Saúde elabora Plano para proteção do trabalhador rural

Dentre as atribuições destacam ações de promoção e proteção a saúde quanto ao uso de agrotóxicos

Postado em: 10-04-2017 às 11h00
Por: Renato
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Dentre as atribuições destacam ações de promoção e proteção a saúde quanto ao uso de agrotóxicos

Considerando o alto índice de intoxicação por agrotóxico
registrado no Estado, o Governo de Goiás elaborou o Plano Estadual de
Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA), que inclui
ações de proteção e promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos, análise
de situação e monitoramento da saúde de populações expostas ou potencialmente
expostas a agrotóxicos.

Segundo a gerente de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde
do Trabalhador, Tania Vaz, para divulgar o Plano, envolver e sensibilizar
as equipes de saúde dos níveis regional e municipal, além de intensificar as
ações de promoção e prevenção em saúde estão sendo realizadas oficinas com a
participação de técnicos das 18 Regionais de Saúde no Estado. As regionais, são
polos administrativos ligados à SES que atuam em 18 municípios goianos.“Todo
esse trabalho tem por meta estabelecer compromissos em prol da saúde de
populações expostas e/ou potencialmente expostas aos agrotóxicos”, completou.

Também foram implantados dois Centros de Referência em Saúde
do Trabalhador Rural (Cerest), em Itumbiara e em Rio Verde, municípios onde
existe maior concentração de trabalhadores rurais. Dentre as atribuições dos
Cerests Rurais destacam-se ações de promoção e proteção a saúde quanto ao uso
de agrotóxicos. Além disso, também está em curso articulações para criação do
Comitê Regional de Vigilância em Saúde dos Trabalhadores Rurais, que tratará
questões que envolvem a saúde integral desses trabalhadores, incluindo agravos
relacionados ao uso agrotóxicos.

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Classificação do Ministério da Saúde

Goiás ocupa o quinto lugar nos casos de intoxicação de origem externa causada
por agrotóxicos. De 2007 até 2014 houve um acréscimo significativo de pessoas
intoxicadas por esses produtos, totalizando 3.636 notificações. Em 2007, início
de registro nos casos de intoxicação por agrotóxicos, foram notificados 227
casos, número que aumentou em 638 em 2014. A classificação foi feita pelo
Ministério da Saúde.

Os índices de intoxicações por agrotóxicos respondem por
cerca de 50% das intoxicações exógenas notificadas no Brasil, sendo que Goiás
responde por 41,9% das intoxicações por agrotóxicos no Centro-Oeste e 6,3% no
Brasil.

Segundo a Vigilância em Saúde de Populações Expostas a
Agrotóxicos, o Brasil se destacou, a partir de 2008, como o maior consumidor
mundial de agrotóxicos e em 2010, seu consumo representou 19% de todo o mercado
mundial.

Cuidados

Os trabalhadores que lidam com agrotóxicos devem ficar em alerta quanto aos
sintomas de intoxicação, que se apresentam em sua maioria como dores de cabeça,
tontura, náuseas, cansaço, falta de motivação, transpiração anormal, fraqueza,
câimbras, tremores, irritabilidade, dificuldade para dormir, dificuldade de
aprendizado, aborto, impotência sexual, depressão, entre outros.

Em caso de intoxicação, após manipular produtos agrotóxicos,
o cidadão deverá deslocar-se até um lugar arejado; retirar as roupas que podem
estar contaminadas pelo agrotóxico; tomar banho com sabão e bastante água
corrente (evite água quente e esponjas ásperas); procurar atendimento médico no
posto de saúde mais próximo levando a embalagem do agrotóxico causador da
intoxicação; não provocar vômitos ou fazer respiração boca a boca. Também é
importante não ingerir bebida ou comida, pois isso pode agravar a intoxicação e
atrapalhar o tratamento.

Em caso de sintomas mais graves procurar o serviço de
Urgência/Emergência: Samu 192, Corpo de Bombeiros 193 e a Rede
Hospitalar.

Ao aplicar o agrotóxico, o trabalhador deve ter alguns
cuidados para prevenir qualquer risco com o produto, sendo assim o mesmo ao
manusear o agrotóxico deverá utilizar o equipamento de proteção individual
(EPI) tais como máscara com filtro, touca árabe, óculos para produtos químicos,
calça e jaleco impermeáveis, luvas de plástico comprida, avental de plástico e
botas de borracha, para a segurança do cidadão.

Para diminuir os impactos negativos à saúde, os
trabalhadores devem ter as seguintes precauções:

– Não guardar os EPI/EPC junto aos agrotóxicos
– Evitar circular nas áreas que receberam aplicação de agrotóxicos recentemente
– Lavar as mãos e tomar banho, com sabão e água corrente, após a utilização de
agrotóxicos
– Não lavar as roupas do trabalho junto com as da família; não utilizar
quantidades superiores às indicadas no rótulo, pois as doses indicadas já são
suficientes para matar as pragas
– Não usar agrotóxicos destinados a uma finalidade específica para combater
outros tipos de praga
-Não fumar, comer ou beber enquanto estiver manipulando agrotóxicos
-Não tentar desentupir bicos com a boca; na prática agropecuária, siga as
orientações do agrônomo e do receituário. (Goiás Agora)

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