Quinta-feira, 28 de março de 2024

Em menos de um ano, gás de cozinha foi reajustado em 23%

Para Sindicato, reajuste deve ser repassado ou o comércio poderá se arriscar pela sobrevivência

Postado em: 23-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Para Sindicato, reajuste deve ser repassado ou o comércio poderá se arriscar pela sobrevivência

Wilton Morais 

A Petrobrás anunciou ainda nessa semana, o aumento de 9,8% no preço do gás de cozinha de 13 kg. Em Goiânia, o consumidor começou a perceber o encarecimento ainda ontem (22). Esse é o segundo reajuste, em pouco mais de seis meses. Ainda em setembro do ano passado, as revendedoras repassaram o aumento de 12%, proveniente dos custos e aumento de salário dos profissionais da categoria. No Setor Pedro Ludovico, os depósitos de entrega do botijão se preparam para repassar o valor. Com a atualização, o botijão poderá ser vendido por até R$ 70, conforme o Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro-Oeste (Sinergás). Já o último aumento autorizado nas refinarias foi em 2015. À ocasião gás subiu em 15%.

A reportagem do O Hoje passou por três depósitos e averiguou a relatividade do preço. No primeiro com estrutura de pequeno porte, valor do produto varia entre R$ 64 para entrega, R$ 62 na porta e R$ 60 ‘chorado’, como disse uma funcionaria. No segundo deposito, o valor do botijão é de R$ 55 vendido na porta, para entrega o preço fixo aumenta para R$ 60. Em um mercado, também no setor Pedro Ludovico, a vendedora Aline Nóbrega, já repassou o reajuste. “Antes vendíamos por R$ 55, hoje já passamos para R$ 60”, disse.

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De acordo com o presidente do Sinergás, Zenildo Dias do Vale, a média do preço sem o reajuste é de R$ 58 a R$ 66. Com a atualização o gás de cozinha pode chegar entre R$ 64 e R$ 66. “Se o proprietário quiser entregar em casa, pode chegar até R$ 70. Isso dependendo da distância. Ele pode vender conforme o custo”, ressalta o sindicalista.

Qualidade pode gerar custos maiores no preço do Gás 

Roberto Santos é proprietário de uma distribuidora de gás que atende setores nobres de Goiânia. Ao procurar oferecer um trabalho com segurança para os clientes e funcionários, Roberto explica que em sua distribuidora o reajuste chegará a R$ 72. “É muita fiscalização. Se assemelha a posto bandeirado, sempre com um preço mais elevado”. Sem o reajuste que será aplicado a partir de hoje (23), o preço do gás na distribuidora de Roberto era de R$ 67.

O presidente Sinergás alerta para a compra de produtos ‘muito barato’. “Nesses casos o proprietário pode não estar registrando o gás, compra nota falsa, isso abaixo o custo. Mas a qualidade do produto também é baixa. O problema é que não paga imposto”, aponta a prática de forma indignada. 

Como orientação, Zenildo Vale sugere que o cliente peça a nota fiscal. “Se o funcionário não quiser apresentar a nota é porque tem algum problema. Se todos pedissem, não estaria bagunçado”, disse. Questionado sobre o reajuste, o sindicalista considerou os problemas. “Não é bom para classe. Tem muitos proprietários quebrando, fechando depósitos. Com o aumento é mais um problema a ser enfrentado”. 

Segundo o sindicalista, 70% dos depósitos correm o risco de fecharem. “Ganham o dinheiro hoje para cobrir [custos] amanhã. Ou repassa o reajuste ou sai do mercado. Sem a atualização, o dono da distribuidora não conseguirá se manter no mercado”, considera.

 

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