Quinta-feira, 28 de março de 2024

Empresas goianas projetam crescer mesmo com a crise

Negócios genuinamente goianos conseguem driblar os entraves da recessão econômica e projetam crescimento para 2016

Postado em: 06-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

Os percalços da economia brasileira sugerem um cenário ainda sombrio para o futuro, com impactos em todas as atividades, o que não quer dizer que existam “oásis” que consigam manter-se em crescimento mesmo com todas as dificuldades, como no comércio, por exemplo. As vendas do setor, em Goiás, vêem de uma queda de 10,2% em 2015, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já em janeiro foram extintas nada menos que 1.698 empregos, recorde histórico para o Estado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O cenário negativo da economia tem sido um incentivo para o crescimento de algumas empresas goianas, que mesmo neste momento de adversidade mantém planos de expansão. A rede Hiper Moreira e a EBM Desenvolvimento Imobiliário são exemplos de companhias que se fortaleceram ao longo dos seus 46 e 34 anos de história, respectivamente, encarando as crises financeiras como desafios de adaptação a novas realidades, assim como a rede goiana Santa Marta, que segue com seu plano de expansão iniciado em 2015.

O Hiper Moreira, que expandiu seu ramo de atuação para postos de combustível, conveniências e, recentemente, também para padarias, inaugurou no final de 2015 o segundo supermercado da marca Moreira da Gente. A nova unidade faz parte de um projeto de expansão que enxerga oportunidades e perspectivas positivas neste período de retração econômica do País.

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A nova unidade, inaugurada no Setor Bela Vista, visa a atender ao novo perfil das famílias, que não faz mais grandes estoques e preferem compras semanais. Além disso, os consumidores procuram praticidade e conveniência. No final de 2014, no Parque Anhanguera, foi lançada a primeira loja do projeto que prevê outras duas unidades no mesmo padrão, acompanhando as mudanças no comportamento do goianiense, até o final de 2016. A atual projeção é dobrar o número de lojas nos próximos cinco anos.

Na EBM, o plano de crescimento para 2016 prevê a manutenção do trabalho em Goiânia, a entrada no mercado de Anápolis e o retorno da atuação no interior de São Paulo, o que resultará no lançamento de seis empreendimentos, com Valor Geral de Vendas (VGV) total de R$ 306 milhões. Estão previstos três produtos em Goiânia, um em Anápolis e outros dois em Araraquara e São Carlos.

O objetivo é crescer em 2016, apesar do cenário negativo, afirma o presidente da empresa, Elbio Moreira. “Em 2014 sabíamos que 2015 seria difícil e nos preparamos. Estamos capitalizados para atravessar esse período turbulento e isso é fundamental. Apesar de o governo federal estar prevendo mais um ano de PIB negativo, estamos otimistas. Acredito que a situação econômica do País vai melhorar”, diz Moreira. 

Reinaugurações e franquias 

A Santa Marta acaba de reformar sua unidade mais antiga, a loja localizada na avenida Araguaia com a rua 3, no Centro. A reinauguração da loja, na última sexta-feira (4), e parte do plano de expansão da empresa iniciado ano passado, que prevê a inauguração quatro novas unidades este ano. A meta é chegar a 100 até 2020. A rede fechou 2015 com 52 lojas, distribuídas em Goiânia, interior de Goiás e Distrito Federal. De acordo com o diretor administrativo financeiro da rede, Alexandre Andrade, a expectativa de crescimento para 2016 é de 15%. “Nosso plano de investimento está alinhado com o cenário econômico do País. Estamos focados em ações de melhorias dos fundamentos internos da empresa”.

Franquias

O cenário é encarado como oportunidade de negócio para o diretor comercial e um dos proprietários da Rede Tio Bákinas e UnderDog, Carlos Eduardo Borges. A rede, com lojas em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis está se expandindo por todo o Estado. Custo da franquia abaixo de outras do mesmo segmento, tempo médio de retorno de investimento entre 12 e 24 meses, custo fixo baixo, faturamento médio expressivo, lucratividade entre 15% e 25% e fabricação própria de 70% dos insumos, são  os motivos do crescimento.

A economista Andréia Magalhães de Oliveira afirma que embora o momento seja de desajuste, o comércio de franquias é positivo. Foto: Marcos Santos/ USP Imagens 

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