‘Maligno’, a nova aposta de terror

Enredo da trama é produzido pela Imagem Filmes, e é uma das estreias dos cinemas nesta quinta-feira (14)

Postado em: 14-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: ‘Maligno’, a nova aposta de terror
Enredo da trama é produzido pela Imagem Filmes, e é uma das estreias dos cinemas nesta quinta-feira (14)

A maioria dos estúdios hollywoodianos está se especializando em gêneros cinematográficos; é o caso da Imagem Filmes. Após filmes de médio orçamento, como O Chamado do Mal (2018) e O Segredo de Marrow Bone (2017), a empresa está investindo cada vez mais no estilo. A nova aposta, Maligno (The Prodigy), chega às telonas brasileiras nesta quinta-feira (14). 

Em várias partes do mundo, o filme teve sua estreia no último dia 6 de fevereiro. Desde então, foram disponibilizados 20 minutos disponibilizados do filme, pela  empresa, o que permite perceber que um típico filme de terror que não utiliza os mesmos padrões para manter o espectador assustado constantemente. Um exemplo é o horror na relação entre mãe e filho: o medo se concentra não no que está por trás de todo esse mal e, sim, no que pode vir acontecer se não for confrontado e solucionado o mais rápido possível.

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O enredo se baseia em uma mãe preocupada com o repentino comportamento estranho e violento de seu filho Miles (Jackson Robert Scott). Sarah (Taylor Schilling) inicia uma investigação por conta própria para entender o que está acontecendo. Mas o que ela descobre é que alguma espécie de força sobrenatural está agindo sobre ele, influenciando, cada vez mais, suas ações.

O filme segue alguns anos do garoto, passando pela fase bebê, os 5 anos e estacionando aos 8 anos, idade perfeita para descobrir o que há de errado com ele. Para tudo o que se passa com Miles há sempre uma explicação plausível: a inteligência extrema e afiada, o paladar peculiar, a dificuldade em fazer amizades na escola e, até mesmo, o fato de ele ter olhos com cores diferentes, uma vez que foi diagnosticado com heterocromia ocular. Tais justificativas tornam a conclusão mais difícil para os pais, mas não para o público, já que o filme, propositalmente, faz a conexão de imediato do garoto com o homem assassinado no início da trama. 

Dirigido por Nicholas McCarthy, o filme tem pretensão em fazer mistério, e, logo na primeira cena, o público se depara com uma mulher fugindo desesperadamente, enquanto pede socorro na estrada depois de ser raptada e uma das mãos ter sido cortada. Assim que a polícia chega, um homem é cercado, e, logo, é assassinado pelas autoridades, fazendo a cena cortar e nos levar para o nascimento precoce de Miles. Mais do que isso, eles estão surpresos com o filho prodígio, uma vez que Miles começa a falar e, andar antes dos 2 anos de idade, entende bem as palavras e já está apto a entrar em uma escola, mesmo que ainda não seja a hora.

Pelo visto, Maligno tem como objetivo não fazer um terror que vai assustar em excesso e, sim, causar um efeito de horror no relacionamento maternal. O personagem confronta Miles, trazendo uma das cenas mais grotescas e boas, especialmente por ser dialogado por um garotinho. Aliás, impossível não notar a boa interpretação de Jackson Robert Scott, que entrega um Miles perdido, solitário e assustado, enquanto uma entidade o encuba o tempo todo a ponto de causar amnésia. 

A atriz Taylor Schilling vive o papel de Sarah e entrega uma mãe cuja felicidade acaba, drasticamente, vivendo diariamente em um medo constante, mas continua com o amor materno. Assim que ela se dá conta de tudo, ela toma atitudes ousadas, que surpreendem o público e aumentam o nível do filme.O garoto, em si, não se lembra de nada do que faz ou fala, mas quando está possuído, tem atitudes maléficas – desde fazer a babá pisar em cacos de vidro no escuro – até dizer ofensas em um idioma pouco conhecido.

Como na maioria dos filmes de terror atual, medo é relativo neste filme. Maligno tenta explorar, pouco a pouco, a melhor performance da entidade no garoto, trabalhar melhor as problemáticas do sobrenatural, fazendo um crescente mais forte para que o público ficasse ainda mais impactado com a reviravolta, e, é claro, o desfecho. Outros pontos que poderiam ser melhores é o trabalho realizado pelo psiquiatra que, infelizmente, tem pouca participação; e as atitudes dos pais, especialmente de John, que demora a acreditar em Sarah, levando-o a tomar atitudes nada sábias a ponto de deixá-lo em grande risco com o filho.

 

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