Indicadores confirmam estabilidade e recuperação econômica, diz Goldfajn

O presidente da autoridade monetária também acredita que os juros ao consumidor devem continuar a cair nos próximos meses

Postado em: 11-08-2017 às 11h50
Por: Thais Tomás
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O presidente da autoridade monetária também acredita que os juros ao consumidor devem continuar a cair nos próximos meses

O presidente do Banco Central, disse hoje (11) que os
últimos indicadores confirmam estabilização do cenário e abertura de um caminho
para a recuperação econômica do país.

“Após dois anos de recessão, os dados recentes parecem
confirmar o cenário base que trabalhamos aqui no Banco Central: estabilizou, a
recessão ficou para trás e há perspectivas de uma recuperação gradual ao longo
dos próximos meses”, disse, ao discursar em seminário sobre estabilidade
financeira, promovido pela instituição.

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Goldfajn destacou, entre os bons resultados, o crescimento
da população ocupada por quatro meses consecutivos. No final de julho, a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) indicou a primeira queda
significativa do desemprego desde 2014, com uma redução de 0,7% no percentual
da população economicamente ativa sem trabalho. Segundo o levantamento do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego
atualmente está em 13%.

“Com a produção industrial é a mesma coisa”, acrescentou o
presidente do Banco Central, ao mencionar indicadores que tem mostrado sinais
consistentes de melhora. “Tivemos dois trimestres consecutivos de crescimento,
o que não ocorria desde 2014”, enfatizou.

Juros bancários

O presidente da autoridade monetária também acredita que os
juros ao consumidor devem continuar a cair nos próximos meses, acompanhando os
cortes feitos na taxa básica de juros (Selic). “É claro que está caindo de uma
forma gradual, e eu acho que isso vai continuar ao longo dos próximos meses. Há
uma defasagem natural entre a queda da taxa básica e a queda das taxas
bancárias”, ressaltou.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do
Banco Central, em julho, a taxa básica de juros foi reduzida em 1 ponto
percentual, ficando em 9,25% ao ano. Com o corte, a Selic chegou ao menor nível
desde outubro de 2013, quando estava em 9% ao ano.

Esta é a primeira vez que os juros básicos da economia
retornam a um dígito em quase quatro anos. Desde novembro de 2013, quando o
Copom elevou a taxa para 10% ao ano, a taxa estava em dois dígitos.

TLP

Goldfajn fez uma defesa da proposta do governo federal de
criar uma nova taxa para os empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A Medida Provisória 777, que
estabelece a Taxa de Longo Prazo (TLP) está atualmente sendo apreciada por uma
comissão mista no Congresso Nacional. A ideia é aproximar os juros do banco,
que são subsidiados, aos valores de mercado, diminuindo os aportes do Tesouro
Nacional para custear os financiamentos da instituição.

Para o presidente do Banco Central, a mudança aumentaria a
força das ações da autoridade monetária para estabilizar a economia e contra a
inflação, permitindo que os juros cobrados de forma geral sejam mais baixos.
“Acabando com a meia entrada, sob o ponto de vista do Banco Central, a potência
da política monetária aumenta. Sob o ponto de vista da política fiscal, torna
mais transparente o subsídio. O que é implícito se torna explícito”, afirmou.

A TLP será composta pela variação do Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e por taxa de juros real prefixada
mensalmente, de acordo com o equivalente ao rendimento real das Notas do
Tesouro Nacional – Série B (NTN- B) no prazo de cinco anos. A NTN-B reflete o
custo de captação do Tesouro Nacional, o mais baixo do mercado.

“A nossa taxa de juros estrutural da economia vai ser menor.
Portanto, vamos democratizar os juros baixos no Brasil”, enfatizou Goldfajn ao
apresentar os pontos positivos da mudança.

Segundo o Ministério da Fazenda, o país gastou R$ 723
bilhões com subsídios para o setor privado em um período de 10 anos, encerrado
em dezembro de 2016. Os empréstimos subsidiados do BNDES tem, atualmente, juros
de 7% ao ano. Quanto maior sua distância da Selic, taxa básica de juros da
economia, hoje em 9,25% ao ano, maior o custo para o Tesouro.

Agência Brasil

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