Produção da cachaça: alta potencialidade que esbarra na informalidade

A cachaça é a bebida destilada mais consumida no Brasil. E a caipirinha, o drinque brasileiro mais conhecido no mundo. Para os que não sabem, ontem (13) foi comemorado o Dia da Cachaça. Foto: Pixabay

Postado em: 14-09-2019 às 08h00
Por: Aline Carleto
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A cachaça é a bebida destilada mais consumida no Brasil. E a caipirinha, o drinque brasileiro mais conhecido no mundo. Para os que não sabem, ontem (13) foi comemorado o Dia da Cachaça. Foto: Pixabay

Aline Bouhid

A cachaça é a bebida destilada mais consumida no Brasil. E a caipirinha, o drinque brasileiro mais conhecido no mundo. Para os que não sabem, ontem (13) foi comemorado o Dia da Cachaça. A data pretende é importante porque o setor busca reconhecimento e a valorização deste que é a típica bebida nacional. De acordo com dados do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a cachaça representa 72% do mercado de destilados do país. O Estado de Goiás é o segundo maior estado produtor de cana-de-açúcar do Brasil, perdendo apenas para o Estado de São Paulo. Este fato, por si só, poderia ser uma vocação natural para a produção de cachaça, mas os números do Estado ainda são acanhados.

No Brasil, são produzidos cerca de 1,4 bilhão de litros de cachaça de alambique por ano. Contando o mercado informal, esse número poderia subir para dois bilhões de litros por ano. No final do ano passado, a produção goiana chegou a apenas dois milhões e meio de litros por safra/ano, menos de 1% do total produzido do Brasil. A expectativa do Sebrae Goiás é que, para este ano, a produção chegue a três milhões de litros. “Existem cidades na Paraíba que produzem mais que todo Estado de Goiás”, ilustra a gestora e analista do Sebrae, Vera Lúcia Elias de Oliveira.

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No Estado, as maiores regiões produtoras são o Entorno do Distrito Federal, sobretudo Alexânia e Formosa, além da região da antiga Estrada de Ferro, com destaque para o município  de Orizona. De acordo com levantamento do Sebrae Goiás, existem muitos produtores de cachaças de qualidade, que se especializaram na produção, mas que não conseguiram completar as etapas do processo de criação e formalização de sua empresa e de sua marca de cachaça. “Com isso, bons negócios se perdem e boas cachaças ficam presas às vendas clandestinas”, comentou Vera Lúcia de Oliveira. 

Para se ter uma ideia, são mais de 11 mil produtores, dos quais apenas aproximadamente mil estão registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). “As portas do mercado interno e externo não se abrem aos produtos sem registro ou informais”, explicou a analista.  

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