“Para atingir todas as camadas sociais e intelectuais”

Espetáculo ‘Bullying, Aconteceu Comigo’ é apresentado hoje no Teatro Goiânia

Postado em: 14-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Espetáculo ‘Bullying, Aconteceu Comigo’ é apresentado hoje no Teatro Goiânia

SABRINA MOURA*

O Instituto de Educação em Artes Gustav Ritterapresenta o espetáculo ‘Bullying, Aconteceu Comigo’ nesta terça-feira (14), às 7h30, no Teatro Goiânia. A ocasião também conta com o ‘III Seminário de Combate ao Bullyng: Respeitando as Diferenças e Celebrando a Igualdade’.

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Segundo o coordenador do Núcleo de Teatro Gustav Ritter/SEDUC, Edson Fernandes é fundamental estar discutindo temas dentre os alunos e a sociedade, temas que sejam relevantes e atuais, principalmente no ambiente escolar.“Infelizmente estamos vivendo numa sociedade adoecida, onde os valores humanos muitas vezes ficam em segundo plano. As pessoas cada vez mais estão intolerantes, com dificuldade de se relacionar e de se comunicar com o outro. Falar sobre bullying é refletir sobre a situação, buscar alternativas, outros caminhos e soluções para diluir esse sofrimento, trazendo possibilidades de sanar essa chaga social”, afirma ele.

Para a psicóloga clínica Infanto-juvenil e hospitalar, pós graduada em neuropsicologia, mestranda em Análise do Comportamento, HullySegatti é interessante trazer uma definição para o que é obullying, algo que sempre existiu e se refere a toda e qualquer forma de atitudes agressivas, sejam elas vebais ou físicas, intencional e repetitiva que é exercida por um ou mais indivíduos:“Essas atitudes causam dor e angústia com o objetivo de intimidar outra pessoa, sendo que a mesma não tem a possibilidade ou a capacidade de se defender dentro de uma relação de desigualdade de força ou poder. Se tem o bullying direto e indireto. Sendo o indireto é a forma mais comum entre mulheres e crianças tendo o isolamento social da vítima”.

Ao ser questionada sobre a importância de se manter sempre ‘em cena’ o tema bullyng,Segatti afirma ter uma frase do ditado popular que é bem pertinente ao tema que diz que ‘há três coisas na vida que não volta atrás: a flecha amassada, a oportunidade perdida e a palavra pronunciada’. “O bullying, na minha opinião, entra nesse quesito da palavra pronunciada. Uma vez que uma criança, um jovem ou até mesmo um adulto é ofendido, isso jamais será esquecido. Isso pode geral um trauma e quando não se é tratado pode gerar uma consequência devastadora na vida do indivíduo. Atualmente temos vivenciado essas consequências ao vivo e a cores. Ao parar para pensar em quantas tragédias nós vivenciamos a nível escolar nós não precisamos ir muito longe. É importante sim manter em cena esse tema, que embora seja antigo, ganhou espaço de dez anos para cá”, revela Hully.

Esta é a 300ª apresentação da peça que está em ‘cartaz’ desde 2001 e já foi assistida por mais de 50 mil pessoas na Capital e no interior do Estado. “Na medida que a gente consegue ficar há quase 10 anos em cartaz com um espetáculo, aponta que ele tem uma mensagem artística, cultural e forte que chega até as pessoas. Se apresentar mais de 300 vezes não é fácil. Significa que o conteúdo e a mensagem está chegando até as pessoas, acho que o motivo do sucesso é esse. O espetáculo é bem atual, dinâmico e chega de uma forma direta aos espectadores, o que me leva a crer ser outro motivo. Além disso, a temática está cada vez mais atual, o bullying está acontecendo a todo o momento”, conta Edson.

A peça apresenta linguagem simples e acessível, mas instiga os espectadores a refletir, tanto sobre as ações e brincadeiras de ‘quem pratica o bullying’, mas principalmente acerca de ‘quem sofre o bullying’ e do quanto essas pessoas se sentem menosprezadas e excluídas. “Como nós falamos para um público diversificado de crianças, adolescentes, adultos, alunos, professores, especialistas e psicólogos a linguagem necessita atingir todas as camadas sociais e intelectuais. Quanto mais simples ele se torna acessível e a sua mensagem chega de uma forma mais direta e como consequência chegamos no nosso objetivo de falar do assunto, refletir e buscar soluções”, explica o coordenador.

O seminário conta com a participaçãoda Secretária de Estado da Educação de Goiás, Fátima Gavioli, o Secretário de Estado da Cultura de Goiás, Edival Lourenço, o Deputado Estadual VirmondesCruvinel, o Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e da Educação – Ministério Público – GO, Rafael Machado de Oliveira, o Superintendente de Transparência da Controladoria Geral do Estado, Diego Ramalho Freitas, e do Diretor do Instituto Gustav Ritter/SEDUC, Edmar Carneiro. “Com o seminário amos refletir junto dos especialistas de diversas áreas sendo elas do direito, psicologia e da educação; sobre o que está acontecendo atualmente no Estado de Goiás, no Brasil e como os profissionais dessas áreas podem propor soluções para o tema. Vamos ouvir os alunos, suas experiências, e de como a questão do bullying chega até eles”, esclarece Edson Fernandes.

O objetivo do evento é abordar conceitos e preconceitos, produzir reflexões interessantes acerca das inúmeras formas de agressões verbais, físicas, psicológicas e virtuais (cyberbullying) que acontecem cotidianamente no nosso convívio e principalmente dentro da escola, contra aqueles que têm cor de pele, cabelo, corpo, condição econômica, inteligência, sotaque, orientação religiosa, orientação sexual, etc, que divergem dos padrões instituídos pela nossa sociedade. “Combater essas práticas de violência dentro do ambiente escolar é fundamental, mas o combate só será efetivado se houver conscientização sobre o fato de que brincadeiras, apelidos, zoações e agressões são crimes que ferem a dignidade humana. O objetivo principal é refletir que não somos todos iguais, mas que todos merecem ser respeitados na sua individualidade. O seminário vai falar principalmente do cyberbullying, do bullying que provoca o suicído na adolescência, o bullying como fator de discriminação e como nós como educadores podemos propor alternativas para que o bullying diminua e até desapareça do ambiente escolar. Cada convidado foi escolhido de acordo com a sua capacidade intelectual e a sua especialidade no assunto. São pessoas de renome no Estado de Goiás que com certeza vão agregar muito nessa nossa reflexão.”, finaliza o coordenador.

A Cia. de Teatro Gustav Ritter é composta por professores, alunos e estagiários do Núcleo de Teatro do Instituto de Educação em Artes Gustav Ritter, unidade da Secretaria de Educação de Goiás (Seduc).

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

SERVIÇO:

‘Bullying, Aconteceu Comigo’ e seminário‘Bullying: respeitando as diferenças e celebrando a igualdade’

Quando: terça-feira(14)

Onde: Teatro Goiânia (Avenida Tocantins, com rua 23, nº 252, setor Central – Goiânia)

Horário: 7h30

Entrada gratuita 

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