Fica fortalece o crescimento da economia no estado de Goiás

Além do comércio alimentício e das oportunidades de trabalho, hotéis e pousadas também registram altos índices de procura no Fica

Postado em: 24-06-2017 às 08h00
Por: Sheyla Sousa
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Além do comércio alimentício e das oportunidades de trabalho, hotéis e pousadas também registram altos índices de procura no Fica

Quando o calendário indica o início de junho, a família de Gumercino Barbosa intensifica a produção de sorvetes e picolés. O comerciante é um dos donos da sorveteria do Coreto, um dos pontos mais visitados na cidade de Goiás. A sociedade do negócio inclui outros cinco irmãos, que se revezam na produção e no atendimento ao público durante o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), que termina neste domingo (25). 

Histórias como a dessa família se repetem pelos comércios da antiga Vila Boa. Ateliês de artesanatos, lojas que vendem lembrancinhas e restaurantes em geral estrategicamente ampliam o estoque de produtos para atender à demanda de turistas que visitam a cidade por causa do Fica. A estimativa da Secretaria Municipal de Turismo é que os seis dias de festival deixem R$ 2 milhões na cidade.

Gumercino é um dos comerciantes que sente no bolso o impacto positivo do Fica. “As vendas aumentam e muito. Eu diria que triplica durante o festival. Para mim é melhor ainda porque o pessoal acha bom demais chupar picolé num calor desse”, comemora. De acordo com ele, a venda diária ultrapassa a marca de 500 unidades. “Isso sem contar com os outros produtos que temos, como bebidas e empadões”, completa. 

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Tradicional na cidade de Goiás, a sorveteria do Coreto está sob a gestão da família Barbosa há 40 anos. Os seis irmãos envolvidos têm como o comércio a única fonte de renda. “Dá pra sustentar todos nós e as nossas famílias”, explica Gumercino, que é casado e tem dois filhos. A produção dos sorvetes e picolés é própria, fato que aumenta a renda do negócio. “A colheita das frutas são feitas aqui na região”.

Coordenador geral de produção do Fica, Rodrigo Santana fala que os vilaboenses sentem grande simpatia com o evento também pela geração de empregos. Nessa época do ano surgem 230 vagas de trabalho temporárias. As pessoas contratadas auxiliam desde a recepção até montagem, desmontagem e limpeza. “De toda verba investida no Fica, quase R$ 900 mil acaba ficando na cidade”, diz. 

Cinema atua como incentivador turístico 

Além do comércio alimentício e das oportunidades de trabalho, hotéis e pousadas também registram altos índices de procura no Fica. Nos dois primeiros dias de festival, cerca de 60% da capacidade hoteleira do município já estava ocupada. Para a secretária de Turismo, Flávia de Brito, a tendência é que no fim de semana aumente. “Goiás é um destino turístico. Quando surgem eventos como o Fica, a procura por hospedagens aumenta”, observa.

O Fica, nesse caso, surge como propagador do turismo local. Conforme lembra Rodrigo, que trabalha no festival desde a sua primeira edição, o evento protagonizou a conquista do título de Patrimônio Histórico da Humanidade, que Goiás detém há 15 anos. “A conquista aconteceu dois anos depois do lançamento do Fica. Eu participei do processo de construção do dossiê que levou Goiás ao título, e certamente o Fica ajudou a promover isso”, argumenta.

A cidade tem, em todo canto, um resgate histórico significativo. Ainda é contemplada com as belezas naturais, como cachoeiras, que atrai os turistas dos mais diversos cantos do país. Com a consolidação do Fica, a procura pelo destino abriu espaço também para os estrangeiros. Não à toa os cardápios e algumas placas já são escritas em português e inglês. 

Rodrigo considera que o festival também levanta debates importantes sobre o meio ambiente e contribui com o crescimento da produção cinematográfica em Goiás. Prova disso é o surgimento de novas universidades de Cinema – o próprio município tem instalado um campus do Instituto Federal de Goiás (IFG) com a oferta do curso. “Goiás está tornando referência em cinema”, finaliza.

 

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