Vegetarianismo que previne doenças

Chances de diabetes, câncer e cardiopatias são reduzidas com alimentação equilibrada e sem carne, apostam adeptos

Postado em: 10-01-2019 às 10h55
Por: Jefferson Pereira dos Santos
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Chances de diabetes, câncer e cardiopatias são reduzidas com alimentação equilibrada e sem carne, apostam adeptos

Jefferson Santos e Felipe André

Passou o tempo em que os vegetarianos decidiam deixar de comer carne simplesmente para alcançar um resultado estético. Nutricionistas indicam esse estilo de vida como um ganho na saúde, na prevenção de doenças e até mesmo para a cura de alguns males. 

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Mais do que um hábito alimentar, deixar de consumir carnes traz diversos benefícios para o bem-estar físico e emocional dos seres humanos. Uma dieta bemequilibrada e sem carnes ajuda na melhoria do sono, influencia diretamente na disposição física das pessoas, fortalece a pele e o cabelo e pode prevenir doenças como diabetes e câncer. 

Outro grande benefício de ser vegetariano é a diminuição dos riscos de contrair cardiopatias, ou seja, as doenças do coração. Isso porque o consumo excessivo de proteína animal ajuda a elevar os níveis de LDL — denominado colesterol ruim —, aumentando os riscos de infartos.

Os adeptos de uma dieta vegetariana consomem cada vez mais frutas, verduras e legumes, alimentos isentos de colesterol e ricos em antioxidantes, substâncias que reduzem as inflamações, protegendo assim o coração. 

Gabriella Braz Essado, de 24 anos, nutricionista graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pós-graduanda em Nutrição Funcional, explica sobre o combate às doenças. 

“Dietas vegetarianas, quando planejadas adequadamente podem, sem dúvidas,proporcionar uma vida mais saudável, trazendo vários benefícios à saúde, prevenindo e/ou tratando doenças crônicas, como por exemplo: obesidade, aterosclerose,hipertensão arterial, diabetes, e dislipidemia. Porém, deve-se levar em conta que dietas vegetarianas radicalmente restritivas, podem ocasionar deficiências nutricionais, como: deficiência de vitamina B12, B2, Cálcio, Ferro e Zinco, podendo assim acarretar problemas de saúde, como a Anemia Ferropriva, uma vez que as melhores fontes e quantidades adequadas para preveni-las estão presentes nas carnes vermelhas e vísceras”, explicou Gabriella. 

O professor de educação física,Túlio Diniz, que também é ex-atleta, decidiu alguns anos atrás, após assistir uma palestra, se dedicar a um novo hábito alimentar e viu na possibilidade de melhorar sua saúde e evitar doenças, como o motivo principal dessa mudança. 

“Não pensei em apenas prevenir, mas também curar doenças. Após assistir uma palestra, que me foi apresentado muitas informações, tirou tudo o que eu acreditava e comecei a ver o vegetarianismo de maneira diferente”, comentou Túlio. 

O foco de Túlio foi realmente sua saúde, apesar dos movimentos contra a matança de animais para produção de carne, o exatleta focouapenasna saúde e explicou as mudanças sentidas no corpo. 

“Quando sua alimentação vai para o lado das frutas e verduras, sua saúde e energia, ficam totalmente diferentes. Eu assumo que fui viciado em carne, mas hoje eu evito o máximo possível. Como eu gosto muito do sabor, raramente eu como.Evito comer carne, mas não pelos ‘animaizinhos’, foi pela minha saúde mesmo”, complementou.

Caroline Santana dos Reis, de 21 anos, ao contrário de Túlio, aderiu ao novo hábitoalimentar após assistir alguns documentários que retratou a violência contra os animais. “Eu acompanho algumas famosas no Instagran e teve uma específica que indicou alguns documentários sobre vegetarianismo e veganismo como o ‘A carne é fraca e o Cowspiracy’ e eu assisti. ‘Acarne é fraca’ principalmente me chocou demais, eu chorei muito assistindo, porque mostra a forma que o animal morre, todos eles, vaca, galinha, golfinho. Eu fiquei em choque”. 

“Mudou tudo, minha
energia, felicidade, capacidade física nos treinos,
imunidade, pele,tudo mudou. Foi uma coisa muito
interessante, eu tive a prova física das informações
que eu tinha escutado na
palestra. Na primeira vez
eu me desafiei a ficar uma
semana sem comer carne,
mas sofri com o desejo de
comer carne. Eu senti o
resultado no corpo, mas
assim que comi carne, perdi tudo aquilo que ganhei.
Fiquei nesse conflito, enquanto não comia, queria
comer, quando comia, queria não comer. Até que eu
decidi não bloquear comer
carne, evito o máximo,mas
sem qualquer tipo de proibição”, completou Túlio. 

Gabriella Braz corroborou com o discurso de
Túlio e ressaltou que é
completamente normal as
mudanças que podem
acontecer no início da dieta. “Pessoas que anteriormente tinham o costume
de ingerir alimentos ricos
em proteínas e gorduras
de origem animal, ao iniciarem hábitos vegetarianos, podem sentir algumas
mudanças. As alterações
podem variar de indivíduo
para indivíduo, porém, as
mais comuns são: dores
de cabeça, cansaço, irritação, perda de peso e até
mesmo alteração do ciclo
menstrual em mulheres. 

Tais alterações são normais, e fazem partede todo
o processo adaptativo pelo
qual o organismo estará
passando, ou seja, o mesmo precisa se acostumar
com um hábito que é totalmente novo e desconhecido.Ressalto que caso
alguma alteração persista
por um longo período, é
necessário o acompanhamento com médico ou nutricionista”. 

Veganos e vegetarianos 

A nutricionista Gabriella, explicou também sobre
a diferença entre veganos
e vegetarianos,mas deixou
claro que não existe apenas essas opções para
aqueles que não querer
comer carne. 

“Veganos,
são pessoas que não consomem qualquer tipo de
produto de origem animal
ou que envolvam animais
durante o seu processo.
Trata-se de um estilo de
vida, movido por ideais
éticos. Ou seja, veganos
além de não consumirem
alimentos de origem animal, também não consomem roupas, cosméticos
ou afins, que envolvam
animais emsua fabricação.
Já os vegetarianos, são
pessoas que excluem apenas aqueles alimentos que
são de origem animal, ou
seja, seguem uma dieta na
qual a carne é excluída,
podendo consumir ou não
ovos e leite. É importante
ressaltar, que há vários leques de definições dentro
do vegetarianismo, como:
ovolactovegetarianos, lactovegetarianos e vegetarianos restritos”.  

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