Se estivesse viva, poetisa goiana completaria 130 anos hoje

E você? De fato sabe quem foi Cora? Considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras. Foto:

Postado em: 20-08-2019 às 09h55
Por: Redação
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E você? De fato sabe quem foi Cora? Considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras. Foto:

Jorge Borges

Se estivesse viva neste 20 de agosto de 2019, Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas completaria 130 anos. A poetisa foi um dos principais expoentes da literatura em Goiás e, responsável por apresentar o Estado a todo o Brasil por meio de seus versos e prosas. 

Para os goianos, Cora Coralina é motivo de orgulho, mas muitos de nós a conhecemos apenas pelo o que ouvimos falar da obra da escritora. De fato, você sabe quem foi Cora? Se sua resposta for não, fique tranqüilo, preparamos uma matéria especial para você! Venha conhecer junto com a gente a história dessa célebre artesã de palavras.

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Anna, Anninha, Coralina, Cora…

Cora Coralina está entre os nomes mais populares da poesia brasileira. Sua obra vem ganhando cada vez mais destaque e admiradores, que fazem com que os versos da poetisa goiana ganhem projeção e a atenção de estudiosos da palavra. Atualmente, é comum encontrar textos de Cora Coralina compartilhados nas diversas redes sociais, comprovando a atemporalidade de sua poesia.

O nome curioso na verdade é pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Cora ou Anninha (como se autodenominava em seus poemas) nasceu na Cidade de Goiás, então Goiás Velho, no dia 20 de agosto de 1889 e, embora seus primeiros escritos datem de sua adolescência (aos dezesseis anos uma crônica de sua autoria foi publicada pelo jornal Tribuna Espírita, do Rio de Janeiro), a poeta tornou-se conhecida do grande público aos setenta anos de idade.

Quando teve seu primeiro livro publicado pela renomada Editora José Olympio, Cora Coralina remeteu alguns exemplares para diversos escritores, entre eles Carlos Drummond de Andrade, com quem trocaria, durante anos, correspondências. Foi por intermédio do poeta que a poesia de Cora Coralina ganhou projeção nacional; Aninha deixou de ser apenas uma doceira do interior do Brasil e tornou-se uma importante voz literária.

A velha casa sobre a ponte do Rio Vermelho, lugar onde Cora Coralina viveu os últimos anos de sua vida, foi transformada, após sua morte no ano de 1985, no Museu Cora Coralina, um dos pontos turísticos mais importantes da cidade que em dezembro de 2001 foi reconhecida pelo Unesco como Patrimônio Histórico da Humanidade. O museu guarda preciosos itens, entre eles as correspondências trocadas com o amigo Carlos Drummond de Andrade.

Cora faleceu em Goiânia aos 95 anos, no dia 10 de abril de 1985, vítima das complicações decorrentes de uma pneumonia. Embora seu primeiro livro – Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais – tenha sido publicado quando Cora já contava com 76 anos, é considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras.

Luta e obra

A escritora vanguardista marcou a história da literatura em Goiás, ao expor em suas poesias, a visão feminina na elucidação de preconceitos existentes em seu tempo e ajudar a reorganizar a história oficial de Goiás e do Brasil. Em sua obra estão temas do cotidiano das mulheres, dos velhos e das crianças. Abordagens críticas de estética ímpar documentam os excluídos e marginalizados dos séculos XIX e XX.

Por meio de seus versos são retratados o castigo dos cacos de vidro amarrados ao pescoço das crianças, as prostitutas punidas com cabeças raspadas e a Igreja disciplinando corpos. Cora foi um expoente no enfrentamento à dominação cultural da sociedade machista. Escreveu sobre os temas que a rodeavam e transgrediu as normas sociais por ser uma mulher escritora que exaltou a liberdade das mulheres.

Comemorações

As comemorações pelos 130 anos que Cora Coralina faria nesta terça-feira (20) estão movimentando a histórica cidade de Goiás desde a noite de ontem. No município, Patrimônio da Humanidade da Unesco desde 2001, já estão a única filha viva da poetisa goiana, Vicência Bretas, além de alguns netos e bisnetos.

Vicência, que chegou na tarde de segunda-feira (19), está hospedada em um hotel em frente à ponte sobe o Rio Vermelho que dá acesso à antiga casa da família. Guardiã de vários manuscritos da mãe, panelas de barro usadas por Cora para fazer os seus doces e fotos antigas, aos 90 anos, a filha da poetisa fez questão de vir de São Paulo para os festejos em Goiás.

As comemorações tiveram inicio às 6h30 com uma alvorada com a banda da Polícia Militar do Estado de Goiás no Museu Casa de Cora. Dentre as atividades previstas para esta terça-feira ainda estão uma Missa em Ação de Graças, partilha de bolo, serenata com Marcelo Barros e o lançamento do Ano Cultural Cora Coralina e do selo comemorativo dos Correios.

Saiba mais:

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