará da compra de passagens e seguros de viagem para a(s) pessoa(s) facilitadora(s) do intercâmbio. Não haverá transferência de fundos para os projetos.

Participantes

Organizações e povos indígenas dos países integrantes do programa poderão participar das duas etapas do edital. Coletivos sem personalidade jurídica podem inscrever-se apresentando uma carta aval assinada pelo representante governamental do programa IberCultura Viva em seu país. Os órgãos que respondem pelo programa em cada país (no caso do Brasil, a Secretaria da Diversidade Cultural do Ministério de Cultura) determinarão os critérios requeridos para a emissão de seu aval.

Na primeira etapa, as organizações e/ou povos indígenas deverão apresentar no Mapa IberCultura Viva as propostas que já desenvolvem em suas comunidades e desejam compartilhar com outros coletivos no Banco de Saberes. Por saberes e conhecimentos se entendem as experiências, práticas comuns, metodologias, tecnologias sociais, histórias das comunidades, saberes ancestrais ou tradicionais, entre outros, dos diferentes grupos que compõem a diversidade ibero-americana exercida a partir da base territorial.

Posteriormente, para participar da segunda etapa, as organizações e/ou povos indígenas deverão eleger quais as propostas do Banco de Saberes gostariam de receber em seus territórios e entrar em contato com as pessoas facilitadoras. Uma vez que ambas as partes estejam de acordo sobre a vontade de realizar o intercâmbio, deverão apresentar suas postulações como anfitriãs.

A avaliação das propostas estará a cargo do Comitê de Seleção, formado por integrantes do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva.  Serão levados em conta na seleção critérios como a trajetória em projetos relevantes para a área cultural, especialmente em temas relacionados com a organização comunitária, o desenvolvimento de políticas, a construção de cidadania e a valorização de identidades culturais. As propostas também devem incluir a perspectiva de gênero de forma transversal. 

Programa ‘IberCultura Viva’

Lançado em 2014, IberCultura Viva é um programa intergovernamental de cooperação técnica e financeira voltado para o fortalecimento das políticas culturais de base comunitária dos países ibero-americanos. Está vinculado à Secretaria Geral Ibero-americana (Segib) e, atualmente, conta com os seguintes países membros: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, El Salvador, Equador, Espanha, Guatemala, México, Cuba (país convidado), Peru e Uruguai. Um de seus principais objetivos é sensibilizar sobre as distintas formas de convivência social e a importância de suas manifestações culturais, assim como fortalecer as capacidades de gestão e articulação em rede das organizações culturais de base comunitária e dos povos originários. (Ministério da Cultura) 

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