Viagem a bordeaux, terra da boa gastronomia e vinhos

A história da França conta muito do turismo e sobre a gastronomia nas regiões de Bordeaux e Saint-Èmilion | Foto: reprodução

Postado em: 16-04-2021 às 15h55
Por: Carlos Nathan Sampaio
Imagem Ilustrando a Notícia: Viagem a bordeaux, terra da boa gastronomia e vinhos
A história da França conta muito do turismo e sobre a gastronomia nas regiões de Bordeaux e Saint-Èmilion | Foto: reprodução

Por Edna Gomes

Ao visitar a revolucionária frança, fui conhecer
Bordeaux. a cidade aparece
assim, sem avisar, imersa que
se encontra no universo delimitado no romantismo e liberdade para
sentir o amor. É uma cidade que conta com mais de 250
mil habitantes, situada na região dos vinhos e
tem uma área geográfica onírica, totalmente
rural, coalhada de vinhedos, pastos e bosques.
Em direção oposta, a cultura daquela cidade está
em plena erupção. 

Bordeaux é uma cidade grande, bonita e jovem, destaca-se em sua efervescente vida turística
e bucolismo, além de excelente centro de compras
e vida culturalmente rica e latente. ali existem
também grifes da elegância, como Hermès, louis
vuitton, longchamp e anne fontaine, além, é
claro, das excelentes multimarcas rotuladas,
como a “axsum”.

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Às margens do Rio Garonne instala-se, o imponente, parque onde os moradores correm, pedalam
e passeiam dezenas de cães e outros animais domesticados pela floresta urbanizada. velhos armazéns metamorfoseados em bares. a moda da vez,
naquela região é Chartrons, local ímpar onde acontece a feira dominical Marché des Quais.

Em 2007, metade da capital do vinho foi tombada
em Patrimônio Universal pela Unesco, reconhecida,
passou a somar numa mesma geografia mais de
350 edifícios históricos.
Estar diante da belíssima igreja Saint-Michel,
bem como a fonte da apoteótica Place de la Bourse,
é uma verdadeira joia rara da coroa em pleno
centro, – cujos edifícios refletem no espelho d’água
– formando uma imagem única, intrigante e sublime.
Para curtir o universo do vinho Bordeaux, sem
sair da capital, comece pelos workshops e a partir
da degustação disponibilizada no Bar a vin. Depois,
tome um trem regional e viaje pela Região de Bordeaux até à magnífica vila medieval de Saint-émilion, de reconhecida historicidade e importância. Ao redor da colina que sustenta a cidadezinha, o
vinho é produzido para atender os peregrinos com
destino incerto ao controverso Caminho de Santiago,
tema de livros e filmes, verdades e metáforas.

Após meia hora de viagem, desfrutada em
meio a bosques e campos cobertos de flores
perenes e amarelas, o desembarque dos visitantes
é feito em pleno vinhedo. Simples, Saint-émilion
tem a maior igreja monolítica do continente da
Europa, talhada a partir do século IX. as pedras
calcárias, extraídas do próprio solo, para a construção da cidade, resultaram em 200 quilômetros
de túneis subterrâneos e catacumbas, muitos deles,
aproveitados na condição de caves. 

Nos vilarejos Margaux e Pauillac, duas das inúmeras e pequenas grandes coisas de Médoc, a mais
famosa das sub-regiões dos vinhedos que cercam
a cidade, onde tudo é muito perto e lugar destinado
à produção do Margaux, ícone da excelência do vinho Bordeaux. além de criar o tinto número um
em termos de pompa, aquela vinícola é uma das
que, de fato, instalaram-se em seu próprio castelo
para chamar de sede. a propriedade quase não recebe os turistas, a não ser a partir de reservas, e
tem na degustação um privilégio destinado ao
prazer de visitantes ilustres.

