‘Creed II’ estreia nesta quinta-feira (24) nas telonas

GUILHERME MELO*

As luzes se acendem, a música estoura, a torcida vibra, e cada lutador carrega nos punhos e nos movimentos a responsabilidade de mudar, ali, no ringue, sua própria história. Esse é o clima que ambienta a história de Creed II, filme que estreia nesta quinta-feira (24) nas grandes telonas. O longa que continua a história de Adonis Creed e, ao mesmo tempo, marca o recomeço para a franquia Rocky, tem o boxe como centro, é verdade, mas ele nem de longe é um filme apenas sobre o esporte.

Com  direção de  Steven Caple Jr. (The Land, Class) e seus roteiristas, um time que inclui também o próprio Sylvester Stallone, que retorna ao papel de Rocky Balboa, modificam um pouco a forma que conhecemos desde os primórdios da série. Todo mundo sabe como filmes esportivos funcionam, como o atleta principal começa no topo, fica perdido e, no fim das contas, acaba saindo vitorioso em um jogo que soa impossível. Não que esse clichê de décadas de cinema não esteja no filme, mas temos a promessa de uma máquina funcionando de maneira diferente. 

Diferentemente dos filmes da franquia, Creed 2 não apresenta um contexto político para combate entre Creed e Drago.  Caple aposta em um contexto carregado de emoção e, principalmente, uma violência extrema que fere mais fundo do que qualquer punho enluvado. O filme trabalha a construção de Adonis Creed (Michael B. Jordan), em  ganha o título mundial dos pesos pesados e pedir a namorada, Bianca (Tessa Thompson), em casamento. Ao mesmo tempo em que Viktor Drago (Florian Munteanu) amarga em um subemprego enquanto começa a crescer no circuito violento das lutas no Leste Europeu, sendo treinado por seu pai, Ivan Drago (Dolph Lundgren).

Antigo astro da União Soviética, Ivan perdeu absolutamente tudo por causa de sua derrota, 30 anos antes, e, mais do que saber quem foi o culpado por isso, vai exercer uma pressão em cima de seu filho para retornar à antiga glória.

Creed II deve falar  muito sobre superação, assim como todos os anteriores, mas não parece transmitir essa ideia da mesma maneira. É claro, é sempre incrível ver os heróis vencendo, a música épica subindo, os temas musicais clássicos que são pincelados o tempo todo, e, principalmente, o encerramento de uma história com vitória.

O filme apresenta  camadas que terão maior ou menor aderência de acordo com quem assiste à trama, o que faz com que Creed II seja daqueles filmes que têm apelo diferente, mas igualmente satisfatório, para diferentes abordagens; um filme para todos os gostos. Quem procura um bom filme de boxe terá  grandes lutas e as boas e velhas montagens de treinament. Quem procura  ver a continuidade da história dos personagens terá um prato cheio, assim como quem quer  um longa com frases de efeito, daqueles que fazem sair motivado e energizado do cinema. 

Veja, abaixo, sinopses de outras estreias.

*Integrante do programa de estágio do jornal O Hoje.