Rainha da sofrência pop

Cantora Duda Beat, considerada uma das vozes revelações do Nordeste, realiza seu primeiro show em Goiânia

Postado em: 06-08-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Rainha da sofrência pop
Cantora Duda Beat, considerada uma das vozes revelações do Nordeste, realiza seu primeiro show em Goiânia

Guilherme
Melo*

Adaptação é uma das palavras que estão presente na vida de
Eduarda Bittencourt, conhecida como Duda Beat. A mulher de 31 anos está levando
o nome de ‘Rainha da sofrência pop’, com suas músicas de ritmos eloquentes e
letras que retratam o amor segundo a sua vivência. Duda nasceu em Recife e se
mudou para o Rio de Janeiro, há quase quinze anos, com o sonho de estudar
medicina. Mas logo após um convite paraparticipar do álbum de estreia de seu
amigo Castello Branco, em 2013, decidiu seguir uma carreira na música.

Duda consegue estabelecer uma temática das letras, que
versam sobre o amor em tempos modernos, nos tempos tecnológicos e apressados em
que vivemos.  Toda sua jornada, teve a
participação inevitável de alguns amores, que resultaram em seu primeiro álbum
de estúdio. O disco chamou a atenção de muita gente, que se identificou com proposta
da cantora de transformar uma dor de cotovelo em empoderamento e dança.

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A artista conta que sentiu um certo medo de trabalhar com
elementos da vida pessoal. “Sempre é mais fácil falar sobre aquilo que temos
experiência, acaba sendo mais verdadeiro. Eu comecei cantando na igreja, então
quando decidir compor e cantar o que acontecia comigo tive medo de como ia
expor a minha vida pessoal. A recepção do público foi tão positiva, que encarei
isso numa boa. No fundo, sabia que ia ajudar muita gente também. Colocar isso
para fora foi uma cura para mim”, revela Duda em entrevista ao Essência.

Assim como o processo de composição, toda a construção da
identidade de Duda foi muito natural. A última etapa foi a criação de um nome artístico
que representasse o seu estilo. “Quando eu comecei era ‘Duda Bitt’, mas acabei
mudando de ideia quando minha backing vocal sugeriu ‘Beat’, que significa
batida em inglês. Além disso, o nome tem uma associação também com o ‘Manguebeat’,
um dos movimentos musicais mais importantes da minha terra, tendo como Chico
Science como referência”, explica a cantora.

Construção de uma artista

Além do ‘Manguebeat’, Duda recebeu uma influência de
sonoridades regionais nordestinas, que fica muito evidente no seu álbum, sendo
um dos seus pontos altos. “Tenho como influências coisas bem antigas e bem
atuais, como as músicas nacionais da década de 1980, que na minha opinião foi o
melhor período da música. KaliUchis também é uma grande influência para mim,
acho sua expressão corporal muito boa. A música nordestina é uma grande base
para minhas composições, com o ritmo de maracatu, trevo e baião, porque eu
cresci ouvindo isso”, relata a artista.

Mesmo sendo a ‘Rainha da sofrência’, Duda nunca deixou a dor
de cotovelo tomar de conta e como num passe de mágica, transformava a dor em
alegria. “Eu sempre achei que mesmo sofrendo, as músicas tinham que ser
animadas, até porque eu sou assim! Já estava na ‘pior’ mesmo, por que não fazer
piada comigo mesma. ‘Bédi Beat’ é uma música triste, quando compus, fiz essa
música bem mais lenta. A parte que eu falo ‘Visto que você nunca me ligou’, é
pesada, pois o cara nunca me ligou, e eu estava sofrendo muito enquanto
escrevia esta música. Meus amigos ficaram até receosos quando propus de fazê-la
mais animada, mas insisti. Tinha que ser animada, esse é o meu jeito”, explica.

Uma banana para dor

Duda está realizando diversas parceria no cenário da música
alternativa, em maio deste ano, a cantora lançou a música ‘Chega’, com Jaloo e
Mateus Carrilho, uma faixa animadíssima, com refrão chiclete, em que o trio
discorre sobre aquela falta de paciência que bate na gente quando o nosso
flerte começa a tramar um joguinho. Outra parceria de Duda, que agradou
bastante a crítica, foi com seu conterrâneo Romero Ferro, com a música ‘Corpo
em Brasa’, lançada em julho, que é conceituada como um pop brega de suingue
tropical. A música bate na tecla da liberdade para amar quem se quer e como se
quer. O próximo passo da cantora, é conseguir levar toda essa alegria para os
seus fãs do Brasil.

A ‘Rainha da sofrência pop’ chega com toda sua alegria em
Goiânia, no dia 18 de agosto, durante o Festival Bananada, no Passeio das Águas
Shopping. A artista revela que nunca esteve no Estado e que está bastante
animada para conhecer Goiás. “Meus fãs goianos sempre me pediram show aí
(Goiânia), mas nunca dava certo. Primeiro eu tive que consolidar uma carreira
na minha terra, cresci muito no cenário de música alternativa, no Rio e no
Nordeste. Agora estou investindo na minha carreira nacional”, comenta.

(*Guilherme
Melo
é estagiário do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov) 

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