O nascimento de uma estrela

A modelo goiana Larissa Andrade é protagonista de filme produzido por uma plataforma de streaming

Postado em: 06-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A modelo goiana Larissa Andrade é protagonista de filme produzido por uma plataforma de streaming

GUILHERME MELO* 

Amodelo e atriz goianiense Larissa Andrade será a protagonista de AlienWarfare, ficção-científica dirigida por Jeremiah Jones e que será lançada, ainda no primeiro semestre de 2019, na Netflix. Com as gravações finalizadas, o longa-metragem está no processo de pós-produção.

A atmosfera de mistério e o suspense permeiam todo o filme, que mostra a história de militares enviados a um centro de pesquisa protegido pelo governo após – sem explicações – o local perder contato com o meio externo. Ao chegarem à base, os oficiais encontram a personagem, interpretada por Larissa Andrade, uma cientista brasileira chamada Isabella Ferreira. Com desconfiança sobre ela, uma desconfiança cresce entre todos sobre o trabalho realizado no lugar.

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AlienWarfare conta ainda com David Meadows, Clayton Snyder, Scott Roe e Daniel Washington no elenco. De acordo com Larissa, a personagem dela é a chave para desvendar o mistério. Esses militares vão até lá, achando que é uma missão, mas depois percebem que é algo totalmente diferente, explica o diretor.

De acordo com Larissa, que trabalha na área de moda desde os 15 anos, sua participação no filme representa um marco. “Batalhei muito para começar essa nova carreira. Tenho muito orgulho dos brasileiros que estão abrindo espaço em Hollywood, como Rodrigo Santoro, Wagner Moura, Alice Braga e José Padrilha”, explica a atriz.

Após alguns testes, Larissa foi aprovada para o papel, e começou o processo de preparação da personagem, o que levou três meses, sendo necessários exercícios de expressão corporal e vocal. 

A atriz e modelo também pode ser vista nos curtas-metragens Walk-Away e Woman On Top, ambos gravados no Estados Unidos. Larissa batalhou, durante anos, para conseguir conquistar um espaço, e afirma que “é um processo ainda em construção”. 

Confira, abaixo, a entrevista completa com a artista. 

Entrevista LARISSA andrade 

Como você começou a gostar deste mundo de passarelas, flashs e câmeras? 

Desde quando era criança, sempre gostei de flashes, câmeras, desfiles… Nós fazíamos desfiles em reuniões familiares, concurso de dança juntamente com as minhas primas, e colocávamos os nossos pais todos para assistirem em volta de uma roda. Fiz teatro, quando cursei o ensino médio, e gostava muito também. Fiz artes, quando era criança, no conservatório de música… Sempre fui uma criança artística.

Como foi o início da sua carreira de modelo? 

Sempre fui muito alta e magra e sempre achei que não pertencia a lugar nenhum que as outras pessoas estavam, me sentia mesmo como patinho feio, recebia muito bullying nas escolas. Quando descobri que existia a profissão ‘ser modelo’ e que pessoas com o mesmo porte físico que o meu tinham uma profissão, eu fui atrás e me identifiquei para poder fazer parte desse grupo. Fiz um curso de modelo e já comecei a trabalhar antes mesmo desse curso acabar. Era uma reunião de pessoas criativas, desinibida, e, para mim, aquilo tudo era muito mágico. Parecia que eu tinha achado o meu nicho. 

O que te marcou como modelo? 

O que me marcou foi a minha introdução ao meio artístico que, na verdade, para mim, sempre foi um outro mundo, como se fosse uma outra dimensão. Ser livre, poder expressar seus sentimentos e poses sem ser julgada por ninguém… Aliás,você é parte do trabalho…

Como foi a transição de modelo para atriz? 

A minha transição de modelo para atriz foi bastante natural, como teria que ser. A modelo é muito amiga da câmera, eu vejo como se fosse uma extensão do meu trabalho. Na verdade, eu acho que ser modelo me preparou esse tempo todo para ser atriz hoje.

Quais as principais dificuldades dessa profissão? 

A maior dificuldade que eu enfrentei nessa profissão de atriz foi achar o marco maior de desinibição possível para poder expressar o verdadeiro eu. Nós, que somos frutos da sociedade, crescemos com vários bloqueios, barreiras, tradições, que, às vezes, não fazem parte da gente, mas que são implementadas pela sociedade e pela nossa família. O autoconhecimento é uma chave fundamental para essa profissão, e conhecer o seus fracassos e seus pontos fortes te faz ir além de uma boa atuação, te faz transmutar, transcender e viver o seu personagem.

Como foi conseguir o papel de uma protagonista de um filme produzido pela Netflix? 

Como em todo fruto de trabalho dedicado, existem recompensas; para mim foi uma recompensa. É uma vitória, mas não é só isso; me faz vitoriosa acordar todos os dias, de manhã, feliz, levar minha filha à escola, fazer café da manhã para ela… me faz me sentir uma pessoa vitoriosa. Ser protagonista em um filme te faz pensar em muitas coisas… Se você é apta para carregar certas responsabilidades, se você está pronta, então tudo isso é só um resultado do seu trabalho – no fim das contas. Eu não me iludo com sensacionalismo; acredito no trabalho árduo.

Como você foi acolhida pelo elenco, produção e direção? 

Fui acolhida de braços abertos e com muito entendimento que não sou nativa americana, e, dessa forma, o meu entendimento é um pouco mais devagar do que das outras pessoas, sendo a única pessoa não americana no set de filmagem. Todos eles foram extremamente profissionais, me ajudaram a vencer várias barreiras e a me soltar de uma forma que eu consegui vencer isso dentro de mim. 

Como você se sente, sendo a primeira atriz goiana em uma produção internacional da Netflix? 

Eu fico muito feliz com a minha conquista. Apesar de ser um pouco exigente comigo mesma, eu tento também reconhecer as minhas lutas e as minhas conquistas, e, dessa forma, me encontro muito feliz no momento. Mas existe um caminho muito longo a ser seguido.

O que você planeja para o futuro como atriz?

O trabalho de atriz apenas começou; tenho um longo caminho a ser seguido. Planejo continuar como atriz para sempre; gosto muito do que faço. Gostaria muito de atuar com diretores e produtores brasileiros. Sou apaixonada pelo cinema e pela televisão brasileira também.

Qual a principal dica que você daria para atores que querem tentar carreira internacional?

Estudar o inglês bem estudado, sempre conseguir conhecer pessoas no meio que possam dar dicas, estar sempre antenado em eventos relacionados ao assunto, confiar em si mesmo e nunca desistir dos seus sonhos. Nós somos do tamanho dos nossos sonhos; as pessoas que realizaram coisas grandiosas confiaram em si mesmas! 

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