O discurso sobre as propriedades do vinho, particularmente, é uma chatice. Quando acontece na
casa de um amigo que entende ser um conhecedor
da bebida, torna-se desagradável tolerar o exibicionismo, discutindo as notas de cereja ou sua textura aveludada, que aliás, fazem sentido em alguns
lugares como Châteaux na mencionada Região de
Bordeaux, onde a taça às mãos, e, na companhia
de alguns dos grandes enólogos, nada é absolutamente prazeroso como degustar um bom vinho,
acompanhado de um “baita contexto”. Indico aos leitores do jornal O
Hoje, viajarem para a
região de Bordeaux entre os meses de junho
e agosto. a aventura
pode ser realizada até
a última semana do
mês de setembro, quando, em regra, e, na prática, começa a colheita
do fruto.

Em toda a região
da Grande Bordeaux
existem diversas vinícolas, abertas à visitação,
onde o viajante turista deverá escolher qual a
localidade ou sub-região lhe será interessante
e fazer da reserva – diretamente com o Château
– um destino de prazer imensurável. no Pomerol,
vale a pena o turista visitar os famosos Château
Pétrus, Château le Pin e o vieux Château Certan,
pois nessa sub-região, existe a felicidade e probabilidade de ser recebido no le Pin, considerado um dos vinhos mais finos e perfeitos que
já tomei. Em visita ao local, fui elegantemente
recebida pelo proprietário, o senhor Jacques
thienpont, o que mais amei é que ele usou uma
pipeta para sacar um pouco do vinho que se
encontrava num dos barris de carvalho disponíveis, uma sensação incrível.

Na Região do Médoc, a dica é tentar visitar o
Château Du tertre, que produz um vinho considerado muito bom, com a conveniência de ser
mais acessível do que os conhecidíssimos e famosos
Châteaux lafite-Rothschild, Mouton-Rothschild,
Château latour e Château Margaux. Observando,
é claro, que conseguir visitar algum desses estrelados é tarefa que torna a experiência turística
em oportunidade de vida que definitivamente
não será a última, mas a única. Para os amantes
do vinho de sobremesa – aquele produzido com
uvas atacadas pelo fungo Botrytis Cinerea, – que
carrega o poder de desidratar as uvas e deixá-las
extremamente doces – vale deslocar ao Sul da Região de Bordeaux, até Sauternes, e tentar visitar o
Château D’Yquem, considerado um dos melhores
vinhos de sobremesa do mundo.

A França é e será sempre o sinônimo da alta
gastronomia, e, é justamente isso que eu encontrei
nas regiões de Bordeaux e Saint-émilion, onde
me deliciei com alguns restaurantes incríveis,
com destaque para dois lugares que – enquanto
sommelier – indico para ir visitar, tomando muito
vinho. O restaurante gastronômico do Hotel Hostellerie de Plaisance, possui duas estrelas no Guia
Michelin, comandado pelo renomado chef francês,
Philippe Etchebest. Sua cozinha contemporânea
é incrível, inventiva, moderna e revela uma verdadeira experiência gastronômica de prazer e
saciedade proporcionados pelos pratos deliciosos
de apresentação impecável. ali o pão, é dos deuses
e inesquecível, traz o sabor e a textura no ponto,
enfim, o melhor pão que degustei na França. Comecei com uma entrada de cogumelos servidos
com mousse de batatas, depois, pedi o peixe
branco com aspargos frescos, tudo devidamente
harmonizado com uma garrafa de vinho estampada com rótulo local.

Reacendendo mais estas lembranças de inúmeras viagens, percebi o quanto é preciso carregar
a mochila, esquecer momentaneamente os problemas, simplesmente ver o tempo passar. Dar
gargalhadas, deitar na grama com os pés descalços
apontados para o céu, trazer à lembrança as besteiras sinceras do tempo de criança, sentar-se à
mesa com amigos sensíveis, verdadeiros, que
falam bobagens importantes, apreciar o vinho
na taça da sabedoria e apreciar as belezas desse
gigantesco e intrigante universo!

Se, como disse Mário Quintana: “viajar é mudar
a roupa da alma”, então, que viva Paris!  

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