Balonismo: uma adrenalina calma

Prática comum desde os primórdios, balonismo em Pirenópolis deve se tornar referência no Centro-Oeste

Postado em: 22-01-2021 às 23h59
Por: Sheyla Sousa
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Prática comum desde os primórdios, balonismo em Pirenópolis deve se tornar referência no Centro-Oeste

Daniell Alves 

Cada vez mais comum em cidades turísticas, o passeio de balão vem ganhando espaço como uma forma de lazer e aventura – o que podemos chamar de adrenalina calma. Comum desde os primórdios, o balonismo pousa diretamente na cidade de Pirenópolis, a 128 quilômetros de Goiânia. Dentre os vários atrativos turísticos existentes no município, a cidade conta agora também, com voos diários de balão ao nascer ou pôr do sol (dependendo das condições climáticas) para os visitantes. 

O “Voe de balão em Piri” teve início neste mês em parceria com três hotéis no destino goiano de Pirenópolis – Pousada Villa do Comendador, Casarão Villa do Império Hotel Boutique e Pousada Dádiva Hotel Boutique. As pessoas que participam do passeio podem apreciar a paisagem e conhecer a cidade de uma forma nunca vista antes a olho nu. A novidade é oferecida pelos empresários Rafael Carvalho, da Voe de Balão em Piri e por Bruno Gutemberg, do Grupo Villa Hotéis. 

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De acordo com a administração, são voos panorâmicos com a duração de cerca de 40 minutos a 60 minutos podendo chegar até 1.000m de altura e a 20 km/h. A atividade é realizada ao nascer ou ao pôr do sol (dependendo das condições climáticas), e estará aberta a reserva tanto para os hóspedes dos três hotéis do grupo, como para visitantes e moradores da cidade. “Não disponibilizamos apenas as experiências românticas aos nossos hóspedes, mas roteiros com atrativos da cidade e região, aproveitando a riqueza do patrimônio histórico de Pirenópolis, a natureza exuberante e várias opções de passeios”, afirma Bruno Gutemberg. 

“A ideia não é apenas conhecer o destino em sua totalidade, mas sua riqueza de conteúdo e experiências que são únicas e diferenciadas”, completa o sócio Rafael Carvalho. Segundo ele, uma das curiosidades é a direção do vento. “O balão você controla para cima e para baixo. Já para as laterais depende quase exclusivamente da direção do vento, o balão vai para onde o vento estiver direcionando. Ele tem o ponto de decolagem, mas o ponto de pouso é aproximado. Por isso, temos uma van de resgate para buscar as pessoas onde o balão tiver pousado”, explica. 

Para Rafael, a sensação de voar é indescritível. “A pessoa tem que voar para sentir. O principal é o nascer do sol. Quando você vê aquela paisagem é uma adrenalina calma, posso dizer”. Contudo, para que o voo seja eficaz, o vento não pode estar zero, pois o balão não conseguiria voar para nenhum dos lados. “Também não deve estar a 20 quilômetros por hora”, diz. As perspectivas, neste contexto, é que a cidade de Pirenópolis se torne referência na Região Centro-Oeste com o serviço de balonismo. “Estamos sendo pioneiros em acreditar nesse tipo de empreendimento. Nos próximos meses vamos adquirir mais um balão de grupo”, informa. 

Duplas e grupos 

Há duas opções de balões. Um deles será exclusivo para duplas/casais. E o outro, é um gigante balão, com 5 mil metros cúbicos de ar e foi trazido de Boituva, interior de São Paulo, cidade considerada a capital do balonismo no Brasil. Com um tamanho bastante avantajado, o “cesto” comporta até 8 pessoas convidadas (além do piloto) e pode ser usado para mini-eventos/pedidos/cerimônias especiais. Os interessados podem agendar pro site voedebalaoempiri.com.br ou pelo Instagram @voedebalaoempiri. 

Voo de instrução 

O voo de balão tem como objetivo instruir e introduzir os participantes ao mundo do balonismo, afirma a administração. Durante o passeio, são repassadas informações sobre o funcionamento dos balões e seus princípios de voo. Com o auxílio do piloto, os participantes podem participar das atividades operacionais de inflagem e resgate do balão, se desejarem.

O voo é agendado sempre ao nascer do sol. Se as condições climáticas não estiverem propícias, o mesmo é remarcado para o pôr do sol no mesmo dia e, caso persista uma condição climática não favorável o voo poderá ser feito ancorado ou remarcado de acordo com a disponibilidade da agenda.

Embora o balão chegue às alturas, as mais belas imagens são geralmente proporcionadas em voos rasantes, sobre os vales, Cerrado, cachoeiras e rios. Os balões voam ao sabor do vento. Sua velocidade e direção dependem das camadas de vento existentes a cada altitude, geralmente em torno de 20 km/h. 

Prática necessita de licença para ser realizada 

Segundo a Agência Nacional de Aviação (Anac), para a prática do balonismo, o operador deve possuir Licença de Piloto de Balão Livre (PBL) válida. Os interessados em realizar o balonismo devem procurar centros de instrução de aviação civil autorizados pela ANAC ou associações aerodesportivas credenciadas que ofereçam cursos de piloto de balão. O exame de proficiência (cheque) para obtenção da PBL e para sua revalidação podem ser realizados nos mesmos locais.

O órgão explica que atua na regulamentação do balonismo de duas formas. O balonismo profissional submete-se às regras de aviação geral e demanda certificado de aeronavegabilidade válido, licença de piloto de balão livre (PBL) e matrícula da aeronave no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB). Já na prática do balonismo puramente desportivo devem obedecer a demanda apenas cadastros do desportista e do balão realizados por associação desportiva credenciada pela ANAC.

Atividades remuneradas 

A exploração comercial de atividades aéreas sem autorização do órgão é proibida por lei e a Agência não concede autorização para exploração de atividades aéreas que utilizem aeronaves não certificadas ou que sejam realizadas por pessoas não habilitadas pela ANAC.

“É possível obter aprovação de operações remuneradas de balonismo realizadas por empresa prestadora de serviço aéreo especializado devidamente autorizada pela ANAC. Para a atividade de instrução, a obtenção da licença de piloto de balão (PBL) é oferecida por centros de instrução de aviação civil autorizadas ou associações credenciadas pela Agência”, diz o texto da Anac. (Especial para O Hoje) 

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