Poupança é a segunda em preferência para investir

No total, as aplicações em produtos financeiros somaram R$ 2,7 trilhões, valor 11,8% superior ao registrado em 2016

Postado em: 23-02-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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No total, as aplicações em produtos financeiros somaram R$ 2,7 trilhões, valor 11,8% superior ao registrado em 2016

Depois de cair 1% dois anos atrás, as aplicações em cadernetas de poupança deram uma reviravolta, no ano passado, com expressivo crescimento de 9% e montante no valor de R$ 665,7 bilhões.Em 2016, o volume de captações tinha aumentando apenas 1%. Foi o segundo tipo de investimento mais procurado pelos brasileiros, segundo aponta o relatório divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

O levantamento mostra que, paralelamente ao processo de retomada da economia e de queda gradual na taxa de juros básica da economia (a Selic), os Fundos de Investimentos lideraram a preferência com alta de 27% , alcançando R$ 984,5 bilhões, enquanto os títulos e valores mobiliários caíram 1%, somando R$ 912 bilhões.

No total, as aplicações em produtos financeiros somaram R$ 2,7 trilhões, valor 11,8% superior ao registrado em 2016, e referem-se aos investimentos das 73,7 milhões de contas dos segmentos de varejo e de private banking das instituições do país.

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De acordo com a análise técnica da Anbima, o recuo de 1% nos investimentos em títulos e valores mobiliários reflete a posição de desvantagem na rentabilidade diante da “recente mudança regulatória [que] afetou o acesso aos papéis”.

Quanto à liderança dos fundos de investimentos, o presidente do Comitê de Varejo da Anbima, José Rocha, justificou que com a queda dos juros, os investidores estão migrando para opções mais diversificadas, inclusive com mais risco. “O resultado reflete a procura cada vez maior dos investidores por produtos mais sofisticados com mais riscos envolvidos, principalmente entre o varejo alta renda, como efeito da queda dos juros”.


Inflação

O Indicador de Inflação por Faixa de Renda, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), indica que a taxa de janeiro ficou menor para a parcela mais pobre da população, atingindo 0,23% nos preços de bens e serviços, enquanto para os mais ricos, a inflação foi maior e atingiu 0,36%.

Segundo a técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Maria Andréia Parente Lameiras, responsável pelo estudo, essa tendência de inflação mais baixa para os mais pobres começou em 2017, muito influenciada pelos preços dos alimentos. Diane da perstpectiva de aceleração dos preços dos alimentos, os pesquisadores do Ipea esperavam que esse movimento fosse sofrer algum tipo de reversão. “Só que nos dois últimos meses (dezembro de 2017 e janeiro de 2018), mesmo com alta de alimentos, outros preços que têm peso grande no consumo dos mais pobres vieram mais comportados”, disse Maria Andréia.

É o caso de energia elétrica, por exemplo, item que pesa muito mais no orçamento dos mais pobres que no dos mais ricos. Com a retirada da bandeira tarifária, os preços de energia caíram em dezembro e voltaram a cair em janeiro. As tarifas de energia elétrica em janeiro tiveram deflação de 4,3%: “isso impactou mais a inflação dos mais pobres”.

Segundo a responsável pelo estudo, esse movimento de desaceleração da inflação dos mais pobres continua no começo do ano, não mais por conta dos alimentos, mas pelas tarifas públicas. “Mas, de qualquer maneira, está fazendo com que a inflação dos mais pobres continue em um patamar bem abaixo dos mais ricos”, disse ela à Agência Brasil. (Abr) 

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